Teste Mercedes-AMG GLB 35: SUV de 7 lugares para famílias com pressa
Um carro familiar não precisa ser sem graça, mas tem seu preço
O Mercedes-Benz GLB foi bem recebido no Brasil. Um SUV com 7 lugares não tão grande e chamativo e que agrada ao volante é uma receita que caiu bem entre os clientes da marca, além de ser o modelo mais barato da empresa por aqui. E se trocassem o motor 1.3 turbo de 163 cv e 25,5 kgfm por um 2.0 turbo de 306 cv e 40,8 kgfm, além de tudo que um AMG pode ter?
Este é o Mercedes-AMG GLB 35, o SUV de 7 lugares com os toques da divisão esportiva, importado da Alemanha, que pretende se tornar o carro da sua família e, ao mesmo tempo, uma garantia que você não se atrasará para qualquer compromisso ou, em alguns momentos, evitar que algo descongele no porta-malas entre o supermercado e sua casa. Mas isso vai te custar R$ 504.900...
AMG para 7 pessoas, por favor
O mais interessante do GLB 35 é justamente ser um carro assinado pela divisão esportiva da Mercedes-Benz sem perder a proposta familiar. Seus 4,65 m de comprimento, sendo 2,83 m de entre-eixos, segue dando um bom espaço interno na primeira e segunda fileira, deixando a terceira com menos espaço, justamente para uso em alguns momentos onde precisa dos dois lugares extras ou porta-malas de 570 litros.
Mesmo assim, recebeu a atenção que outros modelos 35 recebem, como o Classe A e CLA. O motor 2.0 turbo, M260, chega aos 306 cv e 40,8 kgfm de torque, com injeção direta, variador de fase nos dois comandos e variador de abertura das válvulas na admissão. Ligado a ele, o câmbio de dupla embreagem de 8 marchas assinado pela AMG, com controle de largada e trocas manuais pelas borboletas de metal no volante exclusivo.
Visualmente, o GLB mais esportivo é reconhecível pelos para-choques maiores, as rodas de 21" com pneus de perfil (bem) baixo, 255/35, e pelas 4 saídas de escape na traseira. É bonito, mesmo que o perfil do GLB originalmente não seja muito voltado a ser um esportivo, com um equilíbrio de elementos que não chega a transformar o SUV em algo muito chamativo pelas ruas, e isso pode ser bom aos mais discretos.
Por dentro, além do espaço interno para a família, o GLB 35 é um AMG. O volante de 3 raios com base achatada e seletor de modos de condução e configuração de suspensão e controles de tração e estabilidade tem acabamento em couro perfurado e fita centralizadora em vermelho. O interior mistura suede, alumínio e imitação de fibra de carbono em doses de bom gosto, junto com as pedaleiras em alumínio e os LEDs nas portas, painel, console central e saídas de ar.
O painel tem o MBUX em sua forma de 2 telas de 10,2" em uma só peça superior. O painel de instrumentos recebe a forma de visualização exclusiva AMG, com conta-giros central e mostradores como força G, pressão do turbo e outras informações do motor. Bancos são esportivos, mas confortáveis, mais uma vez em um equilíbrio entre esportivo e familiar.
Comportamento de pai para filho
Conheço bem essa linha compacta da AMG. Já testei o CLA 45 e o 35, e o próprio GLB 200, com o 1.3 turbo, que me surpreendeu justamente pelo conforto e bom comportamento mesmo com o motor menor. Sabia que o GLB 35 não me daria a esportividade do CLA por sua carroceria, mas não desaponta quando pisamos fundo.
A eletrônica é o maior trunfo no segmento dos esportivos. Modos de condução, amortecedores adaptativos, controles de tração e estabilidade em níveis e outros ajustes colaboram para criar um carro que vai de dócil no uso diário a bruto em uso mais extremo. O GLB 35 tem os amortecedores adaptativos, escape valvulado, seletor de condução que vai de Slippery (para pisos escorregadios) a Comfort, com os ajustes Sport e Sport+ para quem quer o máximo do carro.
No modo "pai", o GLB 35 se aproxima bastante do GLB 200 no uso. Os amortecedores estão com pouca carga e, mesmo com as rodas de 21", filtram bem o que chega até a carroceria. A direção elétrica é leve e não perde a conversa com o motorista mesmo assim, além do motor se comportar quieto e sem exageros ou trancos, com a ajuda da transmissão que faz as trocas suaves e cedo. Existe um leve turbolag abaixo das 2.000 rpm, já que a faixa de torque aparece em 3.000 rpm em pico até as 4.000 rpm.
É um pouco mais duro que um GLB 200? Sim, além de precisar de muito cuidado com os pneus finos, ainda mais nas crateras que brotam pelas ruas. Um erro e uma batida seca irá machucar seu coração, se com sorte não cortar um pneu. O GLB 35 não assusta, acelera linearmente, como um carro de família. O consumo ficou em 8,6 km/litro na cidade e, com a ajuda das 8 marchas, 12,5 km/litro na estrada, com gasolina, aceitável para seus 306 cv e 1.770 kg - como referência, melhor que o Audi Q3 Sportback 2.0 turbo, quattro, com 231 cv.
Hora de mudar a chavinha no volante. O Sport+ endurece (bem) os amortecedores, a direção fica mais direta, um ronco invade a cabine, o câmbio começa a dar trancos nas trocas e o motor fica mais responsivo a qualquer toque no acelerador. O controle de tração e estabilidade interfere bem menos, assim como a distribuição de torque do sistema de tração integral joga a favor da dirigibilidade. Ajudam uma barra superior anti-torção ligando os amortecedores dianteiros e componentes exclusivos AMG.
O sistema de tração consegue distribuir a força de duas formas. Varia de 100% na dianteira a 50/50 entre os eixos, sendo que o traseiro ainda pode distribuir entre cada uma das rodas. Pé no fundo, o GLB ganha velocidade, troca as marchas com um recado dado que fez a troca, e mesmo sendo um carro com carroceria alta, mantém sua trajetória com pouca torção nas curvas. No modo manual, ele não faz a troca mesmo no limite da rotação, uma reclamação comum em carros com câmbio automático. Se comporta como um AMG, ainda que não seja um CLA, entrando e saindo de curvas com respeito e conversando com o motorista.
O 2.0 turbo tem fôlego, com pico de potência a 5.800 rpm. Em nosso teste, chegou aos 100 km/h em 5,4 segundos com a ajuda do controle de largada e do sistema de tração integral 4MATIC. Solte o freio e ele pula sem nem cantar os pneus, seguindo em linha reta sem exigir qualquer briga com o motorista com a ajuda dos amortecedores adaptativos. Os freios tem discos ventilados e perfurados, com pinças de 4 pistões e discos de 350 mm na dianteira e 1 pistão e 330 mm na traseira.
Mais SUV, menos esportivo?
A proposta do GLB 35 não é ser um esportivo, mas sim um SUV que anda bem e tem toques da linha AMG. O pacote tecnológico inclui piloto automático adaptativo, assistente de faixa, assistente de estacionamento automático e ar-condicionado de duas zonas. Isso é comum nos modelos 35, deixando aos 45 algo mais extremo.
O Mercedes-AMG GLB 35 é um SUV interessante aos que procuram um carro para servir a família com um bom desempenho. Tem um tempero extra, uma dose de ânimo no dia a dia, mas não abre mão do conforto e espaço interno que o GLB conquistou em nosso mercado. Bom acabamento, discreto e com aquele apelo AMG na carroceria, e cobra mais de R$ 500 mil por isso. Uma boa experiência a quem tem um bolso assim disponível.
Mercedes-AMG GLB 35
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