A novela pela venda da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP) parece ter chegado ao fim. Segundo o site InfoMoney, a construtora São José venceu uma concorrência para adquirir o terreno e irá pagar aproximadamente R$ 550 milhões. Brookfield, GLP e Autonomy Investimentos seriam as outras empresas do ramo imobiliário que estavam de olho no terreno. A empresa pretende usar o complexo para um centro logístico, além de negociar com alguma montadora para usar parte do terreno.
Conversando com a InfoMoney, Mauro Cunha Silvestri, sócio da São José, confirmou a aquisição do terreno da fábrica da Ford e disse que será uma volta ao setor logístico, no qual a empresa começou. Silvestri diz que o mercado “está receptivo novamente” e que a ideia é aproveitar parte dos 1 milhão de metros quadrados para que seja usado por alguma fabricante do setor automotivo. A fábrica que era usada pela Ford ocupa aproximadamente 500 mil metros do terreno.
Apesar das declarações do Silvestri, a Ford não quis comentar nada sobre a venda do terreno. Em nota enviada à InfoMoney, a fabricante confirmou que a São José é um dos possíveis compradores, mas que “forneceremos informações adicionais quando avançarmos para uma decisão final sobre a venda da planta de São Bernardo do Campo.”
A Ford anunciou o fechamento da fábrica em São Bernardo do Campo (SP), que também servia de sede para os escritórios da empresa no Brasil, em fevereiro de 2019. O complexo era usado somente para produzir o hatch Fiesta e a linha de caminhões. Foi um passo dentro de um enorme esforço de reestruturação de toda a fabricante, que fechou outras fábricas ao redor do mundo, como na Rússia e França.
Após o anúncio, o governador do estado de São Paulo, João Dória, anunciou que iria ajudar a Ford a buscar possíveis compradores para a fábrica, para evitar as demissões. Uma delas foi o Grupo Caoa que, segundo rumores, pretendia iniciar a produção de carros de uma outra marca chinesa além da Chery. O negócio acabou não dando certo e, pelo visto, a Ford decidiu vender apenas o terreno, já que os trabalhadores foram demitidos e a produção foi encerrada de vez em outubro de 2019.
Fotos: divulgação
Fonte: InfoMoney
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