Após uma discussão que levou duas semanas, a General Motors e o sindicato dos metalúrgicos de São José dos Campos (SP) entraram em consenso. Os funcionários abriram mão de reajustes do salário e redução na participação nos resultados e mais oito itens envolvendo horas extras e adicional noturno. Em compensação, a GM teve que se comprometer em investir R$ 5 bilhões na fábrica para a construção de um novo modelo. Fornecedores ouvidos pelo site Automotive Business dizem que o valor será aplicado na nova geração da picape S10 e Trailblazer.
Atualmente, a fábrica em São José dos Campos é a que menos produz carros da marca, montando somente a S10, o SUV derivado Trailblazer e a picape compacta Montana Até o momento, a marca não dá sinais de estar trabalhando em uma nova geração da picape média, pois já poderia ter sido avistada nos EUA (onde é conhecida como Colorado).
A proposta inicial da GM contava com 28 itens, muitos deles recusados veementemente pelo sindicato, como terceirização do quadro de funcionários, aumento da jornada de trabalho para 44 horas semanais e mais. Após greve dos trabalhadores e muita negociação, a lista foi reduzida para 10 pedidos, que acabaram aceitos.
Os trabalhadores de São José dos Campos não receberão reajuste salarial em 2019, ganhando um aumento de o equivalente a 60% da inflação em 2020 e de 100% da inflação em 2021. A GM ainda reduziu os valores pagos da Participação de Lucros deste ano, excluiu o limite de 29 horas/mês de horas extras, fará uma redução gradativa do adicional noturno e baixou o piso e grade salarial.
Para a GM, “este é mais um passo para a concretização do plano de viabilidade da Chevrolet (no país) e as tratativas com os fornecedores, governo e outros interessados continuam de forma diligente.” Já o sindicato não comemora tanto assim. “O sindicato é contra qualquer medida que prejudique os trabalhadores, mas respeitamos a decisão da assembleia, que é soberana”, afirma Renato Almeida, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, “agora vamos nos manter firmes na cobrança para que a GM cumpra o acordo e traga o investimento de R$ 5 bilhões para a fábrica local.”
O panorama é positivo para a GM, já que o sindicato de São José dos Campos é conhecido por ser um dos mais duros na negociação. A marca ainda conversa com os funcionários de São Caetano do Sul (SP) e Gravataí (RS) para conseguir reduzir seu custo operacional. A fabricante começou esta movimentação após enviar um comunicado aos seus funcionários dizendo que estava acumulando prejuízos no Brasil há três anos e que precisaria de “sacrifícios de todos” para mudar este quadro de situação delicada.
Até o momento, os trabalhadores de Gravataí recusaram todas as propostas feitas pela GM e ainda iniciaram uma greve. A marca acabou recuando e adiou as negociações para 2020. Já em São Caetano do Sul, os funcionários também rejeitaram as propostas, mas ainda estavam negociando com a fabricante.
Fonte: Automotive Business
RECOMENDADO PARA VOCÊ
McLaren foi vendida mais uma vez, inclusive divisão de competições
Projeto de Lei propõe regularização do mototáxi
Porsche: "há uma tendência clara'' de preferência por carros a gasolina
Marca britânica Jaguar deixa de vender carros no Reino Unido
VW caminha para cortar fábricas, empregos e salários na Europa
Brasil quer equipar 33% dos eletrificados com baterias nacionais até 2033
Depois da Land Rover, SsangYong faz acordo para usar plataformas da Chery