Após dar um susto com um comunicado enviado a todos os funcionários, a General Motors começa a explicar sua real situação para os sindicatos de São Caetano do Sul e São José dos Campos (SP), garantindo que não irá sair do Brasil, mas que precisa cortar custos. Executivos da empresa fizeram uma reunião com os sindicatos na última terça-feira (22), e explicou que desejam trazer um novo investimento para o país, mas que isso depende dessa redução de custos, incentivos do governo e da situação econômica do Brasil.
Enquanto a General Motors continua em silêncio sobre o assunto, os sindicatos vão revelando o que aconteceu nesta reunião. “Foi uma conversa franca e clara. O momento que a GM passa é delicado. Acompanhamos os últimos movimentos da GM global, com fechamento de fábricas “ disse Felício Ramuth, prefeito de São José dos Campos, em entrevista à Folha de São Paulo após a reunião. “No Brasil, existe a oportunidade de investimento, mas São José dos Campos, São Caetano e o Brasil têm que fazer a lição de casa.”
E o que é fazer a “lição de casa”? Reduzir custos para que a operação da GM no Brasil saia do vermelho. Embora seja líder de mercado, especialistas apontam que a maior parte das vendas da empresa está nos segmentos mais baratos, nos quais a margem de lucro pequena não é o suficiente para pagar pela estrutura da fabricante.
Para isso, ela já fez um corte na comissão de venda dos concessionários, saindo da média de 5% para 4%. E ainda irá negociar preços melhores com os fornecedores. Na parte do governo, a fabricante busca apoio nas esferas estaduais e municipais. Carlos Zarlenga, presidente da GM Mercosul, teria conversado com o governador de São Paulo, João Dória. Já Henrique Meirelles, secretário da Fazenda do Estado, revelou ao Valor Econômico que negocia descontos e simplificações tributárias. A terceira medida será renegociar o piso salarial e terceirização dos funcionários das fábricas em São Caetano do Sul (SP), São José dos Campos (SP) e Gravataí (RS).
O próximo ciclo de investimentos da marca no Brasil depende do resultado da nova família de veículos, que começará a ser vendida no país no segundo semestre com os novos Onix e Prisma, seguido pelo Tracker em 2020. Os novos aportes seriam direcionados a São Caetano do Sul, entre 2021 e 2022, e para São José dos Campos, entre 2022 e 2023. São José, que produz S10 e Trailblazer, receberia mais um carro.
Os planos da empresa para o Projeto GEM, plataforma feita em parceria com a chinesa SAIC, incluem mais modelos, como uma picape abaixo da S10 e a nova geração da Spin. Rumores recentes dizem que ainda teria um segundo SUV acima do Tracker e até um sedã médio para o lugar do Cruze.
Fonte: Automotive Business
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