Em 1997 nascia o Gran Turismo, o primeiro jogo que se intitulava um verdadeiro simulador de corridas. Mais de 20 anos se passaram e os simuladores evoluíram muito, tanto na física quanto nos gráficos (mais realistas), o que aumenta a imersão e o feedback para quem gosta de jogos de carros. Mas os simuladores são realmente uma reprodução do mundo real ou apenas um game para pura diversão?
Hoje temos simuladores que conseguem emular o desgaste dos freios, pneus, danos de colisões, a temperatura do asfalto e até a ação do vento, entre outros fatores que alteram o cenário da pilotagem. Já existem campeonatos virtuais que são patrocinados por fabricantes como Nissan e Toyota, pois este eSport pode trazer de fato o piloto virtual para o mundo real. Um piloto virtual que nunca teve contato com um carro de corrida de verdade pode se sair bem na realidade?
Com a tecnologia, já podemos ter uma boa noção da pista e da tocada dos carros, principalmente nos simuladores iRacing e Assetto Corsa, com autódromos escaneados em 3D para a mais perfeita reprodução de todos os detalhes. Por exemplo, antes do meu primeiro track day no Autódromo de Interlagos, passei algumas horas no iRacing para aprender um pouco do traçado e entender onde era cada tangente. No dia, foi surpreendente o quão assertivo era o simulador, com a diferença que o carro que joguei era um Mazda MX-5 (tração traseira), enquanto o meu era um Honda Civic Si (tração dianteira).
Outro evento interessante é o Gran Turismo Academy, que seleciona os melhores pilotos do mundo virtual e os patrocinam em competições do mundo real. A maioria já se destaca nas primeiras corridas, mesmo sem ter contato anterior com pilotagem em pista, e subindo para outras categorias em seguida. O mais recente é o brasileiro Igor Fraga, campeão da competição oficial de Gran Turismo Sport e que agora corre na Toyota Racing Series. Já no primeiro ano ele cravou três poles-position e nove pódios, ficando com o título de uma das principais categorias de base do automobilismo internacional. O próximo passo é a Formula 3, mostrando que um piloto virtual pode ter, sim, sucesso no mundo real.
Isso explica o investimento dos fabricantes em simuladores, o que reduz o custo de treinos e ajuda os pilotos amadores a entender a dinâmica de uma pista, além de treinar os profissionais em algum novo traçado ou para testar um novo acerto do carro. Assim, fica para os boxes somente o refinamento final.
Os simuladores hoje são uma boa forma de ter contato com a pista a um baixo valor de investimento. Não tem desgaste de pneu, não tem gasto com gasolina, não tem o valor da inscrição e dá pra se divertir bastante! O real é mais interessante? Sim, claro que é. Mas não tem como negar que em várias disputas online a adrenalina é tão grande que você esquece que está apenas num ambiente virtual.
Para encerrar, nem todo game de carro é um simulador. Need for Speed e outro arcades, por exemplo, não reproduzem a vida real na hora de guiar um carro em uma pista ou algo do gênero. Aí é apenas puro entretenimento sem muita pretensão.
A Interlakes é parceira do Motor1.com Brasil. Com arte, eterniza as paixões automotivas em formas de quadros e outros itens de decoração, além de participar de diversos eventos que envolvam carros, desde exposições até track days. Para mais informações, visite www.interlakes.com.br e o Instagram @interlakes.br
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