Após a circulação de uma série de rumores e até mudanças de design no meio do caminho, a Hyundai parece finalmente estar concluindo o processo de desenvolvimento de sua tão falada picape. Em entrevista concedia recentemente à agência de notícias Automotive News, o vice-presidente de planejamento de produtos da marca, Michael O'Brien, confirmou que o lançamento acontecerá em breve e adiantou até mesmo detalhes sobre o local de produção. Segundo o executivo, a planta ainda não foi definida, mas a picape "terá que ser fabricada na América do Norte".
A fabricação norte-americana ajudaria a marca a se livrar da taxa de importação de 25% que incide sobre picapes estrangeiras (a chamada Chicken Tax) e evitaria, segundo ele, "controvérsias políticas". Em outras palavras, não despertaria a fúria do presidente Donald Trump, que é crítico ferrenho à comercialização nos EUA de veículos produzidos fora do país. Na prática, a declaração de O'Brien praticamente confirma a produção nos Estados Unidos, tendo em vista que uma eventual fabricação no México desagradaria tremendamente ao mandatário norte-americano. Além do mais, a Hyundai já mantém considerável estrutura fabril no estado do Alabama, onde produz os modelos Elantra, Sonata e Santa Fe com capacidade instalada de 400 mil unidades anuais.
Além disso, O'Brien garantiu que a pegada alternativa da picape será mantida na versão de produção e que os Millennials serão o público alvo. “Vai ser um veículo muito versátil. Isso tem a promessa de criar uma nova classe de compradores”, disse. No entanto, é certo que o design do conceito (apresentado ainda em 2015) não será o mesmo. Dada a passagem de tempo entre a apresentação conceitual e o lançamento definitivo (previsto para 2020), a ideia é atualizar as linhas e trazê-las para a nova realidade estética da marca. O formato geral da picape não será modificado (até mesmo porque foi bastante aceito pelo público), mas o objetivo é imprimir maior identidade nas linhas.
Construída no mesmo conceito da Honda Ridgeline (que usa plataforma do SUV Pilot) e da Fiat Toro (base derivada do Jeep Renegade), a Santa Cruz será uma picape do tipo monobloco montada provavelmente sobre a arquitetura da próxima geração do Tucson. A ideia da marca será oferecer um modelo alternativo às camionetes feitas sobre chassi e com apelo mais voltado para jovens com até 30 anos. A carroceria será sempre cabine dupla, capacidade para levar até 5 passageiros e design carregado de agressividade. A caçamba poderá ser equipada com uma série de acessórios, incluindo extensores, trilhos e ganchos de amarração. O espaço será suficiente para levar uma motocicleta.
Sob o capô, o conceito apresentado em Detroit tinha motor 2.0 turbodiesel de 190 cv, mas este propulsor dificilmente será oferecido na América do Norte. Dessa forma, as motorizações mais cotadas são a 1.6 turbo com 204 cv ou a 2.4 aspirada de 185 cv, ambas a gasolina.
Fonte: Automotive News
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