Um SUV compacto de visual arrojado, interior moderno e que carrega o símbolo da Toyota. Receita que praticamente garante o seu sucesso em terras brasileiras, a não ser por um detalhe: o preço. O C-HR é o carro certo no momento certo. No Salão do Automóvel de Buenos Aires, executivos da marca japonesa confirmaram ao Motor1.com: o Toyota C-HR está confirmado para o Brasil e chega em 2018.
Antes criticada pela estilo conservador, a Toyota conseguiu dar um passo gigante em termos de design e modernidade com o C-HR, fato que o fez ser desejado pelo mundo inteiro. Literalmente. Este é um dos gargalos que está fazendo com que sua estreia no Brasil só aconteça no ano que vem. Os outros dois são impostos e o processo de homologação.
A estratégia encontrada pela Toyota para conseguir importar o C-HR "logo" é tentar abater o máximo de impostos possíveis. A alternativa encontrada neste momento é trazer a versão híbrida, que utiliza o mesmo conjunto mecânico do Prius, para se beneficiar de incentivos no Imposto de Importação e no ICMS. Assim, a marca conseguirá etiquetar o seu SUV com preço mais factível, embora certamente mais salgado que os rivais com motores a combustão. Quem apostar em cerca de R$ 130 mil pode se dar bem.
Vale lembrar também que os híbridos contam com descontos no valor do IPVA em alguns estados e cidades do país, além da isenção do rodízio municipal na cidade de São Paulo.
Construído sobre a nova plataforma modular da Toyota, TNGA, a mesma do novo Prius, o C-HR é bastante atraente. O acabamento interno foge completamente do que estamos acostumados a ver em um Toyota, ostentando um painel arrojado e habitáculo moderno. Considerando o eficiente conjunto híbrido formado pelo motor 1.8 a combustão com um motor um elétrico (122 cv de potência combinada), os argumentos para se pagar a mais no C-HR híbrido (do que nos concorrentes) ganham forma pela possibilidade de se obter consumo de combustível superior a 26 km/l e também pelo rodar sem ruído no modo elétrico.
Toda essa estratégia servirá para a Toyota ganhar mais tempo até que consiga produzir o SUV no Brasil. Como utiliza a plataforma TNGA, a conta para investimentos só fecha quando a nova geração do Corolla entrar em cena. E isso vai demorar um pouco ainda.
Se agir rápido, a Toyota pode marcar seu território no segmento de SUVs compactos e, ainda, oferecer o primeiro SUV híbrido do país. Se demorar, outro concorrente pode abocanhar este rótulo.
Fábio Trindade, de Buenos Aires, Argentina
Viagem a convite da Anfavea
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