A Honda, com cerca de 75% de participação no mercado brasileiro, tem a liderança folgada em alguns segmentos. É o caso das urbanas com a CG 160, das CUBs com a Biz e das pequenas aventureiras com a Bros 160. No entanto, como a venda de scooters é mais concentrada nos grandes centros, a vantagem em pontos de venda da marca não ajuda tanto.
Então, historicamente, a briga da Honda PCX e da Yamaha NMax sempre foi bem mais acirrada, ainda que a Honda permanecesse na frente. Se há uma categoria em a empresa não pode dormir no ponto é justamente no de scooters até 160 cilindradas, tanto que a PCX ganhou uma nova geração no ano passado. O Motor1.com avaliou a versão mais cara da Honda PCX 160 2023, a DLX ABS de R$ 18.270, para ver como (ou se) ela pretende se manter à frente da rival.
Todas as configurações da Honda PCX 160 2023 passaram a contar com iluminação completa por lâmpadas de LED, chave presencial e alarme. Nas versões ABS e ABS DLX, além do freio antitravamento, o controle eletrônico de tração passa a ser item de série, assim como freio a disco na roda traseira. Ainda são de série tomada USB no porta-trecos frontal, computador de bordo e pisca-alerta. A versão DLX é a única com pintura bicolor.
Saiu de cena o motor 150 (149,3 cm³) e entrou o novo 160 (156,9 cm³). Ele recebeu aumento da taxa de compressão, passando de 10,6:1 para 12,0:1. Permanece com arrefecimento líquido e comando simples no cabeçote, porém usa 4 válvulas, não 2, e isso muda a característica do propulsor.
A potência, por exemplo, passou de 13,2 cv a 8.500 rpm para 16 cv a 8.500 rpm. Já o torque foi de 1,38 kgfm a 5.000 rpm para 1,5 kgfm a 6.500 rpm. Ele continua usando o sistema start/stop em todas as configurações, chamado pela empresa de Idling Stop. De olho nas regras de emissões Promot 5, ainda ganhou um escapamento mais eficiente. O câmbio permanece sendo automático do tipo CVT. A PCX 2023 também recebeu o eSP+, sistema que compreende uma série de medidas para o aumento de eficiência do propulsor 160, incluindo a redução dos atritos internos entre as peças.
Na ciclística, a PCX 2023 usa roda dianteira de 14 polegadas com pneu 110/70 e disco de freio de 220 mm de diâmetro com ABS. A traseira passou a ser de 13 polegadas com um pneu mais largo, de medida 130/70, com disco de freio de 220 mm também, mas sem ABS. A suspensão dianteira tem garfo telescópico com 100 mm de curso, enquanto a traseira tem dois amortecedores com molas de 3 estágios, mas sem ajuste de pré-carga, e 100 mm de curso.
Até a apresentação da Honda PCX de nova geração no ano passado, a Yamaha NMax tinha 3 vantagens claras sobre a rival: desempenho, conforto e dirigibilidade, mas pecava no consumo. Agora, com a PCX 2023, a Honda parece ter aprendido algumas lições e não quis dar brecha para que a NMax fosse uma ameaça.
O ponto de destaque na linha 2023 da scooter da Honda é de fato o novo motor 160. Ainda que o pico de torque tenha subido de 5.000 rpm para 6.500 rpm, a entrega já em 5.000 rpm já é maior que a do motor antigo. Outra vantagem provida pelas 4 válvulas no lugar de duas é que a moto ganhou fôlego em altas rotações. Pegar estrada com ela deixou de ser algo que eu não recomendaria para "dá, mas com cuidado".
A velocidade máxima real declarada pela Honda é de 111 km/h, o que representa mais de 120 km/h no painel. De fato, a mudança é perceptível. Se antes o acelerador demorava a responder acima de 90 km/h, agora a PCX tem fôlego para uma retomada a partir de tal velocidade. E o ganho de desempenho não significou um consumo pior. O computador de bordo da moto apontou 41,7 km/l, similar ao que foi registrado pelo Motor1.com na última avaliação da antiga PCX 150, que marcou 42 km/l.
Se antes a PCX era uma moto que poderia ser desconfortável em vias esburacadas, agora os novos amortecedores traseiros, em conjunto com a roda traseira que trocou 1 polegada de diâmetro por um pneu maior e mais largo, resultaram em uma experiência menos cansativa. Passou de uma moto dura para uma moto firme, mas aceitável.
A questão é que não há muito o que fazer com os 100 mm de curso da suspensão e, em velocidades altas, a PCX continua a demandar tempo para absorver imperfeições. Tinha a hipótese de que andar com garupa resolveria a firmeza das molas traseiras de 3 estágios, o que não se confirmou. A garupa ainda reclamou do assento curto e das pedaleiras retráteis, que além de um formato estranho, deixaram os joelhos muito dobrados.
O meu uso durante o período em que estive com a PCX 160 foi um que é muito comum entre donos de scooter: trajetos curtos. E nisso a scooter da Honda agradou. Sem dores de cabeça e com confiança nas acelerações. A NMax ainda mantém a vantagem em conforto, mas a diferença para PCX em dirigibilidade e desempenho já não existem, além de a moto da Honda ser mais econômica.
A conclusão a que se pode chegar é que a Honda viu onde a rival tinha pontos fortes e os corrigiu na PCX 160 2023. Agora, com o dever de casa cumprido, dificilmente a sua scooter terá dificuldades em manter a liderança.
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