Se você nunca ouviu falar da Artega, deveria. Ela nasceu no Salão de Genebra de 2007 e tinha uma proposta inusitada: vender um esportivo com motor traseiro, comparável ao Porsche 911, chamado de GT. A ideia partiu de uma fornecedora chamada Paragon e de um empresário, Klaus Dieter Frers. Ele pegou um V6 3.6 da VW com 300 cv, um spaceframe de alumínio e uma bela carroceria de fibra de carbono. Até o final de 2009, já tinha entregado 43 unidades do GT e tinha mais 800 encomendas do esportivo quando seus sócios, Wolfgang Ziebarth e uma empresa mexicana, a Tresalia Capital, tiraram a Artega de suas mãos. E meteram os pés pelas mãos, levando a Artega à falência em 2012. Só 153 Artega GT foram vendidos. Frers comprou a empresa de volta e tentou reerguê-la, renomeando o Artega GT de Artega Scalo, agora um modelo elétrico. A mais nova jogada do empresário é o lançamento do Scalo Superelletra, um supercarro movido a eletricidade com apenas 50 unidades que é uma mistura feliz de uma série de referências automotivas.
Se você o olhar com cuidado, verá algumas semelhanças dele com o nosso finado Puma GTE. Não porque eles tenham se inspirado no modelo brasileiro, mas sim porque tanto ele quanto o Superelletra beberam da mesma fonte: os esportivos italianos dos anos 1950 e 1960. Não por acaso: o desenho da carroceria é da Carrozzeria Touring Superleggera, responsável por alguns dos carros mais bonitos e exclusivos do mundo na atualidade.
Por dentro, a configuração de bancos, com o do motorista no centro e dois bancos para passageiros, um de cada lado, faz referência ao McLaren F1. E também torna mais fácil a exportação da beldade para qualquer país do mundo. Por fim, as baterias de 120 kWh lembram as do Tesla Model S, mas vão além em capacidade. Isso porque o Scalo Superelletra terá 1.020 cv e uma autonomia de 500 km.
O modelo terá um motor para cada roda, refrigerado a água. Somados, eles entrega 165,2 kgfm de torque. A empresa diz que ele será capaz de ir de 0 a 100 km/h em 2,7 s e de atingir a máxima de 300 km/h. Sem retrovisores, o Scalo Superelletra usa câmeras para ajudar o motorista em meio ao trânsito. E custará algo em torno de 1,2 milhão de euros. O estilo e a exclusividade devem garantir interessados: serão apenas 50 fabricados. E quanto mais exclusivo e caro, mais interessados aparecem, como mostram as vendas do Bugatti Chiron.
O Scalo Superelletra e a Artega podiam virar roteiro de novela ou de filme, mas o melhor da história é saber que a empresa e o carro ainda existem. Que tenham vida longa. Especialmente agora, que estão nas mãos corretas.
Fotos: divulgação
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