Lançado em 2008 como grande aposta da até então desconhecida Tata para revolucionar o mercado global de automóveis, o compacto Nano sai de linha nesta semana na Índia sem qualquer motivo para comemorar. Aproximadamente 10 anos após a estreia, o modelo ficou longe de alcançar os objetivos iniciais e se despede do mercado com um histórico de vendas baixas, problemas de qualidade e até casos de incêndio.
Oficialmente, a Tata não confirma o fim do Nano, mas a agência de notícias Bloomberg traz a informação por meio de fontes internas da fábrica. Segundo a publicação, apenas uma unidade foi produzida em junho na Índia (contra 275 exemplares do mesmo mês do ano passado) e nenhuma sequer foi exportada (contra 25 em junho de 2017). Na prática, os números representam a despedida definitiva do modelo das linhas de montagem.
Para efeito de comparação, a meta da Tata era emplacar anualmente 250 mil exemplares, mas o desempenho real passou longe. O melhor período de vendas foi registrado em 2011, quando 74.527 unidades foram entregues. Nos anos mais recentes, 2016 e 2017, apenas 7.591 unidades foram emplacadas.
Descrito como "carro do povo", o Nano foi projetado para ser o primeiro carro de muitas famílias indianas (em sua maioria habituadas a rodar em motos, triciclos ou carros muito velhos). Media 3.043 mm de comprimento, 1.495 mm de largura e 1.652 de altura, sendo inicialmente equipado com motor 623 cm³ de 2 cilindros, instalado na traseira. O propulsor rendia 35 cv a 5.250 rpm e 4,9 kgfm de torque a 3.000 rpm e empurrava os 600 kg do carrinho com certa dificuldade. Custava 100 mil rúpias, ou cerca de R$ 5 mil no câmbio atual.
Em 2015, uma versão reestilizada chegou a ser lançada trazendo uma série de melhorias, incluindo direção elétrica, computador de bordo e sistema de som com Bluetooth. O batismo passava a ser "GenX Nano" e o desenho ganhava leves retoques. Além disso, contava com câmbio automatizado de 5 marchas (uma opção ao manual de 4 posições) e prometia consumo de 21,9 km/l.
Apesar das tentativas da Tata, a reprovação em testes de impacto e os diversos casos de incêndio afastaram definitivamente os compradores. O projeto de uma versão elétrica chegou a ser cogitado como uma espécie última cartada, mas os planos não vingaram.
Fotos: Divulgação
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