A indústria global de automóveis pode ter atingido seu pico máximo em termos de produção - isso é o que acredita Robert Bosch, CEO da companhia que leva seu sobrenome. Ao analisarmos os números dos últimos anos, nós não temos como discordar do executivo.

As vendas globais de automóveis caíram mais de 4% se comparadas aos dados de 2018, para um total de 90,3 milhões de unidades, de acordo com analistas da LMC Automotive. Em 2018, as entregas de automóveis novos ficaram em 94,4 milhões de unidades. Previsões iniciais indicam que o mercado mundial deverá cair pelo terceiro ano consecutivo em 2020, com uma redução de aproximadamente 2,6% para um total de 89 milhões de unidades.

Analistas do setor acreditam que um novo crescimento na produção de veículos não deve acontecer antes de 2025, para quando é esperada uma nova geração de carros elétricos mais acessível. No geral, 2020 deve fechar com uma redução de cerca de 10 milhões de unidades na comparação com 2017. 

A atual recessão na indústria automotiva significa que a Bosch terá que cortar uma série de empregos devido a uma redução de 44% no lucro operacional da empresa. A eletrificação dos carros pode criar oportunidades a longo prazo, mas, mesmo assim, postos de trabalho serão afetados num curto prazo. Para se ter ideia, de acordo com especialistas, são necessários 10 trabalhadores para fazer um sistema de injeção de um motor a diesel, 3 para um a gasolina e apenas 1 para fazer um motor elétrico. 

E no Brasil?

Após anos de queda, a indústria brasileira se recupera lentamente. O ano de 2019 fechou com 2,79 milhões de veículos licenciados, uma alta de 8,6% sobre o resultado de 2018, marcando o quarto ano de crescimento seguido desde 2016, no auge da crise. Já a produção subiu menos, 2,3%, para um total de 2,94 milhões - muito por conta da queda de 31,9% nas exportações, principalmente devido à situação crítica da Argentina. 

Volkswagen Fábrica Anchieta - 60 anos

Para 2020, as previsões são de um ano mais positivo do que 2019. A Anfavea (associação que reúne as principais montadoras) espera que o PIB do Brasil cresça 2,5% e favoreça o setor automotivo como um todo: retomada do emprego, inflação controlada, juros no menor patamar histórico, risco Brasil em baixa e retomada da confiança dos setores de comércio, serviços e construção tendem a impulsionar novos negócios. 

Neste cenário, a previsão da Anfavea é que a indústria produza um total 3,16 milhões de veículos (alta de 7,3%) e que o licenciamento alcance 3,05 milhões de unidades (crescimento de 9,4%) em 2020. No entanto, o setor segue pessimista quanto às exportações, prevendo uma queda de 11% para um total de 381 mil veículos.

Fotos: divulgação

 

Galeria: Honda - Fábrica em Itirapina (SP)

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