Iniciada há pelo menos 10 anos anos com o objetivo de proporcionar o desenvolvimento conjunto de motores e veículos, a parceria firmada entre os grupos Daimler e Renault-Nissan pode estar com os dias contados. Conforme relata a revista alemã Manager Magazin, desde a prisão do chefão Carlos Ghosn a relação entre as duas companhia estremeceu e pode caminhar para um fatídico divórcio dentro de pouco tempo. A separação, inclusive, já foi anunciada pelo novo chefe da Mercedes-Benz, Ola Källenius, que confirmou à publicação a intenção de "acabar com a cooperação" porque "quase todas as empresas comuns estão no vermelho".
Diante disso, os vários projetos tocados conjuntamente pelas duas empresas serão descontinuados ao fim de seus respectivos ciclos de vida. É o caso dos SUVs Mercedes-Benz GLA e Infiniti QX30, dos multi-usos Mercedes-Benz Citan e Renault Kangoo e, principalmente, das picapes Mercedes-Benz Classe X e Nissan Frontier. Na prática, as camionetes continuarão como irmãs até o final desta geração e, dentro de três ou quatro anos, seguirão seu próprio caminho cada uma. A Frontier, como já se sabe, passará a compartilhar plataforma com a Mitsubishi L200 Triton. A Classe X, por sua vez, ainda tem futuro incerto.
Quando se juntou à Nissan para desenvolver sua própria picape média (acordo costurado ainda em 2009 pelo então chefão Dieter Zetsche), a Mercedes esperava economizar tempo e dinheiro, de modo a garantir uma entrada rápida e segura no segmento. No entanto, a Classe X não tem atendido às expectativas de vendas em mercados-chave, como a Austrália, e o próprio conselho de supervisão da marca não esconde certo "desagrado" com a parceria, dada a constatação de prejuízos. Como agravante, a chegada a outros mercados importantes, como Brasil e Argentina, ainda não aconteceu e acaba por alimentar sobremaneira o estado de incerteza quando ao futuro do modelo no longo prazo.
De todo modo, é certo que a Nissan continuará produzindo a Classe X para a Mercedes até o fim do ciclo de vida da atual geração. Depois disso, os alemães terão de escolher entre três opções: desenvolver sozinhos uma nova linhagem, sair definitivamente do segmentou ou encontrar um novo parceiro de projeto. Entre as marcas que atuam na categoria, Volkswagen e Ford já estão associadas, a própria Nissan e a Mitsubishi também, a Mazda já fechou acordo com a Isuzu e apenas Toyota e Chevrolet seguem sozinhas. A Daimler já confirmou que espera economizar pelo menos 6 bilhões de até 2021, então é bastante improvável que o desenvolvimento de uma nova picape aconteça de forma independente.
Fonte: Manager Magazin via CarAdvice
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