O modelo avaliado esta semana é nova Spacefox 2011. Apesar de ter sido apresentada no ano passado, somente no mês de janeiro a Volkswagen cedeu um modelo completo para uma avaliação mais minuciosa, de nove dias. Neste período, foram percorridos pouco mais de 220 quilômetros, com o tanque sempre abastecido com etanol. A versão cedida pela Volkswagen para avaliação foi a top de linha Sportline 1.6 I-Motion 2011. Confira dos detalhes.
Assim como o Fox, a nova Spacefox resolveu alguns problemas que irritavam seus proprietários, principalmente no acabamento interno, o qual evoluiu muito e traz novos equipamentos de série para todas as versões. Em termos visuais, ficou mais moderna seguindo pela primeira vez a identidade global lançada pelo coupê esportivo Scirocco.
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A Spacefox ficou mais atraente e competitiva versão 2011. O "face-lift" aplicado no modelo é o mesmo feito no Fox, onde a parte dianteira e a parte traseira seguiram a linha da marca, harmonizando o conjunto geral da carroceria. Por fora a Station Wagon chama muita atenção por onde passa, com ar de novidade, o modelo se destaca nas ruas. A "SportWagon", como a própria Volkswagen insiste em chamar a Spacefox, tem como maior novidade as novas lanternas traseiras, que perderam o aspecto circular e ficaram mais retas e modernas, inspiradas no SUV Touareg e com uma certa semelhança com a sua principal concorrente, o Palio Weekend.
Visto de frente destaca-se a grade dianteira com filetes cromados, além do novo para-choque, que recebeu elementos horizontais e defletores integrados. Os retrovisores externos ganharam sinalizadores de direção, agora de série em todas as versões. Assim como o banco do motorista com regulagem de altura e porta-objetos na parte inferior (são 17 ao todo), e detalhes cromados em algumas partes do interior.
O quadro de instrumentos ganhou um display em LCD na parte central e, assim como o Fox, ganhou mostradores duplos (e bem mais visíveis). O interior foi todo reformulado, deixou o ambiente interno mais agradável e aconchegante, e com um certo toque luxuoso. Achar a posição de dirigir é fácil, pois na versão testada, oferecia bancos com regulagem milimétrica, volante com regulagem de altura e profundidade e retrovisores elétricos.
Detalhe do consumo 4,2 km/litro - elevado ao exagerar no uso da tecla "S" do câmbio
A versão avaliada, a Sportline 1.6 I-Motion (equipada com câmbio automatizado ASG), tem preço inicial de R$ 58.630 (valor consultado no site da montadora), mas que pode ser adquirido por cerca de R$ 56.000 em concessionárias do Rio de Janeiro, após consulta prévia por telefone.
De série, a nova Spacefox conta com direção hidráulica, ar-condicionado, limpador/desembaçador do vidro traseiro, regulagem do banco do motorista, redes nas laterais do porta-malas, banco traseiro com ajuste longitudinal, travamento central, trio elétrico, entre outros. Na versão avaliada ainda é possível encontrar computador de bordo com sete funções, sensor de chuva e sensor crepuscular, airbag duplo, e freios com ABS. A capacidade do porta-malas é de 430 litros, mas pode ser ampliado para 527 litros apenas deslizando o banco traseiro corrediço. Se precisar de mais espaço, os bancos podem ser totalmente rebatidos, passando assim a comportar 1.385 litros.
Com um novo pacote de acabamento interno, o SpaceFox oferece agora na versão Sportiline detalhes internos em cinza Siberiam e bancos em tecidos Grafite Machiatto e malharia Loop Titan. A unidade avaliada estava equipada com bancos, tecidos das portas e volante revestidos em couro e vinil. Também oferecia CD Player, com MP3, conexão Bluetooth e entradas para USB, SD Card e iPod e quatro alto-falantes e dois tweeters. Ao o preço de R$ 58.630, podem ser adicionados mais R$ 1.030 para a pintura metálica ou mais R$ 1.530 para a perolizada. Se quiser adicionar bancos de couro e o volante multifuncional será preciso acrescentar mais R$ 2.900 a conta. Completo com o módulo flexibilidade (bancos rebatíveis, volante regulável – por R$ 830) e o sensor de estacionamento (R$ 750) esse valor sobre para R$ 64.220, um valor exagerado onde é possível encontrar outras opções de segmento acima, como o Hyundai i30 CW, por exemplo. Até mesmo a Renault Grand Tour, de segmento superior, tem preço inicial de R$ 48.900 e entrega excelentes itens de série.
Mecânica e condução
No cofre do motor está o conhecido 1.6 VHT Total Flex, que entrega 104 cv de potência a 5.250 rpm (com etanol) e 15,6 kgfm de torque (a 2.500 rpm). Segundo a Volkswagen esse motor acelera de 0 a 100 km/h em 11,1 segundos e atinge velocidade máxima de 181 km/h, abastecido com etanol. A suspensão também recebeu um reforço, para melhorar o conforto interno do motorista, e por que não, dos passageiros.
No dia-a-dia é possível notar as falhas e os acertos da Volkswagen. Ao entrar no carro, o motorista é bem recebido com um ótimo banco de couro, com desenho esportivo, que como disse acima, oferece várias posições de regulagem, inclusive de altura. Com a posição correta e os espelhos regulados, hora de dar a partida. Nesta versão com câmbio automatizado ASG é preciso deixar o câmbio na posição N, pisar no pedal de freio e então girar a chave. Durante o trajeto os trancos são uma constante na vida do motorista que optou por esse tipo de câmbio, que incomoda bastante, principalmente nas primeiras marchas. O motorista consegue se acostumar com o tempo de uso e passa a administrar melhor as trocas involuntárias do câmbio automatizado. Para quem ainda não está acostumado, aconselho o uso das “borboletas” instaladas ao lado do volante, sempre passando as marchas quando a rotação chegar aos 3.200 rpm ou utilizar a tecla “S” que se encontra localizada do lado esquerdo da manopla de câmbio, pois desta forma, as marchas são trocadas com uma rotação maior e os trancos são amenizados.
Outro problema é o consumo, que aumenta gradativamente com esta função mais "esportiva" da caixa de marchas. As trocas não deixam o motorista à vontade para fazer ultrapassagens, pois as reduções são exageradas a ponto de fazer quem está atrás do volante não arriscar a manobra em certos momentos, principalmente em subidas de serras ou retas curtas.
Com a suspensão renovada, a SpaceFox não fez feio nas curvas mais fechadas, mesmo com o piso levemente molhado, o carro não perdeu a trajetória em nenhum momento.
O modelo atinge uma boa velocidade sem forçar muito o motor e sempre estável, sem flutuações da carroceria. O que incomodou um pouco foi o barulho interno, vindo sempre do compartimento do porta-malas, mas na maior parte do tempo o silêncio fez parte de todo o trajeto da avaliação.
Enfim, a SpaceFox é boa de dirigir e confortável, predicados importantes para quem deseja levar a família para uma viagem longa, ou mesmo usar no dia-a-dia em uma cidade grande. Já o preço, pode ser um fator determinante para quem mora em regiões onde a oferta de modelos concorrentes está disponível escolher outra perua.
Texto e Fotos: Marcus Lauria
Galeria: Avaliação - VW SpaceFox 1.6 Sportline I-Motion 2011 melhorou bastante, mas peca no preço