Nesta última década, com o downsizing dos motores, os carros aspirados estão saindo de cena e sendo substituídos pelos sobrealimentados, seja turbo ou supercharger, algo que antigamente só esportivos com motores de maiores cilindradas possuíam. A partir deste momento, a febre do remap (mudança no mapeamento da injeção do motor para aumento de potência e torque) chegou com tudo. Carros que nasceram com 150 cv declarados, passaram a ter 180 cv com uma simples modificação da central eletrônica, com ganhos mais expressivos em maiores cilindradas.
O que antes significava gastar uma fortuna para ter um carro potente, hoje os modelos mais baratos conseguem extrair praticamente a mesma potência de um carro esportivo da década passada e com um investimento de baixo custo. E qual é o problema de ter um carro potente? Nenhum! Potência sempre é bacana e isso sempre está ligado também ao torque. Ter o prazer de pisar no acelerador e o carro respoder rapidamente, tanto para uma ultrapassagem quanto para se divertir numa pista de arrancada, é maravilhoso.
A questão é a seguinte: só potência que deixa o carro divertido? Não! Quem gosta de carros sabe que potência não é tudo. Ele pode ser “fraco”, porém comunicativo ao volante. Um automóvel com direção mais direta e que tem um bom balanço dinâmico para não rolar tanto a carroceria te ajuda a entender mais o limite do carro do que o limite do piloto. É nele que vamos evoluindo, até entender que, às vezes, um BMW M3 F80 de 431 cv é divertido para caramba, só que não vai ser 10 milhões de vezes melhor do um Civic Si de 8ª geração (viva os aspirados!).
Cada um tem suas peculiaridades. No M3, você aproveita o torque e a tração traseira. Basta uma aceleradinha no modo Sport Plus com controle de estabilidade desligado e a traseira já quer escapar. Enquanto isso, para conseguir extrair todos os cavalos-vapor nipônicos do motor K20, é preciso fazer trocas de marchas precisas acima dos 8.000 rpm. Resumindo, dá para se divertir com todos os carros. A questão não é só o veículo em si, e sim como aproveitar ele em seus melhores cenários.
E nos carros 1.0, dá pra se divertir? Claro! Por exemplo, pegue um Ford Ka 1.0. Se você andar num circuito mais fechado ou até mesmo em Hot Laps que são geralmente feitos em kartódromos, dá para arrancar muitos sorrisos da cara com baixa potência. Você aprende a refinar a sua tocada para melhorar cada vez mais o tempo, e volta após volta, ir entendendo a dinâmica do carro, os pontos de frenagem, a hora de dar pé no acelerador para ele não começar a sair de frente e também a sutileza no volante para utilizar o balanço do carro a seu favor.
Resumindo, potência é bom? Demais, mas não é tudo. Reflitam, e conte nos comentários suas melhores experiencias tanto com o carro mais forte que você já guiou e o mais fraco.
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