Depois da Ford e da General Motors, que desde o início do ano têm promovido intensas mudanças operacionais, a próxima grande montadora do mercado global a entrar em um austero plano de reestruturação será a Nissan. De acordo com reportagem recente da agência de notícias Reuters, a marca se prepara para anunciar nas próximas semanas a demissão de aproximadamente 10 mil funcionários. O corte afetará principalmente trabalhares de fábricas consideradas pouco produtivas e representa um corte de 7,8% da força de trabalho total da empresa, que gira em torno de 138 mil colaboradores. Não por acaso, a medida coincide com a significativa queda de 90% nos lucros registrada no primeiro trimestre.
A reportagem explica ainda que o programa terá como foco recuperar a imagem da empresa após o escândalo que culminou na prisão do ex-chefão Carlos Ghosn. "O plano será destinado a desanuviar os legados negativos de Ghosn", diz. Além disso, visa rediscutir a política comercial adotada nos Estados Unidos, até então baseada na concessão de generosos descontos. A estratégia ajudou a elevar as vendas inicialmente, mas em contrapartida acabou transformando a Nissan em uma marca de imagem barata e com produtos de baixo valor de revenda. Outra preocupação diz respeito à desaceleração no Japão, justamente o segundo maior mercado da empresa.
Quanto às demissões, já é certo que fábricas com baixa capacidade de produção ou significativamente sub-utilizadas serão os principais alvos. Nesse sentido, a publicação cita o Brasil e a Índia como possíveis regiões atingidas. Por aqui, especificamente, a marca mantém fábrica na cidade de Resende (RJ), onde produz os modelos Kicks, March e Versa, além de motores.
Fonte: Reuters
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