Atualização em 09/10: a Peugeot enviou outra unidade para teste. Números foram corrigidos, com melhora em desempenho.
Em fevereiro de 2020, eu estava na prévia do lançamento desta geração do Peugeot 208. Na Argentina, a expectativa era imensa sobre como a marca francesa, ainda como PSA, substituiria o motor 1.6 aspirado por algum turbo, já que diversos concorrentes como VW Polo, Hyundai HB20 e Chevrolet Onix já estavam sobrealimentados nas lojas.
Pois bem, a marca manteve o 1.6 aspirado e foi muito criticada por isso. Um bom hatch que teria muito mais potencial, mas com um motor antigo que não correspondia ao que se esperava de todo aquele pacote, principalmente diante da concorrência. Agora dentro da Stellantis, essa questão parece ter sido revolvida. Será mesmo?
Dentro da Stellantis, a Peugeot tem a sua disposição o motor T200, o 1.0 turbo de três cilindros que está nos Fiat Pulse, Fastback e Strada. O 208 já se apoderou do 1.0 aspirado, então nada impediria do hatch pegar também o motor sobrealimentado mais potente, resolvendo a questão do 1.2 turbo ser importado, o que impossibilitou seu uso por custos lá em 2020.
A não ser pelo logo na tampa traseira, não dá para saber que aquele 208 tem o motor 1.0 turbo. Visualmente, ainda não recebemos o 208 reestilizado, que deve ficar pelo menos para 2024, mas a pressa para ter esse motor no hatch falou mais alto. Para entrar no cofre, a Stellantis modificou partes como alternador e compressor de ar-condicionado, e a parte eletrônica recebeu novos ajustes de respostas do motor e câmbio, o CVT com simulação de 7 marchas. Junto, ajustes específicos de molas, amortecedores e direção elétrica.
O motor é o já conhecido T200 da Stellantis. Com três cilindros, tem injeção direta, sistema Multiair de variador de fase e abertura de válvulas na admissão e variador de fase no escape, que gera 125 cv com gasolina e 130 cv com etanol, e 20,4 kgfm de torque com ambos os combustíveis. É o mais potente 1.0 turbo do mercado brasileiro desde que chegou no Pulse.
No restante, é o Peugeot 208 que conhecemos desde 2020. Um acabamento dentro do nível de seus concorrentes, com bastante plástico rígido que, nesta versão Style, é acompanhado pelo teto e colunas em preto, imitação em fibra de carbono e os bancos em tecido com costuras azuis, que também vão para as portas. O espaço interno não é sua vantagem, com seus 4.055 mm de comprimento e 2.538 mm de entre-eixos, além do porta-malas de 265 litros.
"Quando pedimos um motor melhor, não é simplesmente pelos concorrentes, mas por ser um carro que merecia um conjunto propulsor condizente com design, plataforma e tecnologias disponíveis". Resgatei essa frase do primeiro teste do 208 com o motor 1.6, minha conclusão que sempre ficou na minha cabeça com esse carro. Uma boa base, mas um motor que não fazia jus a isso.
Com o T200, o 208 ganhou mais do que potência e torque. Enquanto o 1.6 é um aspirado antigo que entrega só em médias e altas rotações, o 1.0 turbo deu ao 208 mais força e disposição já em rotações mais baixas, situação onde normalmente usamos um carro, principalmente na cidade. Nesse ponto, ficou muito melhor para usar e conviver, sem a necessidade de brigar com o motor e o câmbio.
A plataforma CMP nasceu para motores menores, como esse 3-cilindros. A Stellantis conseguiu deixar as vibrações características deste tipo de motor ainda mais suaves no 208, com ajustes de balanceamento e coxins, e uma capa de espuma que abafa o barulho de bobinas, bicos e atuadores do MultiAir, uma solução interessante. Há aquele ronco característico dessa arquitetura, principalmente quando aceleramos mais forte, com uma calibração ainda mais nervosa que a do Pulse, por exemplo.
Levamos o Peugeot 208 T200 para a pista de testes. O consumo de 8,3 km/litro na cidade e 11,4 km/litro na estrada, ambos com etanol, está dentro da média do segmento, mas o desempenho é bastante elogiável. No 0 a 100 km/h, 8,9 segundos, de longe o mais rápido entre os hatches 1.0 turbo, com retomadas abaixo dos 7 segundos chamam a atenção em como esse carro mudou só com essa troca.
É uma bela evolução para o 208 1.6 com o câmbio automático de 6 marchas. Mais do que isso, ele manteve a boa suspensão, que tem um DNA de Fiat em como se comporta em conforto, mas consegue segurar a carroceria quando mais exigido. O i-Cockpit é o destaque do 208, com o volante pequeno, painel 3D elevado e posição de dirigir baixa, algo que agrada quem gosta de estar ao volante. Ao mesmo tempo, é confortável para uso diário.
No catálogo, as versões turbo do Peugeot 208 vão de R$ 99.990 a R$ 114.990. Esta é a Style Turbo, de R$ 109.990, e se apoia no sucesso que foi o 208 Style com o motor 1.0 aspirado para crescer na linha. É a única com as rodas de 17" e, pelo preço, já vem com os faróis em LEDs, teto panorâmico, partida por botão com chave presencial, ar-condicionado automático, sistema multimídia com espelhamentos sem fios, painel digital com efeito 3D, controles de tração e estabilidade e 4 airbags. Para levar sistemas de condução (e 6 airbags), tem que pular para a Griffe.
A Peugeot demorou, mas o 208 com motor turbo é um bom hatch. Agora sim ele é comparável ao que seus concorrentes diretos entregam, com o seu charme e itens que atraem compradores, como o teto panorâmico e os faróis em LEDs. A versão Style já entrega um bom pacote, mas levar a Griffe com alguma negociação pode ser interessante pelos itens extras de segurança que ele oferece. O bom é que a Peugeot corrigiu aquele erro de 2020 e deixou o 208 com o motor condizente com o restante do carro.
Peugeot 208 T200
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