Uma camada fina de água cobre o asfalto do Velocitta. O autódromo no interior de São Paulo foi o palco do primeiro contato com o novíssimo Mini Countryman John Cooper Works 2025. Logo de cara o SUV chama atenção pelo esquema de cores preto e vermelho. Um clássico. O design é mais encorpado, com para-choque, grade e entradas de ar em uma pegada esportiva.
A traseira exibe a dupla saída de escapamento, que toma conta das extremidades. As rodas de 21" com desenho que lembra uma bandeira quadriculada completam a estética do SUV de exatos R$ 379.990. Giro uma espécie de chave logo abaixo da central multimídia para despertar o famoso motor B48 de segunda geração, um quatro cilindros 2.0 turbo. Hora de pôr os 317 cv de potência e 40,8 kgfm de torque à prova. A posição de guiar é típica de utilitários: mais altinha.
Saio dos boxes devagar e o 2.0 turbo ronrona. O caminho abre e afundo o pé no acelerador. O SUV dispara e os ‘pipocos’ que saem do escapamento a cada troca de marcha são viciantes. Ainda com a pista molhada, doso a velocidade na entrada das curvas e o Countryman aderna bem pouco a carroceria. O acerto de suspensão dos JCW sempre são mais rígidos, o que beneficia uma tocada mais, digamos, entusiasmada. A confiança sobe e abuso mais da rapidez. O utilitário aponta a frente e entra, sem grandes sustos.
Na saída, pé embaixo, olho para frente e não vejo o painel de instrumento (até porque ele não existe). O velocímetro no head-up display sobe rapidamente. Claro que a sensação de retomada em um autódromo não é a mesma que se vai ter nas ruas. Mas quase 41 kgfm de torque movem o carro de pouco mais de 1.700 kg com bastante eficiência.
A transmissão de dupla embreagem e sete marchas está sempre aposta, com trocas e reduções sempre no tempo certo. Com tração integral, o Countryman JCW vai até 100 km/h em ótimos 5,6 segundos. A velocidade máxima é de 250 km/h.
Primeiras impressões - Mini Countryman Jonh Cooper Works ALL4 2025
No dia a dia estes números são mais que suficientes para o Countryman ser só mais um carro que te leva do ponto A ao B. Vale lembrar que estamos falando do maior Countryman da história, com 4,43 metros de comprimento, 1,65 m de altura e 2,69 m de entre-eixos. É um porte de SUV médio.
Só a direção elétrica que poderia dar um feedback maior para quem dirige. É rápida, mas não transmite uma sensação muito fidedigna do que acontece nas rodas dianteiras. Claro que uma pista de corrida não é o habitat do SUV, que será usado por pais (ricos) descolados que querem impressionar ao deixar os filhos na escola. Ou aquelas pessoas que tem um espírito mais aventureiro e precisam de espaço.
Falando nisso, são 505 litros de porta-malas — 50 l extras em relação ao antecessor. A segunda fileira de bancos ainda é corrediça, o que pode ampliar a área das penas de quem viaja ali ou para levar bagagens.
Mini John Cooper Works Countryman 2025
John Cooper Works, ou simplesmente JCW, é fruto de John Cooper, um engenheiro mecânico britânico que fundou, em 1947, a Cooper Company em parceria com seu pai, Charles. E um dos primeiros sucessos da empresa automotiva dedicada ao automobilismo foi em uma categoria antecessora a atual Fórmula 3. Cooper teve a brilhante ideia de instalar o motor entre o motorista e o eixo traseiro, em uma época em que os carros de corrida ainda tinham o motor na dianteira.
Em 1959, surgiu então o famoso Mini. Porém, quando os primeiros protótipos do pequeno carro feito pela British Motor Company (BMC) surgiram, Cooper viu ali uma potencial modificação. De quebra, o britânico era amigo íntimo de Alec Issigonis, engenheiro e criador do ícone que conhecemos até hoje.
John propôs a ideia a Issigonis, e logo recebeu a aprovação da BMC para desenvolver uma pequena série de 1.000 unidades do Mini Cooper com um motor modificado, ampliado para 1.0 litro e com 55 cv (o original tinha um motor de 848 cm³ com 34 cv). O sucesso foi imediato, mas os compradores queriam mais potência, que logo foi a 70 cv. O resto é história…
A nova geração do Mini Countryman chegou ao Brasil meses atrás trazendo uma singularidade: só elétrico. E agora cabe a versão John Cooper Works ser o representante de quem não está nem aí para a Greta Thunberg. O SUV é o irmão do recém-lançado X2 M35i xDrive. Divide a plataforma UKL2 e o conjunto mecânico. O BMW, no entanto, custa mais de meio milhão de reais.
Primeiras impressões - Mini Countryman Jonh Cooper Works ALL4 2025
Quem é mais ligado a tecnologia vai gostar da inédita central com tela circular de OLED com 24 cm de diâmetro (ou equivalente a 9,4”). Praticamente todas as funções do carro estão concentradas ali, seja mudar de música, alterar os modos de condução, ver a navegação ou olhar o hodômetro. O multimídia também traz o novo assistente virtual da Mini, que se chama “Spike”, um adorável bulldog… inglês. Por meio dele é possível dar comandos básicos de voz sem precisar tirar a atenção da estrada.
Em questões de segurança, o Countryman JCW é bem fornido. Tem 12 sensores ultrassônicos e 4 câmeras de visão surround que dão suporte aos sistemas de assistência ao motorista, como controle de cruzeiro adaptativo, detecção de ponto cego, assistente de manutenção de faixa de rodagem, entre outros. Sem dúvida o SUV é para famílias aceleradas, descoladas e tecnológicas.
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