Não tem como tapar o sol com a peneira. Com os preços dos hatches médios partindo de R$ 90 mil, muitos consumidores têm optado por migrar para o segmento do momento, o de SUVs. No lançamento da linha Golf 2018, este foi um tema abordado e respondido por Gustavo Schmidt, Vice-Presidente de Vendas e Marketing da Volkswagen do Brasil.
Por que uma pessoa compraria um Golf e não um SUV? Para Schmidt, este é um "segmento de clientes cativos". O público consumidor de um hatch médio é mais exigente em termos de construção e preza pela performance, seja em níveis de aceleração ou estabilidade em velocidades mais elevadas.
A derrocada do segmento pôde ser vista pelos números de maio: o líder Chevrolet Cruze emplacou apenas 435 unidades, seguido pelo Golf com 302 e Ford Focus com 237. Antes da "Era dos SUVs", a disputa que acirrava os ânimos era entre Golf e Focus, depois i30 e mais recentemente com o Cruze hatch. Todos eles em algum momento de um passado não muito distante foram líderes, época em que um ponteiro registrava números de vendas batendo a casa das 3.000 unidades mensais.
"O segmento de hatches médios está virando nicho, mas vai continuar existindo na Volkswagen. Mais à frente, o modelo vai receber novas tecnologias e ser o embaixador da propulsão elétrica da Volkswagen no Brasil", prevê o executivo.
As novas tecnologias as quais o executivo se refere podem ser "entendidas" como Golf GTE e e-Golf. No caso do GTE, ele combina o motor 1.4 TSI e outro elétrico, que juntos, entregam potência máxima de 205 cv. Associado ao câmbio DSG de 6 velocidades, acelera de de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos e alcança velocidade máxima de 222 km/h. A autonomia total combinada pode chegar a 940 km.
Já o e-Golf é a versão 100% elétrica do hatch, com potência equivalente a 136 cv. Por enquanto, a autonomia com uma carga completa de bateria é de cerca de 300 quilômetros e o tempo de recarga pode ser feito em menos de seis horas.
Futuros lançamentos da própria Volkswagen indicam que a mudança de entendimento deste segmento como nicho não deve demorar a acontecer. Os novos SUVs, T-Cross, com apresentação ainda este ano, e Tarek (Tharu), esperado para o ano que vem, terão faixa de preços semelhantes às da linha Golf.
No caso das versões elétrica e híbrida, há ainda a necessidade de uma definição do novo programa de desenvolvimento da indústria automotiva, o Rota 2030, que, embora esteja praticamente pronto, ainda não foi assinado pelo governo. De qualquer forma, as duas novidades devem estar no Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro.
Para aqueles que são clientes cativos dos hatches médios, principalmente do Golf, Schmidt os tranquiliza dizendo que o Golf é praticamente uma outra marca dentro da Volkswagen e que por isso sempre terá seu espaço. Sobre a produção, Schmidt também afirmou que o plano a médio prazo é o de continuar sua fabricação no Brasil. Caso no futuro o volume não justifique a fabricação nacional, a importação via México seria o caminho natural.
Fotos: arquivo Motor1.com e divulgação
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