Teste rápido Nissan Kicks Sense MT: o sobrevivente resistente
SUV compacto manual é uma raça em extinção, mas poderia ser uma melhor opção
Restam poucos SUVs com câmbio manual em nosso mercado. Podemos listar Jeep Renegade e Honda HR-V como exemplos que perderam essa opção com o passar dos anos, que se limitavam em versões de entrada e, hoje, peças raras no mercado de usados. O Nissan Kicks segue com a sua versão manual, mesmo depois da reestilização.
Mas parece que a própria marca "não ajuda" na hora de vendê-la. O Nissan Kicks Sense manual tem um pacote de equipamentos bem enxuto, apesar de ter itens essenciais, mas sem luxos e deixa isso bem claro com suas rodas de ferro e calotas. Porém é um dos SUVs mais legais para se guiar. Será que vale a pena economizar algum dinheiro e levar um pedal de embreagem?
O que é?
O Nissan Kicks Sense manual é identificável principalmente por suas rodas de ferro com calotas de 16". Se não fosse isso, passaria despercebido visualmente, já que mantém as lanternas em LEDs (que se perde na versão Sense PCD) e as luzes diurnas em LEDs no parachoque dianteiro. Diferente do Fiat Pulse, por exemplo, a versão de entrada já vem com retrovisores e maçanetas na cor do carro.
Obviamente que o câmbio é outro. Sai do CVT, entra o manual com 5 marchas ligado ao motor 1.6 aspirado com 114 cv e 15,5 kgfm de torque, que se aproveita de um SUV leve, de apenas 1.104 kg, para ter um desempenho "OK" principalmente na cidade.
Como é?
O Kicks Sense tem os mesmos elementos da reestilização feita há cerca de um ano. Na dianteira, uma grade destacada com acabamento em preto brilhante, faróis grandes halógenos e as luzes diurnas em LEDs na parte inferior, onde seriam os faróis de neblina. Se não fossem as rodas de ferro, o Kicks manual agradaria mais ao olhar, algo importante para um cliente que está gastando mais de R$ 100 mil em um carro.
Por dentro, o mesmo padrão de acabamento dos demais Kicks. Plástico rígido de boa qualidade e encaixes com a parte central do painel em um material texturizado. Os bancos tem a tecnologia Zero Gravity mesmo nesta versão, com acabamento em tecido preto e regulagem de altura no motorista, bastante confortáveis e que ajudam em longas conduções. Em espaço interno, acomoda 4 adultos bem, com bom espaço no banco traseiro para as pernas apesar de não ser o maior entre os compactos, e porta-malas de 432 litros.
Como anda?
Pena que os carros manuais estão com os dias contados. No caso do Kicks, o câmbio com relação curta e bons engates o faz uma boa opção. A embreagem é leve e tem curso curto, não chega a cansar no trânsito e ao mesmo tempo aproveita melhor o torque que aparece em baixas rotações. O motor 1.6 aspirado não é o mais potente do mercado, mas dá conta do Kicks, ao menos na cidade.
Na estrada, a falta de uma sexta marcha deixa a rotação alta em velocidades maiores, o que prejudica o conforto acústico, apesar de uma boa melhoria nesse quesito com a reestilização. Com etanol, enquanto na cidade ele marcou 9,2 km/litro com etanol, uma boa média, na estrada registrou 13,8 km/litro, que com certeza ser melhor se tivesse uma marcha a mais. Na comparação com o CVT, é mais econômico. Para comparação, foram 7,8 km/litro na cidade e 11 km/litro na estrada, além do manual ser um pouco mais rápido no 0 a 100 km/h, com 11,3 segundos versus 11,6 segundos.
A suspensão e direção do Kicks são bons pontos no SUV. A direção elétrica tem boa comunicação e a suspensão, apesar de focada no conforto, trabalha silenciosa e segura bem a rolagem da carroceria. É o SUV compacto que tem um estilo mais próximo dos hatches, por exemplo, assim como a posição de dirigir não tão alta.
Quanto custa?
Apesar de ser um bom carro aos que gostam de dirigir, parece que nem mesmo a Nissan quer vender o Kicks Sense manual. Custa R$ 104.990, ante os R$ 113.490 da Sense com o câmbio CVT. Esses R$ 8.500 trocam além do câmbio, com a adição das rodas de liga-leve de 16" e piloto automático. Por outro lado, o Kicks Sense MT já tem 6 airbags, controles de tração e estabilidade, faróis com acendimento automáticos, sistema multimídia com tela de 7" e espelhamento via Apple CarPlay e Android Auto, câmera de ré, sensor de estacionamento traseiro, entre outros.
A diferença de preço é pequena para a versão com câmbio automático. Apesar de mais econômico, revender um SUV manual será mais difícil que um automático, principalmente se ele seguir seus concorrentes e a aposentar com o passar do tempo. Vai das prioridades de cada um e da preferência de cada um. Eu teria, mas essa diferença de preço precisaria ser maior...
Nissan Kicks Sense 1.6 MT
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