Não é preciso ser nenhum expert em marketing para perceber que há um enorme gap na gama do novo Volkswagen Polo brasileiro. Isso porque da versão 1.6 manual, tabelada a R$ 54.990, para a versão seguinte, a 1.0 TSI Comfortline, de R$ 65.190, há um buraco de mais de R$ 10 mil. Ou seja, quem procura um hatch com câmbio automático até R$ 60 mil corre o risco de ir parar na concessionária de marca concorrente...
Pois bem, pelo que apuramos na apresentação global do Virtus nesta quinta-feira (17), a VW está trabalhando para solucionar esse problema. A questão é que a versão 1.6 automática já foi inclusive desenvolvida, inicialmente para ser vendida no mercado argentino. Mas ela também chegará às lojas brasileiras, e isso deverá acontecer no primeiro trimestre de 2018. Preço? Cerca de R$ 5 mil acima da 1.6 manual, ou seja, exatamente na faixa dos R$ 60 mil. A transmissão será a mesma Tiptronic de 6 marchas usada nas versões TSI.
Essa necessidade do câmbio automático numa versão mais barata é ainda mais importante do no caso do sedã Virtus. De início, ele contará apenas com as versões 1.6 manual e 1.0 TSI, a serem lançadas no fim de janeiro. A VW não disse nada sobre versões na apresentação, mas fuçamos no manual do carro exposto no evento e apenas estes modelos constam do livreto. Assim, a versão 1.6 AT deverá chegar somente uns meses depois - talvez até mesmo junto do Polo 1.6 AT.
Alguns questionaram também o porquê de não haver uma versão 1.0 TSI com câmbio manual, como existe no up! e no Golf. A resposta é simples: mercado restrito. Na faixa dos R$ 60 mil, hoje o mercado brasileiro é claramente mais voltado ao câmbio automático. E o que não falta é opção, como mostram Chevrolet Onix 1.4 AT, Hyundai HB20 1.6 AT, Fiat Argo 1.3 GSR, Ford Fiesta 1.6 Powershift e Nissan March 1.6 CVT, entre outros.
Entre os sedãs, a briga do Virtus vai incluir desde o Chevrolet Prisma até o Honda City, sem falar dos que ainda vão chegar, como o Fiat Cronos (sedã do Argo) e o Toyota Vius (sedã do Yaris). Ao vivo, o novo "Polo Sedan" causa melhor impressão que o hatch, por conta do porte de carro maior e do design que remete ao Audi A4 (enquanto o Polo lembra muito o Gol quando visto por trás). Com 4,48 m de comprimento e 2,65 m de entre-eixos, o Virtus vai se posicionar como um dos modelos mais espaçosos do segmento, tanto no banco traseiro (que conta com a exclusividade das saídas de ar nas versões TSI) quanto no porta-malas de 521 litros.
Por conta do conjunto mecânico (1.0 TSI de 128 cv e 20,4 kgfm aliado ao câmbio automático) somado ao porte imponente e ao nível de equipamentos (incluindo o painel digital e a central multimídia de 8"), o Virtus Highline poderá inclusive roubar vendas de sedãs médios - lembrando que nesta versão completa ele não deverá passar dos R$ 80 mil. Já para brigar no "andar de baixo", o câmbio automático na versão 1.6 será praticamente vital para seu sucesso nas lojas.
Fotos: divulgação e arquivo Motor1
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