Honda ADV 160 2025: cara sim, ruim jamais

Preço não é atrativo, o que é uma pena, pois a scooter traz uma série de melhorias para uma fórmula que atrai até donos de carros

Foto de: Honda

Por: Thiago Moreno

20 Janeiro em 09:00

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Demorou, mas chegou. A nova Honda ADV 160 2025 deve chegar às lojas em 15 de fevereiro e Motor1.com Brasil já andou na scooter repaginada para ver como as alterações mudaram o modelo de proposta aventureira. O chassi e o motor são compartilhados com a PCX 160 e, nela, o avanço em relação ao antigo motor 150 foram da água para o vinho.

A questão é o preço: R$ 24.534 sem frete. Por mais que a nova ADV tenha mudado e melhorado, sua proposta de valor começa a ficar mais complicada. A Honda diz que, para o público que olha aventureira, esse número não é tanto um problema. Uma Yamaha NMAX ser comercializada por cerca de 23.700 já com frete, sim. Ainda mais com nossos leitores relatando que a Honda ADV está chegando à algumas lojas por salgados R$ 28 mil.

Foto de: Honda

Honda ADV 160 2025 - Primeiras impressões

Visual mudou, confia

Na apresentação da ADV 160 2025, a Honda expôs uma ADV 150 2024 junto. Confesso que numa olhada rápida, não soube dizer qual era qual. Os faróis e as rodas são similares, de frente é difícil notar os detalhes. Mas eles estão lá, as carenagens abaixo do farol estão mais largas e as peças plásticas deixaram de lado tantos vincos marcados em favor de formas mais volumosas e fluídas.

As mudanças mais importantes, porém, você não vê. O chassi é novo, o que demandou uma recalibração na suspensão. São 130 mm de curso no garfo telescópico dianteiro e 110 mm na balança traseira biamortecida com reservatório remoto (para fluído, não gás). O conjunto de rodas, pneus e freios foi mantido, com a ADV 160 ainda entregando ABS dianteiro e controle de tração de série.

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Honda ADV 160 2025 - Lançamento no Brasil

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Honda ADV 160 2025 - Lançamento no Brasil

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Honda ADV 160 2025 - Lançamento no Brasil

A grande alteração é a adoção do motor 160 da PCX. A cilindrada passa de 149,3 cm³ para 156 cm³, com cabeçote de quatro válvulas. Com o novo motor, a potência subiu para 16 cv (ante 13,2 cv) e o torque para 1,46 kgfm. O câmbio continua sendo automático CVT e o propulsor tem sistema start-stop como na PCX. Com isso, a velocidade máxima real aferida pelo Instituto Mauá passou de 101 km/h para 112,9 km/h.

Na parte de ergonomia, o espaço para os pés está mais largo e o assento está 15 mm mais baixa, passando de 795 mm para 780. Além disso, o banco está mais estreito na ponta, facilitando colocar os pés no chão mesmo para pessoas mais baixas. Sob o assento, o novo chassi permitiu um espaço maior, de 29 litros, ou 2 litros a mais que na antiga ADV 150. O para-brisas dianteiro e novo e esta mais alto e largo. Na regulagem mais alta, tem 75 mm a mais de altura.

A Honda ainda fez mudanças importantes na eletrônica da moto, que continua com iluminação completa por lâmpadas de LED. O painel de instrumentos digital está maior (cerca de 5") e mais completo. Tem conta-giros, computador de bordo, medição de consumo médio e instantâneo, indicador de temperatura externa e fala até a voltagem da bateria. O mais importante é que sai de cena a interface com 2 botões nas laterais do painel em favor de um controle direcional de 4 botões na mesa, bem mais simples de usar.

Foto de: Honda

Honda ADV 160 2025 - Lançamento no Brasil

A moto ainda ganhou uma tomada USB-C no lugar da antiga 12V no porta-trecos frontal e também passa a vir de série com alarme acionado pela chave presencial, porque sim, estão roubando ADV e PCX em São Paulo (SP), a capital do "se é moto, é passível de roubo".

A marca listou 3 perfis principais para a antiga ADV, todos com participação similar nas vendas: quem já tinha uma ADV ou PCX; quem está comprando a primeira moto e quer algo prático e com visual diferente; e quem está comprando uma moto no lugar de um 2º carro, por exemplo. Daí a escolha de cores incluir o Iron Nail Silver Metallic (prata, em bom português) é bem alinhado com o último caso. A outra opção é o Pearl Siena Red, vermelho perolizado como na moto das fotos.

Foto de: Honda

Honda ADV 160 2025 - Primeiras impressões

Uma pechincha, se a outra opção for um carro

Na hora andar com a nova ADV 160 2025, a Honda propôs um desafio de consumo. Ganhava o jornalista com o melhor número. Posso dizer orgulhosamente que fique em segundo no geral ao cravar 48,1 km/l após cerca de 60 km subindo e descendo serras ao redor de Campos do Jordão (SP), incluindo 6 km de estradas de chão batido e cascalho.

Mas, se a novidade principal é o motor mais potente, faz sentido tentar ser econômico? Faz, porque foi tentando economizar que o propulsor brilhou. A ADV 160 encarou subidas de serra com dosagens milimétricas de acelerador, expondo um fôlego extra sem esforço. Pensando que em motos menores como a Pop 110i e a Biz 125 eu nunca consegui passar muito de 50 km/l em uso normal, os 48,1 km/l com terra e ladeira parecem algo digno de nota.

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Honda ADV 160 2025 - Primeiras impressões

O espaço dos pés mais largo e o banco mais baixo e estreito deixaram a ergonomia da nova Honda ADV mais confortável. Falando nisso, a montadora admitiu que o objetivo da calibração da suspensão era não alterar as características de dirigibilidade da moto, mesmo com o novo chassi. Nisso, estão de parabéns. A tocada da nova ADV é praticamente idêntica à da antiga. Ágil nas mudanças de direção e permite atacar curvas mesmo na terra sem medo. A roda traseira pequena ainda é motivo de trancos em buracos grandes, mas andar em terra batida sem parecer que a moto vai desmontar não é algo corriqueiro numa scooter.

Sinceramente, não tenho nada de negativo para falar da moto em si. É muito competente e bem feita. O visual segue tendências de SUV, com mais volumes e maior sensação de largura. Porém, como nos utilitários esportivos, você paga a mais pelo visual e - às vezes - capacidade extra. Mesmo se o preço fosse de R$ 25 mil na prática, a ADV 160 2025 tem uma proposta de valor complicada. Vai parecer uma pechincha só para quem tem outra moto para usar de entrada ou para quem busca na scooter uma alternativa mais em conta a um carro.