Aston Martin Valkyrie, criado por Adrian Newey, está 95% pronto
Hipercarro britânico terá 1.030 kg e mais de 1.000 cv. E essa nem é a parte mais interessante
Quando a Aston Martin revelou o nome do hipercarro que encomendou a Adrian Newey, digno de óperas, antecipamos um bocado de informação sobre o Valkyrie, mas o mock-up revelado na ocasião só dava uma ideia do estilo do carro. Pois nesta quarta (12) a fabricante britânica divulgou 19 fotos do bebê do projetista de F1 mais bem-sucedido dos últimos anos. E disse que ele está 95% pronto em termos de estilo, além de nos contar alguns detalhes deliciosos sobre o modelo.
Tudo que podia ser eliminado em termos de massa foi. Até o emblema da marca foi considerado pesado demais. Por conta disso, a Aston Martin criou um, feito de alumínio, com 70 mícrons, 30% mais fino do que um fio de cabelo. Depois de colocado no nariz do Valkyrie, ele é coberto (e protegido) por uma camada de verniz. Só no emblema, a redução de peso foi de 99,4%, mas ele foi apenas o começo do regime.
A ideia da Aston Martin foi adotar apenas a parte funcional de cada coisa, ainda que com elegância. Os faróis, por exemplo, são da Wipac e trazem apenas os elementos de farol baixo e alto em um suporte de alumínio anodizado. Com isso, as peças são entre 30% e 40% mais leves do que os faróis mais leves usados pela empresa. Assim como a terceira luz de freio, a menor do mundo, com apenas 5,5 mm de largura e 9,5 mm de altura. Sim, é isso mesmo: milímetros! Ela está na ponta da "barbatana de tubarão" do teto do carro. Boa sorte ao tentar encontrá-la na foto abaixo.
Tanto trabalho com redução de massa não ajudaria muito se a parte aerodinâmica, uma das especialidades de Newey, não fosse tratada com carinho. E foi, como também se pode ver na imagem aí de cima. O Valkyrie tem dois túneis Venturi, um de cada lado do assoalho. Seu objetivo é extrair todo o ar possível da parte de baixo do veículo para criar o máximo de downforce. Sem ter de recorrer a apêndices aerodinâmicos na parte de cima da carroceria, o que a deixa tanto mais bonita quanto mais leve.
Note que o Valkyrie não tem retrovisores externos. Ele os substituiu por duas câmeras colocadas nas laterais do carro. Tudo para não ter interferência aerodinâmica. As imagens geradas pelas câmeras aparecem em visores instalados perto das colunas A, como se pode ver abaixo.
Percebeu que o Valkyrie não tem painel? Todas as informações do carro estão concentradas no volante, que é removível, assim como os dos carros de F1. Isso seria uma medida tanto para facilitar o acesso ao interior, que comportaria pessoas de até 1,92 m de altura, quanto para tornar mais difícil um eventual furto. Tanto o motorista quanto o passageiro são acomodados no Valkyrie como em monopostos de corrida, com bancos baixos, rentes ao assoalho.
Segundo Matt Hill, diretor de criação de interiores da Aston Martin, todos os 150 compradores do carro de rua teriam amado o ritual de entrar e sair de seus novos brinquedos. Depois de gastarem algo em torno de 3 milhões de libras esterlinas para comprar o seu, vale frisar.
Os mais de 1.000 cv virão de um V12 de 6,5 litros, naturalmente aspirado, fabricado pela Cosworth, com transmissão da Ricardo, com 7 marchas, e de um sistema híbrido, chamado de ERS (Energy Recovery System), com baterias da Rimac. Se você nunca ouviu falar nela nem em seu carro, o Concept_One, ela ficou tristemente conhecida depois que Richard Hammond se acidentou com uma das 8 unidades do hipercarro elétrico.
Ainda tem tempo até que o primeiro Valkyrie seja entregue a seu proprietário. A previsão é que isso só aconteça em 2019. Mas já dá para imaginar que este V12, assim como o McLaren F1, não virá para ser apenas mais um "rostinho bonito" entre os hipercarros. Cuide-se bem, Bugatti Chiron!
Fotos: divulgação
Galeria: Aston Martin Valkyrie quase pronto para produção
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