A discussão entre a General Motors e os sindicatos para reduzir seus custos no Brasil acabou revelando que os novos Onix e Prisma começarão ser fabricados em julho. A informação foi dita por Edson Dorneles, diretor de assuntos jurídicos do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (Sinmgra), ao criticar a proposta da GM de reestruturação. O lançamento será no 2º semestre de 2019, começando pelo hatchback e seguido pelo sedã, enquanto o novo Tracker fica para 2020, com produção esperada para começar em dezembro.

“Somos contra essa reestruturação da GM nos moldes propostos, porque é prejudicial aos trabalhadores. A fábrica de Gravataí é uma das mais produtivas do mundo, produz os carros mais vendidos da GM aqui e já está preparada para fazer novos produtos a partir de julho. Foi para isso que fizemos um acordo em 2017, válido até 2020. Essas propostas de cortes anulam tudo que conseguimos e que iríamos só agora começar a usufruir. Não aceitamos e se insistirem vamos à Justiça fazer valer o acordo em andamento”, disse Edson Dorneles, do Sinmgra, como revela o site Automotive Business.

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O complexo em Gravataí recebeu um investimento de R$ 1,4 bilhão para ser capaz de produzir os carros com a nova plataforma, desenvolvida em parceria com os chineses da SAIC. A fábrica continuará a produzir a dupla Onix e Prisma, agora em sua nova geração, enquanto o novo motor 1.0 de três cilindros será fabricado em Joinville (SC), recebendo um aporte de R$ 1,9 bilhão. São Caetano do Sul (SP), a unidade mais antiga da empresa e onde fica sua sede, recebeu R$ 1,2 bilhão para ser capaz de fazer a nova geração Tracker a partir de dezembro.

Briga por cortes

A GM Mercosul recebeu ordens da matriz de cortar custos, com o argumento de ter tomado prejuízo nos últimos três anos (apesar de ser líder de mercado). A situação foi revelada após o vazamento de um comunicado escrito por Carlos Zarlenga, presidente da empresa na região, dizendo que a situação é crítica e que a marca precisa de um “sacrifício de todos” para sobreviver no país. Zarlenga ainda citava uma declaração de Mary Barra, presidente global da GM, de que poderia fechar fábricas ou até mesmo deixar a América do Sul caso a situação não melhorasse.

O documento serviu de argumento para que a GM buscasse reduzir seus custos onde pudesse. Baixou a comissão de venda dos concessionários de 5% para 4% e negocia reduzir o piso salarial e corte de uma série de benefícios de todos os funcionários de suas fábricas. A empresa ainda teria tido uma reunião com Carlos da Costa, secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do ministério da Economia. Segundo a Folha de São Paulo, os apelos feitos pela fabricante não surgiram efeito e Costa teria dito que “se precisar fechar (a fábrica), fecha”.

Fonte: Automotive Business
Flagra: Auto Buzz

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