Você já pensou em ter um carro chinês? Este sempre foi um assunto polêmico, principalmente quando um deles adentra nossa oficina. Mais do que pelo acabamento ou equipamentos disponíveis, mas principalmente pelo valor e disponibilidade de peças.
Já temos algumas histórias com eles. Há alguns anos, atendemos via seguradora um Chana Cargo com aproximadamente 300 km rodados com uma colisão dianteira, situação na qual precisaríamos trocar apenas o capô. Só que a peça custava R$ 6 mil e o prazo de entrega era indeterminado. Naquele momento, a marca acabara de desembarcar em solo brasileiro e não tinha disponível peças deste tipo em seu estoque. Foi um transtorno para o segurado, que ficou sem o carro, e para a oficina, que teve uma vaga ocupada por mais tempo que o necessário pelo tipo de reparo.
Outras falhas foram sentidas na época. Por exemplo, o pedal de embreagem se deformava nas manobras e transmitia completa insegurança – parecia que ia quebrar se aplicássemos carga máxima. Depois de 70 dias, o capô chegou e junto com ele uma nova surpresa: além de cheia de defeitos, a peça não dava alinhamento com o restante do carro. Se um lado ficava bom, o outro era só frustração...
O segundo episódio foi mais recente, com um JAC J6 (veja aqui o vídeo de avaliação deste carro). Acabou sendo dada perda total simplesmente pela falta de disponibilidade de peças, além do alto valor para o reparo, em relação ao baixo valor de mercado do modelo quando usado.
Já em uma nova fase das fabricantes chinesas, inclusive com carro fabricados no Brasil, recebemos um Caoa Chery Tiggo 5X com uma pequena avaria na tampa traseira. Logo no momento do orçamento, ele já chamou a nossa atenção pelos valores das peças, mais baratas até que de alguns populares, como o Renault Kwid.
Mas nada adiantará a peça ser barata se não estiver disponível no estoque. Diferentemente da Chana, o grupo Caoa deu atenção para a Chery como fez com a Hyundai, prestando atenção aos processos de pós-vendas. Dos prazos informados no sistema Audatex (utilizado pelas oficinas, seguradoras e concessionários), todas as peças foram entregues dentro do combinado, sem avarias e nenhuma surpresa na execução do serviço.
Além da evolução em design, os carros chineses melhoraram em qualidade construtiva. As peças, espessura da chapa, acabamento de estamparia, emblemas e plásticos injetados possuem agora a mesma qualidade vista em carros de marcas mais tradicionais. Abaixo, uma tabela de valores para comparação:
Audi Q3 |
Honda HR-V |
Hyundai Creta |
Nissan Kicks |
Caoa Chery Tiggo 5X |
|
TAMPA TRASEIRA |
R$ 8.925,03 |
R$ 2.030,64 |
R$ 2.322,37 |
R$ 1.741,62 |
R$ 2.139,00 |
PARACHOQUE TRASEIRO |
R$ 3.415,60 |
R$ 1.046,70 |
R$ 374,24 |
R$ 705,60 |
R$ 732,00 |
EMBLEMA "Montadora" |
R$ 589,70 |
R$ 192,27 |
R$ 105,69 |
R$ 126,28 |
R$ 55,00 |
|
R$ 12.930,33 |
R$ 3.269,61 |
R$ 2.802,30 |
R$ 2.573,50 |
R$ 2.926,00 |
Esperamos que a CAOA Chery continue investindo de forma competitiva (motor turbo, preços, pacote de equipamentos, valores de peças de reposição, acabamento) e investindo no pós-venda, já que atualmente parece ser a única empresa com pé na China que está disposta a quebrar o preconceito do brasileiro.
Obs: todo veículo atendido por seguradora só pode ser reparado com peças genuínas fornecidas pela rede de concessionárias da marca.
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