Muita gente acha estranho chamar o VW Fusca de sedã, por conta de o terceiro volume não ser evidente. O modelo era sucesso absoluto em nosso mercado, com vendas cada vez maiores ao longo da década de 1960. Mas havia um público que esperava por um sedã com linhas mais definidas e tradicionais. De olho neles, a Volkswagen apresentava no Salão do Automóvel de 1968 o VW 1600, primeiro sedã de quatro portas da marca no país.
Baseado no modelo alemão de duas portas lançado bem antes, em 1961, o nacional fez sucesso entre os taxistas, mas devido às linhas retas logo ganharia o apelido de "Zé do Caixão".
Na época, a propaganda da VW o anunciava como um carro bonito que não era apenas um carro bonito. O destaque era a dianteira com os faróis retangulares - único modelo da marca a adotá-los no mundo inteiro. O interior seguia o padrão Volkswagen da época, trazendo o essencial: bons materiais, mas com acabamento simples demais. A mecânica era semelhante a do Fusca: com motor traseiro de 1.6 litro refrigerado a ar, com 50 cv e 11 kgfm associado ao câmbio manual de quatro marchas. Com máxima de 135 km/h, o desempenho não era ponto forte. E nem a estabilidade em curvas, que era ruim como nos irmãos TL e Variant. O porta-malas na dianteira era pequeno. Para compensar, atrás do banco traseiro havia um espaço razoável que podia ser usado para objetos.
Pouco tempo depois do lançamento, em 1970, os faróis retangulares foram trocados por dois pares circulares. Apesar do sucesso entre os frotistas, o modelo não agradou o público em geral e ficou no mercado somente até 1971, após serem produzidas 24.475 unidades. Lembrando que, na época, a preferência nacional ainda era por modelos de duas portas.
Injustiçado? Embora o visual do VW 1600 fosse alvo de piadas, pela carroceria de linhas retas e as sugestivas maçanetas que lhe renderam o apelido de "Zé do Caixão", entre outros, a concorrência tinha modelos com aparência semelhante e que faziam sucesso ao redor do mundo. Fiat 124, Lada Laika, Renault R8, entre muitos outros, eram modelos bem sucedidos em seus respectivos mercados. Daí fica a pergunta: por quê não deu certo?
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