A disputa pela liderança do mercado brasileiro promete ser mais acirrada neste ano. Pelo que apuramos, apesar do recente anúncio de prejuízos nos últimos anos, a Chevrolet não só pretende sustentar sua posição, como ampliá-la, com uma ofensiva que inclui 11 lançamentos em 2019.
Nesta semana, o presidente da Volkswagen, Pablo Di Si, falou ao Motor1.com que a marca mira a primeira posição de vendas no mercado nacional. Do outro lado, embora as firmes renegociações que a GM vem fazendo com fornecedores e governo possam ter sinalizado uma situação diferente, os números de emplacamentos da montadora norte-americana indicam que a disputa será mais difícil do que a alemã imagina.
No primeiro “round”, em janeiro, deu Chevrolet. A marca fechou o mês com 36.215 emplacamentos, ante 28.057 da VW, mantendo uma diferença de participação de mercado próxima da média do ano passado, 18,99% contra 14,71%. O que chama a atenção, no entanto, é o resultado do varejo, que reflete a preferência do consumidor pessoa física apenas, e exclui as vendas a grandes frotistas, por exemplo.
Analisando os números de vendas nas lojas, a GM viu sua participação de mercado crescer para 19,83% - frente à média de 17,3% nos últimos seis meses anteriores. Outro ponto que indica o tamanho do desafio para a Volkswagen é fato de que a GM domina esta fatia de mercado desde 2013, ano em que lançou o Onix. E neste ano o hatch compacto ganhará uma nova geração.
A Volkswagen também cresceu. A chegada de importantes modelos como Polo, Virtus e Tiguan contribuiu para os 14,71% de market share da marca alemã em janeiro. No entanto, é importante observar que boa parte deste crescimento foi impulsionado pelo aumento nas vendas diretas. No último mês, a VW terminou com 16% de participação neste segmento, 0,8% acima da média dos últimos dois meses.
Ao destrinchar os números de janeiro desta briga entre a GM e VW, vemos que a marca norte-americana anotou 20,2% de veículos na modalidade venda direta, enquanto a VW registrou 16%. Em relação aos modelos mais rentáveis, de comerciais leves, a GM comercializou apenas 9,58% nesta modalidade enquanto a VW somou quase o dobro, atingindo 19,15% nas vendas PJ.
Isso mostra que a GM ainda tem uma boa vantagem neste confronto direto e que, embora comercialize mais carros nas vendas PJ, tem resultado significativo no segmento mais rentável, o de picapes e comerciais leves.
O grande divisor de águas para a Volkswagen será a chegada do T-Cross. Primeiro utilitário esportivo compacto da marca, colocará a empresa num segmento que não participa hoje e que certamente mexerá na composição do market share nacional. Há também a promessa dos esportivos Polo e Virtus GTS, mas são versões que não devem impactar tanto em termos de volume. O novo Jetta 2.0 TSI é outro lançamento cotado para este ano.
Do lado da GM, a promessa é de 11 lançamentos em 2019. As novas gerações de Onix e Prisma são as principais armas para a Chevrolet se manter no topo. Quando chegou, o Onix inovou ao oferecer a multimídia MyLink de forma acessível, o que foi um grande diferencial do modelo frente aos concorrentes.
A marca também deve renovar sua gama de motores com os esperados 1.0 de três cilindros, incluindo do 1.0 Turbo. O Cruze renovado, em suas versões hatch e sedã, também deve chegar logo. O Tracker, que passará a ser feito no Brasil, deve pintar no começo de 2020 para, desta vez, entregar volume suficiente para contra-atacar o efeito T-Cross.
Será sem dúvida uma briga ferrenha. E o maior ganhador será o consumidor, já que terá novas e melhores opções das duas marcas.
Fotos: arquivo Motor1.com e reprodução
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