Não faz muito tempo que falamos do VW Nivus Highline, mas o SUV-cupê produzido em São Bernardo do Campo (SP) recebeu novidades na linha 2022, como um novo comando de ar-condicionado, mais funções para o sistema de piloto automático e a recalibração do motor 200TSI para atender as novas normas de emissões e consumo, incluindo um sistema start-stop.
Aproveitamos para fazer o nosso Teste em Equipe. Três membros da equipe usaram o Nivus Highline 2022 por alguns dias e dão sua opinião conforme seu perfil e uso, além da atualização de nossos números de teste para o SUV. Seu preço é de R$ 136.270 e chega aos R$ 137.855 com a novidade, a cor Azul Biscay, na carroceria.
Quando passei em frente a uma concessionária Volkswagen e vi o Nivus na cor Azul Biscay, encostei e fui conferir de perto a novidade, como mostramos aqui. Somente agora a linha 2022 ficou disponível para nosso teste e foi bom para relembrar as qualidades e público-alvo do modelo, principalmente depois da chegada do Fiat Pulse.
Gosto de carros com acerto justo de direção e câmbio e, como todo Volkswagen feito sobre a plataforma MQB, o Nivus entrega essa sensação ao volante, ponto que o difere bastante do Pulse. Já o acabamento não sofreu alterações, permanecendo plástico rígido de boa qualidade mas que acaba destoando da modernidade trazida pelo belo painel digital Active Info Display e pela central multimídia VW Play.
Enquanto o Leo terá a missão de trazer detalhes de desempenho e números, minha tarefa era entender o quanto o Nivus atende uma família com duas crianças no dia-a-dia. A cadeirinha infantil encaixa fácil com o Isofix, mas por conta do entre-eixos de Polo, a criança acaba chutando o banco dianteiro. Gosto muito dessa carroceria, que além de ser muito bem acertada em estilo, também facilita muito o acesso ao generoso porta-malas.
Para uma família com duas crianças pequenas, o T-Cross seria a opção mais viável, mas isso também implica em mais grana. O motor 200TSI recalibrado segue oferecendo um bom desempenho, mesmo com o carro bem carregado. Outros pontos que me chamaram muito a atenção foi a suavidade do start-stop (muito rápido para ligar) e o baixo nível de ruído a bordo. Já os faróis Full-LED, característica marcante do Nivus, garantem ótima iluminação, mas por vezes parece ofuscar outros motoristas - até por isso recebeu um ajuste de altura na linha 2022.
Depois do Fabio e do Nicolas, fiquei dois dias com o Nivus Highline. De fato, a nova cor caiu melhor nele até mesmo que no VW Polo GTS, de quem origina, e o SUV-cupê segue bonito e destacado nas ruas mesmo depois de um tempo nas lojas. Mas minha missão era ver como ele se comporta (e se mudou algo) com a nova calibração PL7 do motor 200TSI. E sim, mudou.
A primeira percepção é que ele está mais quieto em marcha-lenta. Vibra menos e isso também acontece em movimento. Outro ponto que o Nivus melhorou foram as trocas de marcha, mais suave - vale lembrar que uma das reclamações do SUV eram os trancos principalmente nas trocas de primeira para a segunda marcha. Mesmo nas marchas acima, pouco se sente as mudanças, apesar de ainda ter a mesma caixa de 6 marchas da Aisin.
O start-stop é de uma geração recente. Desliga o motor sem drama e religa sem vibrações e dificuldades, diferente do que vemos quando o sistema é mais antigo. Ele, em conjunto com a recalibração, deu ao Nivus uma melhora de 0,4 km/litro no consumo urbano com etanol (de 8,1 km/litro para 8,5 km/litro) em nossos testes. Na estrada, manteve os mesmos 11,6 km/litro do teste anterior.
Na pista, o 0 a 100 km/h se manteve em 10,3 segundos. Destaque para as retomadas de 40 a 100 km/h (0,2 segundo mais rápida) e 80 a 120 km/h, esta 0,5 segundo mais rápida. A potência e torque são os mesmos: até 128 cv e 20,4 kgfm de torque quando abastecido com etanol e 116 cv e os mesmos 20,4 kgfm com gasolina. Bom trabalho da engenharia da Volkswagen.
É inegável que a Volkswagen acertou em cheio com o Nivus, independente da qualidade do carro. É um modelo que está sozinho no segmento, sendo o único SUV-cupê acessível do mercado, visto que esta carroceria aparece apenas nas marcas de luxo. E ainda é um dos veículos mais acessíveis entre os crossovers - por R$ 119.550 na versão Comfortline, é mais barato até do que o T-Cross 200 TSI (R$ 132.970).
Claro, ajuda bastante o design muito bem acertado, que ganha destaque quando a carroceria tem uma cor mais chamativa. Até agora, a pintura vermelha Sunset era a melhor opção, só que o azul Biscay virou minha opção favorita caso fosse comprar o Nivus agora. Destaca melhor suas linhas e funciona muito bem em qualquer iluminação, tanto que vieram me perguntar a respeito em três situações diferentes, inclusive por um dono de um Nivus cinza.
Com o Leo olhando mais para a mecânica - que, de fato, melhorou com as mudanças provocadas pelo Proconve L7 -, me atentei muito mais à parte de tecnologia. Esta foi a primeira vez que peguei o Nivus e a central multimídia VW Play não me deu nenhuma dor de cabeça. Usei o Android Auto o tempo todo, aproveitando que agora permite conexão sem fio (antes só disponível para o Apple CarPlay), fiz streaming de músicas e tudo o que podia, forçando o hardware para ver se encontraria um problema como antes. Felizmente, nada de errado aconteceu.
A linha 2022 trouxe mais equipamentos. Tem um carregador wireless para smartphones na versão Highline, ajudando a não drenar a bateria tão rapidamente ao usar o espelhamento. Outra boa adição desde seu lançamento foi o painel de instrumentos de 10,25", a melhor versão do sistema. Apesar da falta de semicondutores no indústria, ainda traz alguns itens como controle de cruzeiro adaptativo e frenagem automática de emergência.
Foi bom a Volkswagen ter mexido nestes pontos, fazendo com que o Nivus 2022 fique mais interessante. Ainda tem alguns problemas, como a falta de espaço interno (principalmente nos bancos traseiros) ou o acabamento mais simples do que muitos modelos no segmento. Só que o custo-benefício fica mais interessante por ter um belo pacote de equipamentos, ainda mais que o único opcional é a pintura em dois tons por R$ 3.250.
Como preciso mais do porta-malas do que do espaço para bancos traseiros, o Nivus seria minha opção entre os carros da Volkswagen, inclusive no lugar de um Polo ou Virtus. É bem equipado, a mecânica é a mesma, tem uma pegada bem próxima do hatchback na hora de dirigir e suas linhas não cansarão tão rapidamente.
Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)
VW Nivus 200TSI (PL7)
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