Podemos dizer que o momento atual da indústria automotiva não é dos mais empolgantes para os puristas. Propulsores elétricos, patrulhas anti-poluição, fim das peruas... Quer queria quer não, são as preferências do consumidor comum que definem as tendências no setor. Na prática, esses novos desejos acabaram por "empurrar" marcas de renome para segmentos até então desconhecidos.
Prova disso é o fenômeno SUV, que vem sendo fortemente abraçado sem hesitação por fabricantes de caráter estritamente luxuoso e esportivo. Nesta lista, trazemos alguns exemplos nesse sentido, mas também buscamos ir um pouco mais além, elencando outros tipos de veículos que fugiram do senso comum e igualmente quebraram tradições.
O que dizer sobre este Toyota iQ convertido em Aston Martin? Além da falta de originalidade em si, o modelo bateu de frente com todos os princípios da própria marca. Chegou ao mercado em 2011 como uma opção "diferenciada" para os tradicionais clientes de esportivos e tinha como objetivo puxar para baixo os índices de emissão de gases da fabricante britânica. Além da baixa potência (motor 1.3 a gasolina de 97 cv) pecava pelo alto preço (quase 40 mil euros, dependendo do mercado). Foi descontinuado em 2013.
Principal expoente esportivo da Audi, o R8 V10 nesta versão RWS entrará para os livros de memória da marca por um motivo especial: a tração traseira. Desenvolvido especialmente para aqueles consumidores adeptos de um tipo mais radical de condução, o modelo abre mão da tradicional tração Quattro para despejar todos os 548 cv do motor V10 no eixo traseiro. É mais leve e divertido de dirigir que o modelo convencional, porém, com tiragem limitada. Apenas 999 exemplares serão produzidos entre as carrocerias Coupé e Spyder.
Tradicional na produção de cupês e sedãs de alto luxo, a Bentley quebrou todos os padrões quando colocou no mercado o Bentayga. Foi tremendamente criticada pela ousadia e até mesmo pelo nome do carro (homenagem feita a uma formação rochosa nas Ilhas Canárias). No entanto, respondeu os críticos com bons números comerciais e o sucesso comprovado do modelo. No primeiro ano cheio de vendas, 2016, foram quase 5.600 unidades vendidas em todo o mundo - bem acima da meta de 3.600 exemplares.
Para quem é realmente fã da marca, pensar em um BMW com carroceria minivan, jeitão familiar e tração dianteira é realmente um sacrilégio. Mas foi exatamente isso que aconteceu em 2014, quando chegaram ao mercado os modelos Série 2 Active Tourer e Gran Tourer. Desde então, mais de 380 mil unidades já foram vendidas e a estratégia, mesmo fora da tradição, se mostrou certeira. Não por acaso, a mesma plataforma já é usada pelos SUVs X1 e X2, e em breve chegará ao hatch Série 1, que também fugirá dos padrões ao perder a tração traseira.
Qual a razão de incluirmos a Ferrari LaFerrari nesta lista? Muito simples: ela foi o primeiro modelo híbrido de uma marca que fez fama mundial desenvolvendo motores a combustão de grande deslocamento, alta potência e aspiração atual. Ditou regras entre os italianos e, apesar da quebra de tradição, é vista como um dos supercarros mais desejados da atualidade. A eletrificação o colocou em direção ao futuro e, ao mesmo tempo, ajudou a alcançar a respeitável marca de 963 cv de potência.
Quando chegou ao mercado lá pelo anos 2000, muitos torceram o nariz. Afinal, era um sedã de porte inferior para os padrões da marca, desenvolvido com base no Ford Mondeo da época, com tração apenas dianteira e ainda opção de carroceria perua. Foi um fracasso completo de vendas (estima-se prejuízo de 4.500 euros por unidade vendida) e saiu de linha definitivamente em 2009, apagado da lembrança dos clientes mais tradicionais da marca. Curiosamente, a marca voltou ao segmento anos depois com o XE e tem alcançado vendas satisfatórias. Mas ao menos ele é um Jaguar legítimo.
A Lamborghini fazendo um SUV? Sim, para nossa alegria ou tristeza, temos de aceitar que o mercado chegou a esse ponto. Mas também não estamos falando de um SUV qualquer: são mais de 650 cv de potência, 305 km/h de velocidade máxima e aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 3,59 segundos. Como esperado, já está ajudando a encher os cofres da marca. Só neste ano venderá mais de 1.000 exemplares, sendo 70% deles para clientes novos na marca (e boa parte do público feminino).
Quem conhece a história da Mini desde seu nascimento na Inglaterra jamais poderia imaginar que um dia a marca faria sucesso vendendo um SUV. Pois eis que, em 2010, ela colocou no mercado o Countryman, considerado alto, grande e off-road até demais para os padrões originais da empresa. Fez tanto sucesso que já está na segunda geração, sempre como um dos modelos mais vendidos do portfólio.
Embora pudéssemos incluir na lista o Cayenne (como primeiro SUV) ou o 718 Boxster e o Cayman (pelo retorno aos motores de quatro cilindros) quando falamos sobre a Porsche, preferimos optar pelo Panamera. Este grande cupê de quatro portas chegou em 2009 e foi duplamente inovador, já que também abriu caminho para os motores diesel e híbridos e, mais recentemente, deu origem à primeira perua da marca: a Panamera Sport Turismo.
Juntamente com o GTD, o R quebrou um ótimo estereótipo: o de que um Golf esportivo não poderia ser também um Golf familiar. Foi assim que chegou ao mercado o Golf R Variant, com motor de 310 cv, tração nas quatro rodas e, claro, um porta-malas com mais de 605 litros para guardar a bagagem da turma.
Fotos: Divulgação e Arquivo Motor1.com
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