Como você imagina a fabricação de um carro elétrico? Para a GM, é praticamente o mesmo processo de um carro convencional. Visitamos a fábrica da GM em Orion, distrito localizado nos arredores de Detroit, para ver de perto como nasce o Bolt, carro 100% elétrico que será vendido no Brasil.
Como uma linha tradicional, planta de Orion produz atualmente o Bolt e também o Sonic nas versões hatch e sedan. E é exatamente isso que é interessante.
Com alto nível de automação, as áreas de solda da carroceria do Bolt são muito similares à de um carro convencional. Fruto de um investimento de US$ 245 milhões, além de receber maquinários e robôs, a unidade também abriu 300 novos postos de trabalho, e por enquanto, ainda opera em turno único.
O processo produtivo é praticamente o mesmo. As peças estampadas para os três modelos são estocadas na mesma unidade. Na soldagem, é possível notar reforços estruturais aplicados no assoalho do Bolt para a fixação e isolamento da bateria. Na sequencia, é feita a junção das partes, formando assim a carroceria. Após o processo de pintura, o carro entra na linha de montagem.
Etapa extra, mas realizada em cerca de dois minutos, é o acoplamento da bateria na parte debaixo do Bolt. Por falar em baterias, elas são produzidas na Fábrica de Baterias da GM em Brownston, localizada a cerca de 75 quilômetros de Orion.
Com uma unidade do Sonic e outra do Bolt, a linha segue com normalidade. O powertrain, conjunto de motor e câmbio, vem de outra área em um carro robotizado. Olhando de certa distância, não é fácil diferenciar o que é o conjunto com motor à combustão e o que é motor elétrico. Somente quando se aproxima, é possível notar as diferenças. Embora o processo de acoplamento do powertrain com a carroceria seja o mesmo, o conjunto elétrico é ligeiramente mais compacto e não possui o sistema de escape.
A partir de então, a linha de montagem segue para a montagem de painéis, acabamento interno e bancos. No fim da linha de montagem, o funcionamento básico de direção, aceleração e freio são checados antes de um teste final.
Até aqui, o que chamou a atenção é a naturalidade para se produzir um carro elétrico. Enquanto a Tesla sofre para acertar o ritmo de produção aceitável, gerando atrasos que estão irritando compradores e os fazendo desistir da compra, a GM mostra que está preparada para produção de elétricos em larga escala e no mesmo volume de um carro normal. Atualmente, a planta de Orion opera em apenas um turno, o que a deixa com muita flexibilidade para adicionar novos turnos e ampliar rapidamente a capacidade de produção.
Além disso, em janeiro de 2017 também foram produzidas nesta planta 130 unidades do Bolt equipado com sistema autônomo, o que tornou a GM a primeira empresa a fabricar veículos autônomos em uma instalação de produção em grande escala. Esta frota se juntou aos mais de 50 da geração atual de Bolt que foram implantados em frotas de testes em San Francisco; Scottsdale, Arizona; e Detroit.
Pelo que vimos, além de todo o know-how de uma montadora centenária, a GM também já dominou a produção em larga escala dos carros elétricos. Isso vai de encontro ao anúncio feito em outubro de 2017 da estratégia de lançamentos de 20 novos veículos totalmente elétricos até 2023, inclusive destacando a experiência no que a marca tem aprendido com o Bolt EV (fotos). Eles serão os dois primeiros de uma série de 20 novos carros totalmente elétricos que serão lançados até 2023.
E isso também impactará no Brasil, uma vez que Mary Barra também deu a missão à GM Mercosul de liderar e eletrificação na região. "Se temos essa missão no Mercosul, vamos ter que trabalhar isso no Brasil também”, afirmou Carlos Zarlenga, Presidente da GM Mercosul, ao Motor1.com durante evento de lançamento do Equinox em outubro do ano passado.
Já confirmado, o Chevrolet Bolt será o primeiro a chegar, embora sem estimativa precisa de data e preço, pois a montadora depende das definições do Rota 2030 para definir a sua estratégia.
De Detroit, Michigan
Viagem à convite da GM Mercosul
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