É muito comum numa roda de amigos as pessoas perguntarem qual o meu carro. E na sequência vem a pergunta que abre minha primeira coluna aqui no Motor1.com: seu carro é econômico? Nesse momento, um turbilhão de informações passa em minha cabeça para tentar traduzir de forma simples o que significa um carro econômico. Será que apenas o consumo de quantos quilômetros por litro é suficiente para dizer se um carro é ou não econômico?
Como ficam os aspectos de manutenção, seguro, custo de propriedade ou mesmo reparabilidade? Será que todos esses fatores devem entrar na conta? Existe ainda uma diferença a ser considerada: carros econômicos versus carros baratos. Talvez esse fosse o mundo ideal, ter um carro econômico e que fosse barato. Mas normalmente não é assim.
Voltando então mais diretamente ao foco da nossa coluna, sobre o questionamento se meu carro é econômico, apenas um fator prevalece: a economia de combustível, resultado da eficiência energética. Para descobrir se um carro pode ser considerado econômico no consumo de combustível, consideramos o cálculo de MJ/km (megajoule por quilômetro), que mensura em quantos quilômetros o veículo consome 1 litro de combustível.
A organização responsável pela coordenação dos testes de eficiência é o Inmetro, que apresenta inclusive um ranking dos automóveis mais econômicos. De acordo com a última atualização do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) do Inmetro/Conpet, apresentada em 2020, o Chevrolet Onix Plus na versão 1.0 LT com transmissão manual, tendo consumo energético de 1,34 MJ/km ficou com a liderança na tabela. Entre os números mais tangíveis, o modelo teve um consumo de 17,7 km/litro utilizando gasolina na estrada.
Até mesmo o Toyota Corolla 1.8 Altis híbrido com câmbio CVT, perdeu o posto, ficando no segundo lugar no pódio, tendo um consumo energético de 1,38 MJ/km. Seu melhor resultado mostra um consumo de 16,3 km/litro utilizando gasolina na cidade. O Renault Kwid, em sua versão 1.0 Life com transmissão manual, completa o pódio com um consumo energético de 1,39 MJ/km. Na estrada, utilizando gasolina, o modelo atingiu a marca de 15,6 km/litro.
Observe que temos números expressivos para justificar agora se um carro é ou não econômico. Fica mais fácil então realizar a comparação, pois temos as mesmas unidades de consumo por quilômetro ou mesmo energético.
Agora, vamos atualizar ainda mais nossas informações. Neste mês a Jeep lança na Europa o Renegade e o Compass em versões híbridas e plug-ins. Esses modelos utilizam no mínimo um motor de combustão interna turbo a gasolina, juntamente com um motor elétrico e bateria.
A denominação plug-in indica que o carregamento da bateria também pode ser realizado através de uma tomada externa, como, por exemplo, com o veículo parado na garagem. Com o sistema híbrido, o motor de combustão interna e o motor elétrico trabalham juntos de acordo com o tipo de estrada e com as fases de recuperação de energia da frenagem.
Inicialmente, o sistema favorece a condução elétrica (portanto, a energia é fornecida pelo motor elétrico). Quando a bateria atinge o nível mínimo de carga (chamado “SOC”, Estado de carga), o motor de combustão interna é usado para propulsão. O sistema gerencia a inicialização e a intervenção por meio de um algoritmo de otimização (Hybrid Control Processor – HCP) projetado para maximizar os níveis de eficiência do sistema. Você tem o melhor de dois mundos: o alcance elétrico e a evolução dos motores menores com potências maiores (downsizing).
E se os números de consumo, ou seja, eficiência energética já pareciam bons dos primeiros modelos que relatamos, imagine você gastar apenas dois litros de gasolina e a energia da bateria do sistema híbrido para rodar 100 quilômetros? Tudo fica ainda melhor com a emissão de apenas 50 g/km de dióxido de carbono (CO2) jogados na atmosfera. Esses números do sistema híbrido da Jeep realmente impressionam.
Para fechar essa conversa de uma vez, quando partimos para um veículo elétrico, apesar de não termos a quantidade de litros comparativa, o fator economia pode nos ajudar, de forma que gastando entre R$ 9,00 e R$ 12,00 seja possível uma autonomia de rodagem de 160 a 200 quilômetros.
É amigos, não existe uma fórmula certa para responder se o meu ou o seu carro são econômicos. O que temos são as comparações de consumo energético, de modo que a evolução do automóvel procura sempre uma autonomia maior para uma quantidade menor de combustível a ser gasto.
Fotos: divulgação e arquivo Motor1.com
Tarcisio Dias é profissional e técnico em Mecânica, além de Engenheiro Mecânico com habilitação em Mecatrônica e Radialista, desenvolve o site Mecânica Online® que apresenta a única área de cursos online sobre mecânica na internet, uma oportunidade para entender como as novas tecnologias são úteis para tornar os automóveis cada vez mais eficientes.
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