Teste Honda City Touring 2025: mudanças esperando o futuro
Sedã ficou mais equipado e espera concorrência interna com SUV em breve
Aos três anos, a atual geração do Honda City foi reestilizada. Além de uma leve atualização visual, o sedã (assim como o hatch) recebeu equipamentos e atualizações tanto em pontos onde eram alvos de críticas quanto também já de olho no que o City enfrentará em sua própria casa em 2025: a chegada de um SUV compacto justamente em sua faixa de preço.
O Honda City 2025 já se prepara para a chegada do WR-V, com quem compartilhará plataforma, mecânica e diversos elementos e equipamentos. E como o sedã se protegerá? Com alguns refinamentos e mantendo sua qualidade de rodagem e conforto que já conhecemos, inclusive como argumento diante da concorrência externa, de outros sedãs compactos. Será isso o suficiente?
Aumenta aqui, reduz ali...
Com essa idade, é comum uma leve mudança visual. No caso do City 2025, achei melhor colocar imagens lado a lado para entender. Na dianteira, a barra cromada superior é mais fina e discreta, abrindo espaço para uma grade maior e com elementos horizontais, mesma temática aplicada na parte inferior do para-choque e nas molduras dos faróis de neblina. O para-choque em si muda pouco, com pontos mais destacados, enquanto os faróis full-LEDs são os mesmos.
Na traseira, o para-choque ganha vincos nas extremidades, que guardam os refletores, que saíram a posição vertical para horizontal, o que passa uma sensação de maior largura, segundo a escola de design. Até os sensores de estacionamento mudaram de posição, mais baixos, para acompanhar essa leve mudança. Nas laterais, muda o desenho das rodas de 16".
Por dentro, o City recebeu o bem-vindo freio de estacionamento eletrônico com autohold e, para isso, adotou freio a disco no eixo traseiro. Onde era a alavanca no console central, abriu-se espaço para um carregador por indução que, dependendo do tamanho do seu smartphone, não irá caber ali e, se frear forte, escorrega. Junto, o sistema multimídia com tela de 8" tem nova interface, mais parecida com a encontrada nos Honda mais caros, como Civic e Accord, e a adição do ar-condicionado automático de duas zonas.
Em 2024, o mesmo de 2021
E como é um projeto relativamente novo, o Honda City segue o mesmo carro no demais. O 1.5 aspirado, com injeção direta, mantém seus 126 cv e 15,5/15,8 kgfm de torque, fazendo par com o câmbio CVT que simula sete marchas, mas que dentro do que esperamos do City, duvido você fazer alguma troca pelas aletas no volante.
Primeiro, tem um bom espaço interno. O que ele cresceu de comprimento e foi aos 4,57 m é pelos novos para-choques. Logo, o entre-eixos de 2,60 m se manteve o mesmo e dá ao City um bom aproveitamento tanto nos bancos dianteiros quanto no traseiro, além dos próprios bancos serem confortáveis - o acabamento claro ou escuro depende da cor externa, em uma combinação que não pode ser mudada pelo comprador.
Na fileira traseira, duas saídas de ar-condicionado fazem uma boa diferença no uso, assim como duas portas USB-C para recargas de smartphones - que confesso ter usado, já que o carregador por indução não ajuda muito e, na frente, há portas USB-A, diferente do cabo que uso normalmente. No porta-malas, os 519 litros são bem aproveitados e é um dos maiores do segmento.
O City é um bom carro para dirigir. Neutro, tem uma boa relação entre conforto e dirigibilidade, com uma direção comunicativa de bom peso e uma suspensão que trabalha silenciosa, sem muitas reclamações mesmo em ruas mais esburacadas. Não te enche de emoção, mas também não te passa insegurança em uma viagem, por exemplo. É quase o resumo de um carro japonês, com boa construção e equilíbrio.
Eficiente, mas...
A Honda é uma das poucas a não ter um motor 1.0 turbo em seu catálogo de compactos. Preferiu o 1.5 aspirado, com injeção direta, que tem suas qualidades. Uma delas é o consumo, onde chegamos a bons 8,9 km/litro na cidade, com etanol, graças também a um bom trabalho do câmbio CVT, trabalhando o motor em rotações baixas com uma entrega de torque suficiente para o uso urbano.
Nesses momentos, pouco irá sentir que o City tem torque de 15,8 kgfm, abaixo do que os 1.0 turbo oferecem, já acima dos 20 kgfm. Mas tem a suavidade de funcionamento a seu favor, além de não existir aquela demora entre acelerar e o carro reagir. A dupla funciona bem para o sedã em ciclo urbano, tanto em conforto quanto em eficiência.
Só que é um carro com proposta familiar. Na estrada, os 13,3 km/litro não são tão exemplares justamente pela menor força do 1.5 aspirado e a necessidade de maiores acelerações para manter velocidade e fazer as ultrapassagens. Aqui sim, faz falta um pouco mais de fôlego no City, ainda mais se estiver carregado, com passageiros e bagagens.
E o preço disso?
O City Touring segue com um bom pacote de assistentes de condução, com piloto automático adaptativo, assistente de faixas e alerta de colisão com frenagem automática, além da câmera lateral que tenta fazer o papel de alerta de ponto-cego. São itens que seus concorrentes oferecem, mas não todos e nem tão completo, assim como o ar-condicionado automático e o freio de estacionamento eletrônico com autohold.
Por R$ 142.400, não é mais um carro tão barato. O City Touring cobra seu preço pelos equipamentos, mas é um bom sedã com qualidades conhecidas dos japoneses. Ao mesmo tempo, vem um SUV para brigar na concessionária pelo comprador da Honda que pode, ou não, optar pela carroceria da moda. O futuro é nebuloso para o Honda City...
Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)
Honda City Touring
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