Volta e meia encontramos aquele carro que está soltando uma fumaça bem escura. É o tipo de veículo que é alvo da inspeção veicular, que pode voltar a ser realizada em São Paulo. Este aumento na emissão de poluentes pode ser causado por diversas razões e uma delas é a falta de manutenção do automóvel, com peças desgastadas que prejudicam o catalisador, equipamento que converte quase 98% dos gases tóxicos em substâncias inofensivas.
“O catalisador é um componente que pode durar até o fim da vida útil de um carro”, explica Cláudio Furlan, gerente comercial da Umicore, fabricante de catalisadores. “Porém, é um item que sofre com o desgaste excessivo de peças do sistema elétrico, de ignição e de injeção, por exemplo. Por isso, é importante que os motoristas mantenham a manutenção dos veículos em ordem.”
A lista de peças que precisam ser verificadas é grande. Velas, cabos e bobinas de ignição, sensores de rotação, polia, chicotes elétricos e conectores com problemas podem aumentar a emissão de poluentes, por permitir que combustível não queimado vá até o escapamento, derretendo o catalisador. O sistema de injeção exige manutenção nos bicos injetores, bomba de combustível, reguladores de pressão e sensores. Se injetar menos combustível do que o ideal, o catalisador pode começar a oxidar.
Claro, precisamos manter o sistema de escape em ordem. Filtros de ar entupidos e juntas do escapamento com desgaste também elevam a emissão de poluentes. “No primeiro caso, pode ocorrer uma alteração da mistura ar/combustível, enquanto a segunda situação permite a entrada de ar no escapamento, que também causa oxidação dos metais preciosos”, diz Furlan.
Fora a manutenção das peças, os proprietários devem ficar de olho no óleo e aditivo usado, além de abastecer com combustíveis de lugares confiáveis. “O ideal é que o veículo seja exposto somente a combustíveis de boa qualidade e procedência, e que a troca de óleo seja realizada no período correto, respeitando o tipo de produto recomendado pelo fabricante, sem adicionar nenhuma substância desconhecida”, finaliza o executivo.
É muita coisa para cuidar. No entanto, a alternativa é pior. O Projeto de Lei 300/2017, do vereador e presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), determina que quem não fizer a inspeção ou emitir poluentes acima do limite pagará uma multa entre R$ 1 mil e R$ 5 mil. Será obrigatório para carros com mais de três anos desde o emplacamento e, no caso das motos, a cada dois anos.
Foto: Divulgação
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