Sucesso de vendas desde seu lançamento, o Jeep Renegade ganhou um público cativo por seu design bem característico. Em versões, a que sempre chamou mais atenção é a Longitude, intermediária do catálogo, pela boa relação entre seu preço e sua lista de equipamentos, acima do básico mas sem tantos luxos. O mesmo acontece agora, com a mais recente reestilização.
Na linha 2022, o Jeep Renegade Longitude recebeu, além do motor 1.3 turbo, equipamentos antes ausentes como 6 airbags, frenagem automática de emergência e o assistente de permanência em faixas. É também a mais completa com o motor 1.3 turbo e o sistema de tração apenas na dianteira, com o câmbio automático de 6 marchas. Ainda é uma boa opção na faixa dos R$ 140 mil?
Fruto da plataforma Small Wide desde 2016, o Renegade conservou muito de suas características nesse tempo e manteve-se praticamente o mesmo, recebendo somente mudanças visuais pontuais para se manter atualizado frente a concorrência, que chegou com novos players nesses anos. A Jeep evoluiu a receita sem tirar a essência do SUV, sendo que a última atualização lançada em fevereiro foi a mais profunda até hoje.
Assim o Renegade Longitude 2022 traz os faróis full-LEDs com contorno em LEDs que faz, ao mesmo tempo, o papel de luz diurna e de seta. A grade traz contornos cromados, enquanto o para-choque redesenhado com faróis de neblina retangulares traz um filete horizontal inferior pintado de prata em comparação ao modelo Sport e os retrovisores aqui são pintados na cor da carroceria, assim como as maçanetas. E por falar em cor, essa tonalidade do modelo testado é Azul Jazz, opção no catálogo por R$ 1.565 adicionais e que acaba ressaltando as formas do Renegade.
As rodas da versão intermediária também são exclusivas e maiores que a da mais barata: sai o jogo de 17 polegadas e entra outro de 18 polegadas com acabamento diamantado. Atrás, as lanternas têm a assinatura de LED na forma de “X” achatado, mudando apenas o emblema da versão no lado direito da tampa, enquanto do lado esquerdo segue igual a sigla T270, que identifica o novo motor 1.3 turbo de 185 cv e 27,5 kgfm de torque (ou 270 nm), a melhor mudança do SUV nesta linha.
No geral, o Renegade continua fazendo bonito com seu visual “quadradão” que, apesar de bastante autoral, acaba tornando a missão dos designers da marca mais difícil a cada reestilização. Vale dizer que a equipe da Jeep fez um bom trabalho ao mexer em time que estava ganhando, mas isso sem sacrificar um conjunto que já era bem resolvido, fazendo mudanças pontuais apenas nos faróis, para-choques e lanternas.
Por dentro a versão Longitude se destaca ante a Sport por ter bancos de couro preto com costuras brancas (mesmo revestimento para o volante), mas que no caso da unidade testada tinha uma padronagem marrom – um opcional de R$ 1.213 que pode deixar o interior do Renegade mais exclusivo. A intermediária Longitude também é a primeira da gama com painel de instrumentos 100% digital com tela de 7” configurável, que tem 3 opções de visualização, sendo uma com o velocímetro limpo, outro com conta-giros e um tom vermelho, que busca evocar uma esportividade, além de outro com econômetro ao redor e luzes azuis, que estimula a economia de combustível.
Olhando para o meio do painel, chama a atenção a central multimídia Uconnect com tela de 8,4 polegadas que, além de oferecer suporte a Android Auto e Apple CarPlay sem o uso de cabos, pode ser conectada a um aplicativo oficial de smartphone, que permite ligar o SUV à distância (partida remota) ou mesmo travar ou destravar as portas. Bacana também no console central as duas entradas USB iluminadas, sendo uma no padrão tradicional e outra do tipo C, que acaba atendendo diversos tipos de celulares.
O interior do Renegade Longitude 2022 mantém o grau de refinamento dos modelos mais antigos, o que deixa o SUV da Jeep ainda como um dos melhores da categoria nesse sentido. O espaço interno continua razoável, com rivais sendo mais amplos no banco de trás, porém, o utilitário se destaca ainda pela boa visibilidade e pela posição de dirigir em que você pode enxergar o capô, contribuindo para a experiência de se estar em um “SUV”.
E por mais que tenha recebido novos itens de série na linha 2022, não dá para entender a ausência de dois itens que o Longitude anterior tinha: partida por botão e faróis com acendimento automático, itens até de versões mais baratas de seus concorrentes e que acabam fazendo falta no dia a dia, principalmente na faixa de preço. Se serve de consolo, ao menos a chave é do tipo canivete.
Quando entrei nesse novo Renegade Longitude 2022 e dei a partida, a primeira mudança que noite foi o som característico desse novo e moderno motor 1.3 turbo de até 180/185 cv de potência. E como testei no ano passado essa mesma versão antes da atualização de motorização e visual da linha 2022, foi interessante ver as diferenças, não sendo exagero dizer que foi uma mudança da água para o vinho.
Na primeira saída de semáforo ficou nítido como o SUV ganhou outra disposição na primeira pisada no acelerador, ganhando velocidade com maior facilidade graças aos 27,5 kgfm de torque que aparecem cedo. Segundo a Jeep, o torque máximo aparece desde 1.750 rpm. São bem mais do que os 19,2 kgfm de torque do 1.8 do modelo antigo, que por ser aspirado (e de concepção mais antiga) tinha o pico máximo de torque em altos 3.750 rpm - uma diferença colossal. A chegada do motor 1.3 turbo foi de grande importância, já que a versão anterior 1.8 “chorava” para puxar os 1.476 kg do Renegade.
Fica nítido também como o pedal da direita ficou mais sensível no Renegade com o motor turbinado, causando até umas derrapadas inesperadas e a atuação do controle de tração em alguns momentos, mas nada que assuste ou que não faça o motorista se acostumar. Afinal, essa característica faz parte daqueles que chamamos de “problema bom”, principalmente para ex-donos de Renegade 1.8.
Chama a atenção ainda como o SUV ficou mais silencioso, mas isso não porque o anterior tinha um isolamento acústico ruim, muito pelo contrário. O motor 1.8 aspirado trabalhava em altas rotações e fazia muito esforço, por isso que o ruído acaba invadindo a cabine (que já era bem isolada). Agora problema resolvido.
O câmbio faz trocas rápidas na cidade, jogando uma marcha sobre a outra e aproveitando muito bem o torque em rotações baixas. No geral, tem bastante suavidade em seu funcionamento, com exceção de um pequeno tranco nas reduções de 2ª para a 1ª marcha – que talvez se fosse feita mais tarde não aconteceria.
No mais, a calibração da suspensão do Renegade pode ser considerada uma das mais bem acertadas entre os SUVs compactos, já que ela traz a maciez esperada para um utilitário na hora de passar por valetas ou ondulações. E isso sem necessariamente precisar ser exageradamente “molenga”, pois o Renegade cumpre sua missão em curvas – sentindo mais a rolagem da carroceria por conta da sua altura e peso elevado e pela suspensão independente na traseira, um dos poucos com isso no segmento. O conforto também é ajudado pelos pneus 225/55, apesar do perfil um pouco mais fino.
Na atualização da linha 2022, o Renegade trouxe um pacote de equipamentos com bom custo x benefício, com destaque para os 6 airbags, controles de estabilidade e tração, faróis full-LED, frenagem autônoma de emergência, assistente de permanência em faixa, detector de fadiga e reconhecimento de placas. Essa versão Longitude soma ainda aletas de marcha atrás do volante para trocas manuais, multimídia com tela de 8,4 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio e faróis de neblina em LED.
A versão agrega ainda bancos em couro, painel de instrumentos digital de 7”, ar-condicionado automático digital de duas zonas, carregador wireless para celulares, rodas de liga leve de 18” e sensor de estacionamento traseiro. Com esse pacote completo, a Jeep cobra R$ 142.590 pela versão intermediária do Renegade, que acabou perdendo itens que eram padrão no modelo antigo.
Por mais que tenha uma lista de itens de série recheada, trazendo até equipamentos de assistência a condução e segurança, o Renegade Longitude 2022 dá uma pequena mancada em não ter itens triviais como partida por botão e farol com acendimento automático – algo presente em carros até mais baratos hoje, embora o primeiro seja considerado até sinônimo de status. Porém, não tem como dizer que, no conjunto da obra, a versão intermediária se sai bem. Caso os itens ausentes te façam muita falta, terá que ir para a versão acima Série S, com tração integral e que custa R$ 169.090.
Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com) e divulgação
Jeep Renegade Longitude 1.3T FWD
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