Novas normas de emissões e consumo que entraram em vigor a partir desse ano vitimaram diversos modelos. E é natural que esportivos sofram bastante com as regras cada vez mais rígidas, já que são donos de motores feitos para oferecer desempenho acima de (quase) tudo. O VW Jetta GLI 2022 é um desses exemplos, mas que no fim se deu bem.
Em agosto do ano passado, o Jetta foi apresentado com uma reestilização nos Estados Unidos e era bem claro que ele voltaria ao Brasil - segundo a marca, os concessionários do Brasil ficaram cerca de 6 meses sem o Jetta GLI em estoque até ele desembarcar renovado. Motor, transmissão e, obviamente, o visual foram pontos muito explorados no sedã médio esportivo de R$ 216.990.
O Jetta GLI 2022 tem leves mudanças visuais. Na dianteira, o parachoque se difere mais do anterior na parte inferior, com as extremidades com duas entradas de ar com detalhe vermelho. O novo logo da marca está no sedã reestilizado. É um jogo de pontos, inclusive na traseira com o parachoque recebendo um novo difusor e trocando as ponteiras duplas redondas pelas ovais, além das novas rodas de 18". Pelos novos parachoques, são 38 mm a mais no comprimento.
Tecnicamente, as mudanças são mais presentes e perceptíveis. Primeiro, o motor 2.0 TFSI (EA888) pode até parecer o mesmo, mas ele evolui em diversos pontos. Primeiro, enquanto o anterior tinha 4 bicos de injeção direta e mais 4 de injeção indireta, o Volkswagen Jetta GLI traz ao Brasil o motor com apenas 4 bicos, de injeção direta, além de adicionar o variador de abertura das válvulas de escape, algo que ajuda nas respostas em baixas rotações e emissões. Dois catalisadores também entram em ação para atender novas normas.
Por estar evoluções, ele conseguiu chegar aos 231 cv (1 cv a mais) mesmo com as limitações do PL7. Mantém os 35,7 kgfm, em uma mesa de 1.500 a 4.440 rpm, com a potência em um pico de 5.000 a 6.200 rpm. Ou seja, é um motor ainda elástico, com boas respostas em baixas, mas um bom fôlego mesmo em altas rotações.
A transmissão também faz parte desse novo pacote. Entra o novo câmbio DSG, de dupla embreagem, agora com 7 marchas. É a evolução da caixa banhada a óleo que já era utilizada, mais moderna. Foi trabalhado para redução de atritos e perdas, mas o DQ381 recebe a nova marcha para ajudar em consumo rodoviário e acelerações, permitindo um novo escalonamento. Outra adição foi um bloqueio eletrônico do diferencial, focado na tração. Vamos falar disso.
O Jetta GLI sempre foi um bom esportivo. Substituiu o Golf GTI no portfólio e caiu no gosto do público que acabou ficando sem o hatchback. Quando foi apresentado em junho de 2019, lembro que eu mesmo fiz o teste dele e em nenhum momento senti falta do GTI, ainda mais com a possibilidade de levar mais gente e objetos no porta-malas de 510 litros.
Esse primeiro contato foi no Circuito Panamericano, um traçado bem travado e que deu para ver onde o Jetta GLI melhorou. A potência extra nem é sentida, na verdade, mas o novo câmbio melhora as respostas e, segundo a VW, chega aos 100 km/h em 6,7 segundos - o anterior em nosso teste fez 6,4 segundos, como referência, e deve reduzir um pouco mais em um teste completo em breve.
Na reta, o mesmo. Nas curvas, já deu para perceber que o novo diferencial ajuda nas curvas mais fechadas, ao jogar o torque nas duas rodas dianteiras, sem a tendência antiga de patinar a roda interna. Ele puxa o carro, com o auxilio do XDSPlus, um vetorizador de torque que atua nos freios das rodas internas da curva, e nem mesmo o controle de tração ou estabilidade deram as caras. Há um seletor de modos de condução, mas o foco foi o Sport. Para mais, terá que esperar nosso teste, mais uma vez.
Já falei acima, R$ 216.990. É bastante dinheiro, mas é a forma mais barata de se ter um esportivo na garagem, sem apelar aos premium que já passaram disso faz tempo. Bom motor, boa dinâmica, usabilidade. De série, ainda vem com a VW Play com espelhamento de smartphones sem fios, piloto automático adaptativo, alerta de colisão com frenagem automática, teto-solar, ar-condicionado de duas zonas, faróis em LEDs com farol-alto automático, painel digital e outros itens já conhecidos de um carro desse valor.
O fato é que é bom ver um sedã esportivo na era dos SUVs. E muita gente também está nessa, já que o Jetta GLI tem fila de espera de 90 dias, com o que é importado do México já reservado em diversos concessionários. Como é bom ver um sedã médio esportivo nos dando um pouco de esperança.
RECOMENDADO PARA VOCÊ
EUA: Jetta GLI 2025 tem mesmo preço com câmbio manual ou automático
Marca britânica Jaguar deixa de vender carros no Reino Unido
Esperado no Brasil, novo VW Jetta GLI já é vendido no México
Brasil quer equipar 33% dos eletrificados com baterias nacionais até 2033
VW mostra Novo Jetta GLI 2025 com grade iluminada e câmbio manual
Semana Motor1.com: Novo Honda City 2025, Ranger cabine simples e mais
Pulse Abarth, Jetta GLI e Civic Type R: os primeiros estágios dos esportivos