Durante o Salão de Paris de 2018, a Citroën confirmou que importará o C5 Aircross para o Brasil entre 2019 e 2020. Para mostrar o que esperar do novo SUV da marca (que está feliz com as vendas do C4 Cactus), avaliamos a versão topo de linha Shine na França. Com o conhecido motor 1.6 turbo (por lá chamado de PureTech) de 180 cv, é a configuração que provavelmente será vendida aqui.
O C5 Aircross é claramente uma carta forte para jogar no segmento de SUVs médios (como o Peugeot 3008). Por que? Porque ele é um dos únicos a apostar em conforto, enquanto os outros tentam conjugar comodidade com dinâmica. Em segundo lugar, o Citroën C5 Aircross é diferente, com estilo divertido que quebra a monotonia dos VW Tiguan e Nissan X-Trail, por exemplo.
Além do desenho original, a versão Shine adiciona elementos ao C5 Aircross, como as rodas de 18", os apliques inferiores em preto (com detalhes na cor da carroceria no airbump) e os faróis full-LED. Em termos de dimensões, o Citroën C5 Aircross mede 4,50 m de comprimento, 1,86 m de largura e 1,69 m de altura. São 5,5 centímetros a mais que o Peugeot 3008 (4,45 m) e um centímetro a mais que o VW Tiguan (4,49 m). Com os retrovisores abertos, são quase dois metros de largura, o que complica na hora de estacionar, principalmente nos apertados grandes centros.
No interior, esta unidade se beneficia de um acabamento chamado "Metropolitan Beige", que contrasta com a cor do exterior Bleu Tijuca (650 euros na França). Ele vem junto com os bancos "Advanced Comfort", que elevam o conforto a um nível absolutamente surpreendente. Estes bancos possuem espumas com 15 mm de espessura, com a parte central utilizando espuma de alta densidade para garantir o maior conforto em trajetos longos. A Citroën também se preocupou com a postura dos ocupantes, fazendo um assento largo e com encosto reforçado.
Além dos bancos, o habitáculo também se destaca apesar da presença de plásticos rígidos. Projetado horizontalmente, o painel do C5 Aircross é bastante ergonômico e com poucos comandos físicos. A tela de 8" incorpora diversas funções e controles do carro e do sistema multimídia. Para o motorista, um painel de 12,3" em tela TFT substitui os mostradores tradicionais. Em habitabilidade, o C5 Aircross é um dos melhores da categoria, com três bancos independentes na segunda fileira, que correm sobre 15 cm de trilhos. Como resultado, o porta-malas varia de 580 a 720 litros, um dos melhores do segmento. Com os assentos dobrados, oferece 1.630 litros de capacidade.
Um PureTech de 180 cv? É o 1.6 THP (conhecido no Brasil) com novo nome. Antes limitado a 165 cv, agora ele chega aos 180 cv e 25,5 kgfm de torque. Em termos de emissões, são 129 g/km de CO2, um recorde para um veículo de 1.430 kg de praticamente 200 cv. Junto com o câmbio automático de 8 marchas fornecido pela Aisin, é um conjunto interessante. Mas no grande e pesado C5 Aircross ele não é muito vigoroso e apresenta números de consumo elevados, com uma média de 11,9 km/l em um circuito quase todo de estrada. Gostaríamos que ele tivesse um pouco mais de torque, principalmente para ultrapassagens.
Se o desempenho é apenas mediano, no conforto o C5 Aircross brilha. Até enterra toda a concorrência graças a um sistema de amortecedores hidráulicos (sistema que existe no C4 Cactus europeu e não foi utilizado no brasileiro por custos). Como na época dos DS e C6, o sistema permite manter a carroceria sempre nivelada, preservando o conforto dos ocupantes.
Para ser breve na explicação, a suspensão tradicional é composta de um amortecedor, uma mola e um batente mecânico. O sistema hidráulico progressivo da Citroën adiciona dois batentes hidráulicos no amortecedor, um para compressão outro para o retorno. Ou seja, a suspensão trabalha em duas etapas, dependendo do piso. Quando em pisos lisos, os amortecedores fazem o trabalho sem a necessidade dos batentes hidráulicos, então os engenheiros conseguiram deixar o carro com uma sensação de "tapete voador". Porém quando a suspensão é mais exigida, os auxiliares entram em ação de forma progressiva, evitando as batidas secas no sistema e mantendo o controle da carroceria.
Obviamente que ele não tem o mesmo comportamento dinâmico do primo 3008 e deixa inclinar mais a carroceria nas curvas, mas lembre-se que ele é um modelo mais voltado ao conforto que ao dinamismo. A Citroën está oferecendo no SUV diversos sistemas de condução, inclusive um assistente de faixa extremamente intrusivo no volante. Qualquer desvio é corrigido abruptamente na direção. Além disso, o C5 Aircross pode ser equipado com piloto automático adaptativo, frenagem automática de emergência e alerta de ponto-cego - como o 3008 Griffe Pack no Brasil.
O C5 Aircross chega atrasado neste tão concorrido segmento. Mas ele é capaz de se diferenciar dos demais em um critério muito importante: conforto. Além disso, encantará grandes famílias com os bancos modulares e um grande porta-malas. Por outro lado, não fomos seduzidos pelo motor de 180 cv, que anda bem, mas nada demais.
Falando em preços, ele custa a partir de 24.700 euros (valores para a França) na versão Start com motor de 130 cv. A unidade cedida para o teste é uma Shine com opcionais (teto panorâmico, Grip Control...) e chega aos 39.270 euros (cerca de R$ 169 mil). Ou seja, quando chegar ao Brasil (entre este ano e 2020), ele possivelmente vai atuar numa faixa semelhante a do Peugeot 5008, ao redor dos R$ 170 mil.
Citroën C5 Aircross 1.6 PureTech
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