Ainda em junho, a Honda apresentou a linha 2022 da CG 160. A moto mais vendida do Brasil permaneceu em sua 9ª geração, apresentada para o ano/modelo 2016. No entanto, ganhou uma renovação visual para se manter atualizada. A questão é que, sinceramente, nem precisava mudar muito.
Desde 1976, quando começou a ser fabricada no Brasil, a linha Honda CG já acumula mais de 13 milhões de unidades vendidas, mais que Volkswagen Gol e Fiat Uno, por exemplo. Entre as rivais diretas, temos modelos como as Yamaha Factor e Fazer 150 e a Haojue DK 150. No entanto, a diferença nas vendas é grande. A CG emplacou 30.633 unidades em julho, contra 3.477 da Factor 150, 1.583 da Fazer 150 e apenas 264 da DK 150. Mas não é só de nome que vive a primeira Honda nacional.
A linha 2022 da Honda CG 160 trouxe novidades visuais para as quatro versões da moto: Start, Fan, Cargo e Titan. Todas receberam uma nova moldura para o painel de instrumentos e uma carenagem frontal para o farol repaginada. Fan e Cargo ganharam um tanque com as laterais redesenhadas interna e externamente, enquanto a Titan ainda agrega novas aletas exclusivas na lateral do tanque e rabeta com os lados redesenhados.
As quatro configurações da CG 160 2022 permanecem oferecendo de série partida elétrica, sistema de freios combinados, painel de instrumentos digital, hodômetro parcial e marcador de combustível. Fan e Titan ainda agregam conta-giros. Além das novas carenagens exclusivas, a versão mais cara traz alças para o garupa de alumínio.
Todas as CG 160 2022 compartilham o mesmo propulsor desde a linha 2016. Trata-se de um monocilíndrico de 162,7 cm³ arrefecido a ar, alimentado por injeção eletrônica e com comando de válvulas único no cabeçote. A diferença é que a Start roda apenas com gasolina, entregando 14,9 cv de potência a 8.000 rpm e 1,4 kgfm de torque a 7.000 rpm. Nas demais, é flex e gera 15,1 cv a 8.000 rpm e 1,54 kgfm a 7.000 rpm com etanol. O câmbio é de 5 velocidades para todas as configurações.
A versão Start é a mais simples no quarteto de CGs, tanto que é a única a não ser flex. É a mais em conta e, segundo a Honda, atende muito ao mercado de consórcios e também aos estados do Nordeste, onde o etanol tem valor muito elevado. Ela conta ainda com rodas raiadas e freio a tambor em ambas.
Uma versão acima, a CG Fan já traz as novas carenagens laterais do tanque, que têm entradas de ar funcionais. O motor é flex e o modelo já agrega freio a disco dianteiro e rodas de liga leve. A CG Cargo é baseada na Fan, com os mesmos equipamentos e visual. Porém, é homologada para apenas um ocupante e tem reforços no subchassi traseiro e suspensão. Assim, consegue trazer um suporte para carga com capacidade para 20 kg.
Por último, a Titan é a versão mais completa. É a única, por exemplo, a trazer o painel de instrumentos “blackout”, de maior contraste. Todas trazem o conjunto digital, enquanto a Titan exibe velocímetro, conta-giro, relógio, marcador de combustível e hodômetro parcial. Com carenagens exclusivas mais encorpadas e pintura contrastante, o objetivo da Honda com a nova Titan é oferecer uma moto com o visual mais robusto e esportivo.
A Honda poderia ter montado nos louros do sucesso da CG há muitos anos. Mas não, a moto sempre evoluiu a cada geração. E seja para deslocamentos ou para trabalho, a moto tem alguns atributos que ainda colocam a CG em vantagem perante a concorrência mais direta. E não estou falando somente da facilidade de se encontrar peças e a maior rede de concessionárias.
Um dos segredos está no próprio nome: CG 160. É a maior cilindrada em sua categoria. Além da potência extra (a Fazer 150 tem até 12,4 cv, quase 3 cv a menos que a CG), tem uma construção mais moderna, com o uso de rolamentos do tipo agulha no comando de válvulas. A Honda põe tanta fé nesse propulsor que acredita que ele poderá atender às normas do Promot 5, que entram em vigor em 2023, sem necessidade de grandes alterações.
Mas, e na prática, como anda a Honda CG 160? Conseguimos dar um breve passeio com as versões Fan e Titan pelo caótico trânsito da Zona Sul da cidade de São Paulo (SP) e é lá que os atributos da moto aparecem. Mais potente, o propulsor arranca rápido nas saídas de farol e não exige que a rotação fique elevada para entregar desempenho. Isso é especialmente interessante quando se está trafegando entre os carros em baixa velocidade. Mesmo em giro baixo, a moto responde bem e de forma controlada. O propulsor também vibra pouco, por mais de uma vez me esqueci de engatar a última marcha, mesmo estando a mais de 70 km/h.
Quanto à suspensão, a Honda trouxe em 2016 o garfo telescópico de funções separadas, solução que a marca diz ter trazido das pistas. Na prática, o conjunto do garfo dianteiro e dos dois amortecedores traseiros tem um acerto mais para o conforto. Como o uso primário de uma CG se dá na cidade, onde há mais buracos do que asfalto, a suspensão é na medida, pois o piloto não sente tanto as pancadas nas costas e nos braços.
Falando em conforto, outro ponto alto no uso da CG Titan é a ergonomia. Reparem no guidão, ele é levemente elevado, o banco é relativamente baixo e as pedaleiras não são recuadas. O resultado é uma posição mais natural e ereta de pilotagem. Com isso, a CG 160 é uma moto pensada para não judiar de quem a utiliza, seja para pequenos trajetos ou por horas a fio. Para quem vai encarar os mais extremos dos corredores, fica a dica: as carenagens na Fan e na Cargo são mais estreitas que as da Titan. A diferença é pouca, mas cada milímetro pode fazer a diferença.
A Honda já refinou a receita da CG há tanto tempo que não importa muito com qual moto você está acostumado. Ao subir na CG 160 2022, tudo está distribuído de forma intuitiva e os comandos, como acelerador, embreagem e freios, respondem proporcionalmente ao que é pedido pelo piloto. É como guiar uma moto que você tem há anos, só que logo na primeira vez.
A linha 2022 da Honda CG 160 chegou em julho às concessionárias da marca. Os preços partem de R$ 10.520 para a versão Start. A Fan vem na sequência por R$ 11.760, seguida pela Cargo, de R$ 11.900. A Titan é a mais cara, custando R$ 13.040. Todos os valores têm por base o Distrito Federal e não incluem despesas de frete. A moto conta com garantia de 3 anos sem limite de quilometragem.
MOTOR | Monocilíndrico, flex, 162,7 cm³, arrefecimento a ar |
POTÊNCIA/TORQUE | 15,1 cv @ 8.000 rpm; 1,54 kgfm @ 7.000 rpm |
TRANSMISSÃO | 5 velocidades, transmissão final por corrente |
SUSPENSÃO | Garfo telescópico, 135 mm de curso; Duplo amortecedor, regulagem de pré-carga, 106 mm de curso |
CHASSI | tipo diamante |
RODAS | liga-leve de 18" na dianteira e traseira |
FREIOS | Disco, 240 mm de diâmetro; Tambor, 130 mm de diâmetro |
PESO A SECO | 117 kg |
DIMENSÕES | comprimento 2.032 mm, largura 745 mm, altura do assento 790 mm, entre-eixos 1.315 mm; |
CAPACIDADES | tanque 16,1 litros |
PREÇO | R$ 13.040 |
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