Fabricantes e fornecedores já estão trabalhando para atender as demandas futuras para reduzir os índices de emissões de poluentes. A ZF, uma das maiores fabricantes de componentes e tecnologias do mundo, apresentou a nova geração do seu famoso câmbio automático de oito marchas que agora ganhará um motor elétrico que equipará modelos híbridos da BMW e FCA a partir de 2022. E é justamente este caminho que a fabricante acredita ser a ponte para um futuro totalmente eletrificado em alguns mercados. Para o Brasil a aposta é diferente.
Sabemos das diferenças entre os carros da América Latina e outros mercados mais evoluídos, como o europeu. No Velho Continente, o alto número de veículos equipados com motores diesel, bem mais poluentes do que os temos por aqui, resultou em leis que visam reduzir drasticamente as emissões de carros novos. O caminho para atender as novas exigências é o da eletrificação, a começar pelos híbridos.
De acordo com o CEO global da ZF, Wolf-Henning Scheider, a nova transmissão com o motor elétrico que equipará veículos híbridos servirá como "ponte para os carros elétricos movidos apenas a bateria". Segundo o executivo, esta transição até o totalmente elétrico deve durar entre 10 e 20 anos, principalmente pelo custo das baterias.
Outro ponto que será necessário evoluir é a infra-estrutura. A criação de uma grande rede de abastecimento para elétricos bem como a geração de energia em fontes limpas são desafios que demandam tempo e grandes investimentos.
Questionado sobre se ZF também iria investir na eletrificação no Brasil, o CEO global da ZF afirmou que a empresa manterá foco nos sistemas de segurança integrados, o que inclui tecnologias para leitura de tráfego por meio de sensores, radares, cameras e conectividade, além das atuais áreas que já atua.
Para o executivo, a eletrificação no Brasil não deve seguir os mesmos passos da Europa. O caminho ideal serão os carros híbridos, principalmente os que poderão rodar abastecidos com etanol.
"O etanol é uma solução maravilhosa para o Brasil. Já existe toda a infra-estrutura de abastecimento, o etanol é CO2 neutro, a eletrificação não é o foco", afirmou Scheider.
Para concluir, o executivo afirmou que acredita que estes são os passos para a evolução da indústria automotiva na nossa região.
Por Fábio Trindade, de Dresden, Alemanha
Viagem a convite da ZF
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