Em fevereiro, o Motor1.com Brasil esteve na Espanha e foi o primeiro site do Brasil a andar na nova BMW F 900 GS, que tem poucos meses em nosso mercado. Além do rolê, conseguimos adiantar as datas de lançamento da aventureira e também da R 12, cruiser que está chegado agora às lojas. O que eu não comentei na época foi que a F 900 GS não foi a única moto que andei por lá, nem a que eu mais gostei.
No começo do ano, a BMW estava apresentando para a Europa a R 12 NineT, versão mais potente da sua moto de estilo clássico. Sinceramente, andei nela e saí apaixonado. Somente agora conseguimos dar a primeira volta da R 12 convencional que está chegando por aqui. Seu preços partem de R$ 89.900 para a versão de entrada como a preta das fotos, vão a R$ 94.900 pela Cruiser e chegam a R$ 107.900 pela Option 719. Será que o amor cruzou o oceano, ou o Brasil pode quebrar o encanto?
A BMW R 12 chega ao Brasil com um visual que aposta nas linhas de uma motocicleta clássica e uma posição de pilotagem confortável e em posição relaxada, graças ao banco baixo e o guidão largo. O design é limpo e as linhas harmônicas, apelando para o público que busca uma moto com visual clássico, mas com conjunto modernizado. O escapamento com saída dupla e traseira curta dão o tom mais. As rodas são de 19" na dianteira e 16" na traseira, sendo de liga leve para a versão de entrada e a Cruiser, ou raiadas para a Option 719.
Disponível na cor preta, a BMW R 12 é a porta de entrada do modelo. Dentre seus equipamentos, destacam-se o ABS otimizado para curvas, Controle de Pressão dos Pneus, Controle de Tração, Controle de Freio Motor, Farol de LED iluminação adaptativa em curvas, Modos de pilotagem Rock & Roll, Painel TFT de 3,5" e conectividade, Sistema de partida com chave presencial, Sistema de frenagem parcial integral, Suspensão dianteira invertida e tomada 12V.
BMW R12 Cruiser
A BMW R 12 Cruiser é a versão intermediária do modelo e está disponível na cor vermelha. Ela conta com todos os equipamentos da versão anterior, somados ao Assistente de Partida em Subidas, Assistente de Trocas de Marchas PRO, Controle de velocidade de cruzeiro e manoplas aquecidas.
Versão topo de linha da nova BMW R 12, a Option 719 está disponível exclusivamente na cor cinza e conta com todos os equipamentos das versões anteriores, mais Alarme Antifurto, Banco Option 719, Kit Passageiro, Rodas Raiadas pretas Option 719 e detalhes com acabamentos fresados Option 719, como manetes, pedais, espelhos na ponta do guidão e tampas do cabeçote. Todas as versões têm três anos de garantia.
BMW R12
Mas o público da R 12 não é do tipo que olha a tabela de itens de série. Estão mais interessados no motor. Estamos falando do clássico boxer de 2 cilindros contrapostos da BMW, que chega aqui em sua forma mais pura: com refrigeração a ar. Ele tem 1.170 cm³ de capacidade, entrega 95 cv de potência a 6.500 rpm e 11,2 kgfm de torque aos 6.000 rpm. O câmbio é mecânico de 6 velocidades e transmissão final, claro, é por eixo cardã.
Nas medidas, a nova BMW R 12 tem 2,20 m de comprimento, 0,83 m de largura, 1,1 m de altura e 1,52 m de entre-eixos. O banco do condutor tem altura de 0,75 m e o modelo pesa 227 kg em ordem de marcha. O tanque de combustível tem 14 litros de capacidade, sendo 3,5 litros de reserva.
BMW R 12 Option 719
Depois de ter andado na R 12 NineT na Espanha, cometi o erro de chegar com muita expectativa para andar na R 12 convencional. Seguimos com a BMW da capital paulista a Campos do Jordão (SP), tradicional destino de inverno no estado. Na saída pela metrópole, tudo estava muito bem. A moto tinha seu característico balançar do motor e o ronco continuava maravilhoso. Até mesmo no corredor sob sol escaldante, o calor do propulsor não chegou a ser incômodo.
Ainda que cortando por entre os carros, a R 12 tem algo que as outras BMW com motor boxer - neste caso apenas a R 1300 GS - não têm: desenvoltura graças ao tamanho menor. Uma das características desse propulsor é uma boa entrega de força em baixas rotações, linear. No meio do caminho do conta-giros, a R 12 começa a cantar. Mal se passa da terceira marcha na cidade e a moto sempre está a uma minúscula puxada a mais no acelerador de tomar uma multa de velocidade. Isso vai bem de encontro com a proposta da moto: ser bela e prática.
Então entramos da Rodovia Ayrton Senna a 120 km/h e as coisas mudaram. De fato, é uma experiência muito diferente da R 12 NineT que andei na Espanha. A esportiva, além da força extra, tem pedaleiras recuadas, que projetam o torso do condutor para a frente compensando a resistência do ar em altas velocidades. A R 12 convencional que andei no Brasil, não. As pedaleiras convencionais deixam a postura reta, mas virei um paraquedas aberto na rodovia, tendo que me segurar no guidão e forçando a cabeça para frente em boa parte do trajeto de estrada.
BMW R 12 - Primeiras impressões no Brasil
E tem mais: a suspensão é a mesma da moto europeia e não digo isso no bom sentido. buracos em velocidades elevadas geram trancos sem parcimônia. Ou seja, o acerto de lá não se dá bem com o asfalto daqui, como já era de se esperar.
Quando finalmente chegamos à subida da serra para Campos do Jordão já estava exausto. Mas, literalmente, o melhor ficou para o final. No vai e vem das curvas, a R 12 se encontrou novamente e voltou a apaixonar. Leve nas mãos, com o motor sempre disposto e cantando na suas orelhas, a BMW parecia ter se livrado de um encosto chamado autoestrada. A moto te transmite um equilíbrio fino entre estar sob controle o suficiente para aproveitar o passeio e força de sobra para te deixar atento a não fazer besteira. Ela demanda que você esteja engajado na condução.
Como já comentei em outras avaliações, a BMW R 12 é uma moto de Anchieta, não de Imigrantes. As duas ligam São Paulo (SP) ao litoral, mas a primeira é antiga e cheia de curvas cortando a Mata Atlântica. A segunda é mais rápida e praticamente uma linha reta por túneis.
Pessoalmente, acredito que seja uma moto que pode fazer muita coisa bem. Com o preparo e as modificações que eu tenho certeza que os donos de uma R 12 farão, é simples corrigir o incômodo em altas velocidades por horas a fio sem perder o prazer que esta moto proporciona nas curvas, ou praticidade na cidade. Pese ainda que o consumo dela é de motor grande: 16,8 km/l na cidade e 19,7 km/l na estrada, de acordo com o computador de bordo.
Mas, e aí, acabou a paixão? Pela BMW R 12 com certeza não. Deu foi raiva do Brasil mesmo, com asfalto ruim e sendo um país onde a moto custa R$ 90 mil na versão de entrada. Por proposta e tamanho, uma Triumph Bonneville Bobber está parelha e custa R$ 66.690. Então fica pesado para a experiência do motor boxer justificar mais de R$ 20 mil de diferença.
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