Seis anos depois de retornar ao mercado, a marca Datsun pode voltar ao limbo, como parte de uma movimentação da Nissan para cortar produtos e linhas de produção deficitárias. Chamado internamente de “plano de recuperação de desempenho”, a estratégia foi revelada pelo site Automotive News, citando duas fontes da empresa que estão diretamente ligadas à decisão.
A Datsun foi recriada em 2013 como uma marca de baixo custo para mercados emergentes, como Índia e Rússia, aos moldes da Dacia. Fazia parte da estratégia criada por Carlos Ghosn, ex-CEO da fabricante, para aumentar o alcance da Nissan em diversos mercados. Agora, o fim da Datsun é visto como uma das formas de sair da crise causada pela prisão de Ghosn.
O fim da Datsun é só uma parte do processo de recuperação. A fabricante está analisando todas as suas linhas de produção e seus modelos, para decidir se fará cortes. Um exemplo é a picape Titan, que já estaria na mira da empresa para perder as versões de cabine simples e com motorização diesel. Outra fonte ouvida pelo Automotive News diz que a Nissan não tem planos de fechar fábricas ou sair completamente de um mercado, como Chevrolet e Ford fizeram recentemente. Caso haja redução na capacidade produtiva, ela será feita com retirada de turnos e fim de alguma linha de produção.
Além dos cortes, a Nissan deve reestruturar suas fábricas para aproveitar melhor cada uma, criando centros de exportações. Um exemplo é o Brasil, que fará carros para toda a América Latina e alguns outros mercados, não só com o Kicks, mas também com o novo March, que está sendo desenvolvido por aqui. O México desempenhará o mesmo papel com os novos Versa e Sentra.
A situação financeira da Nissan vem piorando com o passar do ano. O relatório divulgado com os dados do 1º semestre mostram que a margem de lucro da fabricante caiu para 0,1 (era 4% no mesmo período de 2018). Hiroto Saikawa, então CEO da Nissan, espera uma melhora gradual no 2º semestre e iniciou mudanças para que a capacidade de produção da marca fosse reduzida para 6,6 milhões, contra os 7,2 milhões atuais, o que aumentaria a média de utilização global para 56% e dobraria o lucro da fabricante até 2023.
Fonte: Automotive News
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