Foram uns poucos quilômetros no trânsito de São Paulo, dando voltas no Parque do Ibirapuera. Não deu para avaliar autonomia, mas foi possível ter algumas primeiras impressões do BYD Dolphin, carro elétrico de R$ 149.800 lançado hoje no Brasil. O primeiro lote, de 300 carros, já está quase todo vendido - mas a BYD afirma que tem capacidade para trazer até mil Dolphin por mês.
Gostamos da disposição no modo Sport. Os comandos são bem leves e os freios, muito assistidos. Parece acerto de carro de luxo. Sentimos falta do ajuste de distância da coluna de direção (só há de altura). Em compensação, gostamos muito do banco à Porsche 911, que abraça e tem apoio de cabeça integrado. Também gostamos da tela multimídia de 12,8”, que fica na vertical ou na horizontal.
Um truque simples que impressiona. Em contraste, o quadro de instrumentos é pequeno demais. Sob a telona multimídia há um console suspenso com diversos botões. Um deles é o do seletor da transmissão - exige um certo costume. O espaço interno é realmente muito bom e permite até cruzar as pernas no banco traseiro.
O motor elétrico é dianteiro. Rende 94 cv de potência e 18 kgfm de torque para levar os 1.400kg de peso declarado. Há basicamente dois modos de condução. No econômico, o Dolphin é um tanto lento. No modo esportivo as arrancadas e retomadas são até bem convincentes. Há ainda modo extra para pisos escorregadios, com saídas bem suaves para não destracionar.
Pena que o carro não tem a função “One pedal” como a do Leaf - regenera um bocado de energia e muda nosso modo de dirigir. Chato mesmo é o ruído eletrônico até o carro atingir 35km/h. O item é obrigatório na China para evitar atropelamentos por carros elétricos. Pesaram na mão, ou melhor, no ouvido, deixando o som alto demais na cabine - um inferno para quem tem alguma sensibilidade auditiva. Bastava ter copiado o som suave do Porsche Taycan ou do Nissan Leaf. Uma solução tosca para conseguir conviver com o Dolphin no dia a dia é arrancar o cabo do alta-falante. Muitos clientes têm pedido isso nas concessionárias da BYD…
Fora isso, o novo hatch agrada um bocado. Não é emocionante, mas um eficiente meio de transporte elétrico. E, por R$ 149.800, esse doce golfinho deu um tiro de bazuca na concorrência direta - isto é: Caoa Chery iCar, JAC e-JS1 e Renault Kwid E-Tech. Em resumo: o Dolphin tem porte de Leaf e preço de Kwid E-Tech… O sarrafo subiu. Apostamos que muita gente terá nesse BYD o seu primeiro carro elétrico. Mas lembrem-se de puxar o fio do barulhinho infernal…
O BYD Dolphin usa a plataforma e-Platform 3.0, desenvolvida para modelos 100% elétricos. Por isso, apesar do comprimento de 4.125 mm (pouco menor que um Chevrolet Onix), tem um entre-eixos de 2.700 mm, o mesmo de um Toyota Corolla. No assoalho, o pacote de baterias Blade com 44,9 kWh de capacidade que, segundo a classificação do Inmetro, roda 291 km - sabemos que, na vida real, esse número é superior, sendo que no ciclo NEDC ele está com 401 km.
O motor elétrico no eixo dianteiro tem 94 cv (70 kW) e 18,3 kgfm de torque, que o leva aos 100 km/h em 10,9 segundos declarados pela marca, com velocidade máxima de 150 km/h. Se aproveita dos modos de condução Eco e Sport, além do Snowfield, para pisos de baixa aderência. A recarga pode ser feita em tomadas 127 ou 220 v, além dos wallbox, e pode ir de 20 a 80% em 25 minutos, dependendo da capacidade do carregador.
Por dentro, um visual que chama a atenção. O painel de instrumentos é simplista, com uma rela de 5" colorida, e um sistema multimídia com tela de 12,8" rotativa, algo famoso nos modelos da marca, com espelhamento Apple CarPlay e Android Auto, e curiosidades como um videogame e karaokê, disponíveis com o carro parado, e comandos por voz em português.
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