Especial - 10 atrações da Honda até 2030
Fomos ao Japão participar do Honda Meeting 2017, evento sobre o futuro da marca
"Construir carros livres da emissão de carbono e livres de acidentes". Esta é a principal missão da Honda para os próximos anos, segundo destacou o CEO global da marca, Takahiro Hachigo, durante o Honda Meeting 2017, evento no qual a marca mostrou uma série de atrações que pretende lançar até 2030. O Motor1.com Brasil esteve por lá, no centro de pesquisa e desenvolvimento (R&D) da empresa, em Tochigi, no Japão, e lista agora as 10 principais novidades.
1) Nova identidade visual - A Honda vai exibir no próximo Salão de Tóquio, em novembro, um carro conceito que adiantará a nova identidade de design da marca. Embora sem dar detalhes, apuramos que se trata de uma evolução da atual "Solid Wing Face" aplicada no HR-V e no Civic.
2) Carros globais - Desde que assumiu a presidência da Honda, Hachigo vem trabalhando no avanço de uma estrutura apoiada em seis regiões globais, incluindo carros globais e regionais. Os globais são o Civic (que voltará a ser vendido no Japão a partir de julho), o CR-V (que vai ganhar versão híbrida em breve) e o Accord de nova geração, que será lançado inicialmente nos EUA com grandes avanços em design e dirigibilidade.
3) Carros regionais - O destaque ficou para a presença do brasileiro WR-V entre os exemplos expostos em Tochigi. Desenvolvido pela Honda do Brasil, o modelo é vendido também na Índia desde março de 2017. Ao lado dele estavam o SUV grande Avancier e o Acura CDX (um HR-V de luxo), modelos específicos para o mercado chinês. Além desses, a Honda trabalha com o BR-V (Ásia), Ridgeline e Odyssey (EUA), e a linha de kei cars (minicarros) chamada N-BOX (Japão).
4) Produção complementar - Apoiando-se na estratégia de seis polos de produção ao redor do mundo, a Honda atualmente tem o seguinte: nos EUA, investe na crescente demanda por SUVs com o CR-V, o Pilot e o Acura MDX. Já no Reino Unido a marca concentra a produção do novo Civic hatch, que de lá abastece o mercado europeu (maior consumidor de hatches médios do mundo), o dos EUA e em breve também o japonês. No Brasil, além de Civic, Fit, City e HR-V, está previsto aumento de volume com o WR-V e a esperada inauguração da fábrica de Itirapina (SP), que ainda não tem previsão de acontecer.
5) Eletrificação - A Honda tem como meta eletrificar 2/3 de seus carros vendidos em todo o mundo até 2030. Para tanto, a marca trabalha em modelos híbridos, híbridos plug-in, elétricos e os movidos a pilha de combustível. E terá as três últimas tecnologias oferecidas num carro só, o Clarity, que já está à venda na versão Fuel Cell e em breve estreia nas demais. No Salão de Tóquio, a Honda vai lançar um modelo elétrico totalmente novo. E o primeiro scooter elétrico da marca chegará em 2018. Desde outubro do ano passado, a Honda possui em seu R&D uma divisão de desenvolvimento específica para veículos elétricos, incluindo desde o powertrain até a carroceria.
6) Autônomos - Na parte de carros autônomos, a Honda trabalha no desenvolvimento de dois sistemas específicos - um para o trânsito urbano e outro para rodovias. Ambos se baseiam num sistema que utiliza pelo menos quatro câmeras para simular a visão humana e tomar decisões não somente pelo mapa do GPS. A automação da Honda estuda, inclusive, o comportamento dos pedestres para que o carro "entenda" a melhor forma de atuar. Na estrada, além de manter a distância controlada para o carro da frente e frenagem automática em caso de trânsito, o sistema já é capaz de realizar ultrapassagens sozinho. No entanto, os engenheiros da marca não souberam precisar quando essas tecnologias estarão disponíveis no mercado.
7) Scooter com airbag - Airbag para motos não é exatamente uma novidade (a própria Honda Goldwing oferece o dispositivo desde 2006). A novidade para os próximos anos é a oferta do sistema em motos menores e até em scooters, como o PCX mostrado no evento. Segundo a Honda, 37% dos acidentes com moto acontecem em cruzamentos. E a cabeça é a principal causa de morte em 42% dos acidentes de moto. No crash-test (com a moto a 50 km/h batendo no carro parado), o airbag resulta na proteção da cabeça, evitando que o piloto se choque com o carro. O dispositivo de acionamento fica na roda dianteira, mas a Honda ainda não soube precisar o quanto o airbag vai acrescentar de peso nem de preço no PCX.
8) Luz de frenagem de emergência (motos) - O novo dispositivo é responsável por, em frenagens com desaceleração acima de 6 m/s ou ativação do ABS, fazer a luz de freio acender mais forte e, além disso, ligar os piscas traseiros. Por ser uma tecnologia de fácil implementação e baixo custo, deverá surgir em breve nas próximas motos da Honda - inclusive em modelos pequenos.
9) Honda Civic "dynamic" - Por fora, ele parece apenas um Civic pintado de preto fosco. Mas, na prática, ele tem um tuning de chassi muito mais dinâmico. Para começar, o câmbio CVT dá lugar a um automatizado de dupla embreagem, voltado à esportividade, para trabalhar em parceria com o motor 1.5 turbo. Já o acerto de suspensão é mais firme, enquanto a direção ficou ainda mais direta e com maior peso. É um estudo, mas certamente veremos um pouco disso no novo Si...
10) Honda Civic Type-R - Sim, o Civic mais nervoso de todos os tempos está chegando ao mercado - a princípio, o europeu. Mantendo o motor 2.0 turbo do antecessor, o hot hatch nipônico recebeu alterações que lhe renderam 10 cv extras, chegando a um total de 320 cv. O torque foi a 40,8 kgfm. E o melhor: câmbio manual de 6 marchas, sem opção de transmissão automática. Há três modos de condução, enquanto a suspensão foi enrijecida e ajustada para aumentar o "feeling" de condução. Sabe da melhor? Vendas no Brasil estão em estudo. Após prometer a importação do NSX, que acabou não se concretizando por questões de custo, a Honda pode trazer o Type-R para ser o topo de linha da marca no país.
Daniel Messeder viajou a Tochigi, no Japão, a convite da Honda
Fotos: autor e divulgação
Galeria: Honda Meeting 2017
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