Dieselgate brasileiro - Cetesb encontra software enganador em Amarok mais recentes
Agência ambiental de São Paulo detectou problemas em unidades 2014 e 2015, segundo revista
No último dia 25, avisamos a nossos leitores que a Volkswagen terá de pagar uma multa de R$ 50 milhões, ou cerca de US$16 milhões, por vender no Brasil o mesmo motor EA189 com o software enganador que provocou o Dieselgate. Nos EUA, a empresa terá de pagar, por baixo, US$ 20,3 bilhões por ter vendido 500 mil carros com o mesmo motor. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) aponta 17.057 unidades com o problema, mas a conta não bate com a nossa: todas as 96.901 unidades da picape vendidas até 2016 usam o mesmo motor. E agora a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) detectou que o software também está ativo em unidades 2014 e 2015 da picape, como suspeitávamos. A informação é da revista Auto Esporte.
Segundo a reportagem, o Ibama multou a Volkswagen com base em cinco unidades da picape analisadas pela Cetesb. Elas eram dos modelos 2011 e 2012. E todas apresentaram comportamento muito diferente nos testes e nas ruas. Nas condições de teste de homologação, elas emitiam 0,26 g/km de óxidos de nitrogênio (NOx) a menos do que na rua, onde emitiam 1,1 g/km, valor acima do permitido pela norma L4 do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores). Isso comprovaria a fraude. Mas é aí que vem o detalhe interessante: também foram testadas duas Amarok mais recentes, modelo 2014 e 2015. A Cetesb teria apontado "a existência de algum item de ação indesejável". Em outras palavras, o software enganador.
A coisa fica pior. As picapes 2014 e 2015 já foram vendidas em uma fase de mais restrição às emissões, em que vigia a L6, com limite de 0,35 g/km de NOx. Uma das picapes superou em 16 vezes este limite. Segundo a Auto Esporte, a Cetesb alega que é preciso fazer mais testes, com mais unidades da picape, para comprovar a fraude. E que a agência ambiental, com toda a razão, reclama da falta de recursos humanos e técnicos para uma fiscalização mais efetiva. Talvez com os R$ 238 milhões que o Ibama queria cobrar fossem suficientes para comprar alguns equipamentos a mais, mas o limite máximo da multa que poderia ser aplicada, de acordo com a legislação brasileira, de 1998, eram os R$ 50 milhões...
Ainda que o prejuízo da Volkswagen fique restrito a essa mixaria (ainda cabe recurso à decisão administrativa), o Ibama poderá pedir o recall de todas as Amarok vendidas com o motor EA189. Em outras palavras, de todas as que já foram vendidas no país até hoje, mais do que as 96.901 vendidas até o final de 2016.
E a má notícia é que o conserto dos motores EA189 andou deixando os carros "indirigíveis", segundo proprietários na Europa. É o que contam o site HonestJohn.co.uk e também depoimentos ao jornal britânico "The Guardian". Os veículos teriam perdido potência, ficado com problemas na transmissão, aumento de consumo e falhas na válvula EGR, entre outros. Considerando o histórico baixíssimo de atendimento a recalls no Brasil, não é nada que preocupará os proprietários das picapes. Só quem for obrigado a conviver com eles...
Fonte: Auto Esporte
Fotos: divulgação e arquivo Motor1.com
Galeria: Comparativo - Chevrolet S10 High Country, Nissan Frontier LE 4x4 e Volkswagen Amarok Extreme
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