A Ford se prepara para uma verdadeira revolução no mundo automotivo. Uma nova geração de carros altamente digitais, inteligentes e elétricos está saindo do forno, e a marca do oval do azul é a montadora global que mais entendeu as necessidades desta nova era. Motor1.com veio até a CES, a maior feira de tecnologia do mundo, para conhecer de perto o futuro que ela está preparando.
O primeiro fruto desta nova geração será o primeiro carro da Ford projetado do zero para ser um veículo 100% elétrico. Quem acompanha o Motor1.com sabe que estamos falando de um novo SUV que terá forte inspiração no design do Mustang. Aqui na CES tivemos a chance de participar de uma conversa exclusiva com Darren Palmer, diretor global de Desenvolvimento do Produto do Time Edison, responsável pelo novo modelo.
"Nosso primeiro carro elétrico feito do zero será anunciado este ano e esperamos a tecnologia atingir o ponto correto para o consumidor popular. Acredito que ele será o primeiro carro elétrico altamente aspiracional e acessível e isso ajudará a popularizar o conceito. A tecnologia não estava pronta para oferecer mais autonomia com preço acessível até agora", destaca Palmer.
Atualmente a Ford vende nos Estados Unidos vende o Focus Elétrico, uma versão adaptada no modelo convencional. Também oferece os eletrificados Fusion Hybrid e Energi além da minivan C-Max Hybrid. Diferente dos modelos adaptados, a nova geração desenvolvida especificamente para modelos elétricos entregará muito mais tecnologia, otimização do espaço interno (os motores elétricos são menores) e autonomia.
De acordo com o executivo, as pesquisas conduzidas globalmente pela Ford apontam o desejo dos consumidores por uma autonomia média de 300 milhas (482 quilômetros). "A popularização dos carros elétricos ainda não aconteceu, e ela chegará com a próxima geração de baterias. Nós atingimos o ponto em que podemos entregar o que o consumidor necessita. 300 milhas é a barreira na qual muitos consumidores dizem agora isso se tornou viável para a minha vida”, afirma.
Outro ponto destacado por Palmer é fato de que somente esta nova geração de baterias permitirão às empresas venderem carros elétricos com rentabilidade necessária para o negócio ser sustentável. "Muitos dos carros elétricos atuais que as companhias automotivas vendem não dão lucro, e eles acabam sendo limitados pois, por terem prejuízo, as companhias não incentivam a venda deles. Nosso objetivo é ser rentáveis e, como companhia automotiva, oferecer esses carros em todos os lugares possíveis em todo o mundo".
O segmento escolhido para iniciar a democratização dos carros elétricos da Ford não poderia ser outro: o de SUVs. "Esse carro será um SUV altamente desejável e aspiracional. Nosso intuito é que sele seja como um “Carro 2.0 – altamente digital, centrado na experiência humana, um carro de nova geração”, explicou Palmer.
Sobre o preço, é consenso de que ainda é uma tecnologia cara, mas Palmer acredita que a questão não é apenas valor, é também o desejo. "Quando você dirigir um carro elétrico por uma semana, você não consegue voltar. Você percebe o desempenho, e pensa `é um elétrico!´, e isso muda a sua vida. Olha só este smartphone (apontando para um iPhone). É três vezes mais caro, precisamos recarregar a bateria todas as noites, parece loucura, mas todos querem. Eles querem por causa dos recursos, do sistema. Os estudantes compram isso antes de comprar outras coisas e centralizam tudo aqui". De fato, é a mesma analogia que fizemos em nosso vídeo de avaliação do elétrico Chevrolet Bolt no Brasil (veja aqui).
Mesmo com todos os desafios de preço e infra-estrutura, o objetivo da Ford não é nada modesto. "Queremos que o nosso novo carro elétrico não seja só o 'melhor carro elétrico', queremos que ele seja o melhor carro, e isso vai ajudar a popularizá-lo. Esse é o futuro automotivo para o mundo", cravou o executivo.
"Sou o Diretor Global de Desenvolvimento de Produto para Veículos Elétricos da Ford, faço parte do Team Edison e somos o time responsável por popularizar os carros elétricos. Pois isso é o que a Ford faz, ela democratiza a tecnologia e a torna disponível para a maioria das pessoas", finalizou Darren Palmer.
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