Anfavea: Fábricas deixaram de produzir mais de 70 mil carros em maio
Greve dos caminhoneiros prejudicou números de produção das montadoras
Os reflexos da greve dos caminhoneiros serão sentidos por alguns meses pela indústria automotiva. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as fábricas tiveram que interromper a produção durante os últimos dias de junho, o que em números significa que deixaram de ser produzidos de 70 a 80 mil carros.
Sem receber peças para continuar a produção, as fabricantes tiveram que parar as linhas de montagem. Com isso, a produção de veículos recuou 15,3% em comparação com maio do ano passado. Como o mercado vinha em um ritmo de crescimento, a interrupção teve um efeito maior ante abril, com uma queda de 20,2%. De acordo com os dados divulgados pela Anfavea, foram fabricados 212,3 mil carros em maio. Até mesmo as exportações, que vinham registrado crescimento contínuo, foram afetadas e recuaram 17,3% em relação a maio de 2017.
Nas lojas, o prejuízo é medido pelo número de emplacamentos: queda de 25 mil unidades, fazendo com que maio fechasse com uma redução de 7,1% em comparação com o mês anterior.
Embora a greve tenha derrubado os números de maio, 2018 segue com números melhores na comparação com 2017. A indústria produziu 1,178 milhão de veículos de janeiro a maio, emplacando 964.770 deles, um aumento de 12,1% e 17,0%, respectivamente. Para recuperar o tempo perdido, a Anfavea diz que as fabricantes devem apostar em horas extras, inclusive aos fins de semana, mas espera que o mês de junho ainda seja afetado pela paralisação.
Deixando a greve de lado, a Anfavea falou sobre a melhoria de toda a indústria automotiva. A quantidade de empregados aumentou 4,2% em relação a maio de 2017, puxada pela reativação do terceiro turno em diversas linhas de produção. A associação espera fechar 2018 com 2,502 milhões de unidades vendidas, 11,7% mais do que no ano passado, e ultrapassar a marca de 3 milhões de unidades produzidas.
O que pode atrapalhar esta previsão é a volatilidade do dólar. Uma disparada da moeda norte-americana pode afetar os custos dos carros que têm maior conteúdo importado e no bolso das empresas que fizeram empréstimos em dólar.
Rota 2030 em breve
Todo mês o governo tem um revés que impede a implantação do novo regime automotivo Rota 2030. Segundo a Anfavea, o texto final está praticamente pronto e será anunciado em breve. As fabricantes cobram do governo alguma definição para que possam montar suas estratégias e decidir quanto e de que forma irão investir no nosso mercado. Um dos pontos mais esperados é sobre uma política de incentivos para veículos híbridos e elétricos.
Fotos: divulgação
Galeria: Volkswagen - Fábrica de Taubaté (SP)
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