Primeiras impressões Honda Bros 2025: fazendo muito com pouco
Aventureira da marca mudou mais do que os olhos conseguem ver
Quando a Honda confirmou as mudanças para a nova Bros 2025, já mostrou que tinha ido além da simples alteração nas cores. A moto ganhou farol de LED, painel de instrumentos mais completo, tomada USB-C, computador de bordo e um visual bem mais próximo de Sahara e Tornado do que antes, quando era conhecida como "CG da roça".
O que não dava pra ver no comunicado eram as alterações na ciclística, como a nova calibração nos amortecedores e o garfo dianteiro com tubos de maior diâmetro (foi de 31 mm a 33 mm), além da adição de uma versão com ABS dianteiro. A mudança foi grande, mas o preço também está mais alto. Comprar uma Bros 2025 não sai por menos de R$ 20.490 pela versão com freios de acionamento combinado (CBS). Com ABS, já vai para R$ 21.390 e estes são apenas os valores de preço público sugerido. Nas lojas, com frete e seguro, saem mais caro. Ainda vale?
Galeria: Honda NXR 160 Bros 2025 (Brasil)
O que mudou na Bros 2025?
É a primeira vez que a moto recebe o sistema de freio anti-travamento, mas não foi a única estreia para a moto. Todas as versões passam a contar com faróis e lanterna com lâmpadas de LED. Assim como na Sahara 300 e na Tornado 300, o tanque metálico passa a ser envolto por carenagens plásticas.
Tanto a Bros 2025 CBS quanto a ABS passam a vir de série sempre com um novo painel de instrumentos digital. Ele incorpora funções como indicador de marcha, marcador de consumo médio, nível de combustível, conta-giro e os odômetros total e parciais (trip A e B). A Honda também equipou sua moto com uma saída USB tipo C, mas a porta para carregamento está instalada na carenagem do farol.
Honda NXR 160 Bros 2025 (Brasil)
Além do novo visual, a Bros 2025 passa a contar com assento em dois níveis, mas manteve a altura em relação ao solo de 836 mm. Na ciclística, a Honda aumentou o diâmetro dos tubos das bengalas na suspensão dianteira, que foram de 31 mm para 33 mm. A suspensão traseira também foi recalibrada. O curso, respectivamente, é de 180 m e 150 mm. As rodas continuam raiadas de 19" na frente e de 17" atrás, calçadas por pneus 90/90-19 e 110/90-17.
A moto já oferecia freios a disco. Eles permanecem com diâmetro de 240 mm de diâmetro na dianteira e 220 mm na traseira. A única diferença é que a versão CBS usa o sistema de freios com acionamento combinado, como no modelo 2024. A nova versão ABS tem o sistema anti-travamento apenas na roda dianteira.
Nas medidas, a nova Honda NXR 160 Bros 2025 tem 2.067 mm de comprimento, 810 mm de largura, 1.151 mm de largura e 1.356 mm de entre-eixos. O vão livre em relação ao solo é de 247 mm. O assento também é novo, em dois níveis, mas manteve a altura de 836 mm. A marca ainda fez uma pequena alteração no ângulo do guidão, para que as mãos repousem de forma mais natural nas manoplas. Apesar do novo tanque, a peça permanece tendo capacidade para 12 litros. O peso a seco declarado é de 125 kg.
Na parte mecânica, não foi dessa vez que a Bros ganhou um novo motor. A aventureira da Honda permanece com o monocilíndrico arrefecido a ar com 162,7 cm3 de capacidade. Flex, ele entrega agora até 14,3 cv de potência a 8.000 rpm e 1,45 kgfm de torque a 5.500 rpm quando abastecido com etanol. Aqui vale dizer que o propulsor em si, sua parte mecânica, é exatamente o mesmo desde que o motor 160 foi adotado, o que pode ajudar na oferta de peças no longo prazo.
São 0,5 cv e 0,15 kgfm a menos na comparação com a linha 2024, fenômeno que a marca justifica com uma reprogramação da central eletrônica de modo com que a aventureira esteja apta a obedecer os novos limites de emissões que entrarão em vigor a partir de 2025. A transmissão ainda é mecânica de 5 velocidades, mas a Honda colocou uma 5ª marcha 3,6% mais longa para reduzir as rotações em velocidades altas.
Galeria: Honda NXR 160 Bros 2025 - Primeiras impressões (Brasil)
Por essa eu não estava esperando
A Bros era uma CG para quem mora no interior. Essa era minha crença. Agora, na linha 2025, não poderia estar mais errada. A Bros agora é mais uma versão "júnior" da Tornado 300 do que uma CG com mais suspensão. Esse foi o tamanho do impacto das alterações na pequena aventureira.
A Honda diz boa parte das mudanças veio de demandas dos clientes de longa data do modelo. De acordo com a Honda, mais da metade dos compradores de uma Bros 0km hoje vieram de uma outra Bros. O que eles mais apreciavam na moto era o design, a economia e o preço. No primeiro quesito ao menos a marca acertou bem. Parece uma moto maior e você só percebe que é uma 160 quando acelera.
A usabilidade também melhorou, com faróis de LED para melhorar a iluminação, painel de instrumentos mais completo com indicador de marcha e consumo médio e até uma tomada USB-C para quem for andar com o celular pendurado no guidão. A lanterna, também de LED, é exatamente a mesma peça vista em XRE 190 e XR 300L Tornado.
A Honda diz ter observado mais um fenômeno com a Bros: crescimento da participação do público feminino nas vendas. Segundo elas, o banco da moto pode ser mais alto, mas, por ser mais estreito, passa mais segurança para colocar os pés no chão que a CG, por exemplo. Ou seja, mercadologicamente falando, a Bros está bem posicionada.
Honda NXR 160 Bros 2025 - Primeiras impressões (Brasil)
E quanto às mudanças de ciclística? O aumento do diâmetro das bengala, diz a Honda, vem principalmente da adoção do ABS. A tendência dos usuários é confiar mais nos freios, deixando para parar mais tarde e com maior força. Nessa situação, as bengalas de 31 mm tinham uma tendência de envergar em frenagens muito fortes com ABS. Daí o uso dos tubos maiores.
Saindo da análise de discurso para a análise da moto, a Bros está bem mais chamativa. Andamos com ela nos arredores de São Luiz do Paraitinga (SP), região de serra encravada entre o Vale do Paraíba e o litoral Norte paulista. É uma região boa para as vendas da moto, já que não foi raro ver várias delas rodando nos mais variados estados de conservação, seja na área urbana ou nas remotas partes rurais que cercam a cidade. Não teve que morador que não parasse para ver ou perguntar da novidade.
O que chamou atenção primeiro foi o novo guidão. A mudança de ângulo nas manoplas de fato foi pequena, mas imediatamente as mão ficam em posição mais relaxada. Depois, saindo pelas estradas asfaltadas, foi a vez de a quinta marcha mais longa aparecer. O lado bom é que a moto que mal passava de 110 km/h no painel agora mantém 100 km/h a menos de 7.000 rpm. O lado ruim é que você reduzir para a quarta com mais frequência nas subidas, ainda mais com a pequena alteração para baixo na potência. Se a estrada for plana, ficou mais confortável "entrar na BR" com a Bros.
O que surpreendeu mesmo no asfalto foi a nova calibração da suspensão. A dianteira está mais plantada, sólida. Não fosse o guidão mais fino, parecia uma dianteira mais precisa de uma moto maior. Ainda mais com ABS, passa confiança para abusar dos freios. A traseira também ficou um pouco mais firme. O resultado é que se a Bros antes era um "sofá" de duas rodas, agora ficou mais precisa e segura, passando confiança rápido para o condutor.
Honda NXR 160 Bros 2025 - Primeiras impressões (Brasil)
Como vocês devem saber a essa altura do campeonato, andar de moto na terra não é minha praia. Fazer 40 km por entre os sítios da zona rural com promessa de muito pó no ar e areia solta no chão não era exatamente o que eu gostaria de ver no meu dia. Mas estava lá com uma Bros e tinha que ver como ela se comportava.
Aqui não vou me estender muito, pois não sou piloto de Rali dos Sertões para saber exatamente os detalhes técnicos das melhorias. Mas vou deixar isso aqui: eu que tenho medo de andar na terra estava indo sempre acima de 80 km/h sem nem perceber (e acompanhando uma Tornado 300 nova do guia). Esse é o tanto de confiança que a Bros 2025 está passando em sua ciclística.
Honda NXR 160 Bros 2025 - Primeiras impressões (Brasil)
De volta ao asfalto, os trechos sinuosos das estradas também mostraram como a ciclística da aventureira da Honda ficou mais refinada. Antes, curvas em velocidades com a Bros geravam oscilações na roda dianteira, perceptíveis no guidão. Agora na linha 2025, a moto faz curva como gente grande, sem sustos. Tem muito mais aderência e dirigibilidade do que potência para te colocar em risco e nem preciso falar que rodei por incontáveis curvas em 80 km de serra sem praticamente encostar nos freios, nem para lombadas, pois é para isso que você compra a Bros: pular lombadas.
Então sim, a Honda Bros 160 2025 melhorou bem mais do que você vê nas fotos ou em fichas técnicas. A quinta marcha mais longa pode ser uma questão a ser pensada para quem pega muita serra com garupa ou carga, em todas as outras situações será um alívio na rodovia. Dito isso, andei com a moto sem dó e boa parte do tempo na beira do limite de rotações. Ainda assim, o consumo médio pelo computador de bordo foi de 46,7 km/l com gasolina.
A moto teve melhorias nas amenidades e na ciclística. Em outras palavras, mudou onde mais se sente. O único ponto negativo que penso nesse momento é ter que pagar mais de R$ 20 mil numa moto 160, por melhor que ela seja.
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