Se os SUVs irão realmente dominar o mundo, opções começam a aparecer. Os SUVs cupês ganham cada vez mais representantes em diversas categorias para justamente tentar pegar o coração (e o bolso) de consumidores que não querem o tradicional, principalmente na faixa das marcas premium, e optam por derivados com ao menos estilo mais esportivo.
A Audi foi uma das últimas a aderir a essa moda. Recentemente, apresentou o Q5 Sportback, aproveitando a reestilização do Q5, e tem competidores de peso para enfrentar inclusive no mercado brasileiro, como o Mercedes-Benz GLC Coupé. E quem estiver interessado em um dos SUV cupês derivados de SUVs tradicionais, os reunimos para mostrar o que cada um oferece - mas já adiantamos, a briga é acirrada.
Audi e Mercedes-Benz são montadoras alemãs, porém Q5 Sportback (produzido no México) e GLC 300 Coupé nos levam a escolas diferentes de design. A sobriedade conhecida da Audi recebe toques de esportividade, como a grade em colmeia e pintura preta em diversos detalhes, abrindo mão dos cromados nesta versão S-Line Black. Na Mercedes-Benz, a carroceria arredondada é mais charmosa, apostando em pequenos detalhes, como a grade com pontos cromados e os frisos cercando as janelas no mesmo acabamento.
Ambos usam rodas de 20", com o Mercedes-Benz apostando em um par mais largo na traseira. Enquanto a Audi tem um vinco forte atravessando dos faróis até as lanternas, o GLC Coupé mostra linhas suaves e uma carroceria mais arredondada. Até o caimento do teto, que marca a categoria, é mais suave no GLC. Finalizando o visual, lanternas em LEDs com assinaturas marcantes em tampas com grandes vidros e que seguem a escolha de design de cada um, vincada ou suave. O GLC Coupé tem uma identidade mais particular quando comparado do GLC tradicional do que o Q5 Sportback se diferencia do Q5.
Por dentro do Audi Q5 Sportback, estilo sóbrio e bem acabado que conhecemos dos modelos da marca. Não há muita variação de materiais, com o uso de algum plástico rígido, material suave ao toque e preto brilhante. No GLC 300, materiais mais nobres, como o revestimento do painel, o alumínio em botões e alguns detalhes, madeira escura e finalizando com o couro dos bancos e acabamentos de portas, mais suave ao toque e mais refinado visualmente. Ambos entraram na onda do painel digital, com 12,3" cada, com diversas opções de personalização no Audi e um conceito mais conservador no GLC 300.
Se até em modelos mais baratos encontramos uma certa carga de tecnologias, aqui temos itens a mais. Começando pela tão falada conectividade, o Audi atualizou seu sistema multimídia, agora com uma tela de 10,1" sensível ao toque com espelhamento de smartphones sem fio e carregador por indução. O Mercedes-Benz GLC Coupé é um dos que traz o MBUX, sistema que reconhece comandos por voz, mas curiosamente ainda pede fios para o espelhamento, apesar de ter um carregador por indução. O sistema de som é assinado pela Bang&Olufsen no Audi (opcional) e pela Burmester no GLC (de série), ambos de alta definição.
O sistema da Audi é mais intuitivo ao uso. As principais funções ficam em um menu inicial e é fácil achar para conectar o telefone, regular o áudio, usar a navegação GPS ou acessar configurações do carro, como seletor de modos de condução (também acessível por um botão perto do motorista) e de sistemas de condução. No GLC 300, exige um pouco mais de atenção e, mesmo sensível ao toque, é mais acessível pelo touchpad no console central, onde seria a alavanca do câmbio. É rápida, mas precisa de um pouco mais de atenção para achar as funções.
Em assistentes de condução, temos pouca variação entre eles. Piloto automático adaptativo com função de tráfego, alerta de saída de faixa, alerta de ponto-cego e alerta de colisão com frenagem automática são itens "básicos" nesta faixa de preços. Tanto no Audi quanto no Mercedes-Benz, os sistemas funcionam bem e de forma parecida, já um passo além em suavidade e inteligência. O GLC 300 tem câmeras 360º e assistente de estacionamento automático, ausentes no Audi. O troco vem nos faróis, fullLED nos dois, mas com sistema inteligente de farol-alto no Q5 Sportback, que varia a luz para não ofuscar outros carros que estão na frente.
O estilo vem acompanhado de motores 2.0 turbo no Q5 Sportback e no GLC 300. Com uma concepção bem parecida, estamos falando da mais recente geração dos motores de cada casa. No Audi, são 249 cv no EA888, enquanto o Mercedes-Benz veio com 258 cv no M254, e ambos com 37,7 kgfm de torque. Apesar dessa semelhança, eles adotam transmissões diferentes.
O Audi usa a tração integral que privilegia a dianteira, com câmbio automatizado de dupla embreagem com 7 marchas (S-Tronic). Mais conservador, o GLC 300 adota a tração integral também automática, mas com privilegio a traseira, ligado a um câmbio automático tradicional de 9 marchas. A suspensão usam sistemas diferentes no eixo dianteiro entre eles, mas ambos com molas helicoidais, sem a opção de bolsas pneumáticas, que encontramos nos modelos mais caros.
Se alguém ficou na dúvida qual comprar até aqui, vamos começar a diferenciá-los mais. O Q5 Sportback não se difere do Q5 ao volante, ou seja, temos um SUV com bom desempenho, suspensão bem calibrada para nosso piso e com boa dirigibilidade. Apesar da altura do solo, a carroceria não se movimenta em excesso nas velocidades mais altas e está sempre se comunicando com o motorista através da direção elétrica, bem direta e responsiva.
É um carro com comportamento equilibrado. Não te assusta e consegue empolgar em algumas situações, passando segurança com um bom conforto. Curioso é que, nas unidades testadas, ambos estavam inclusive com a mesma marca de pneus, mostrando que sempre estão um de olho no outro no mercado. O Audi impressiona pela forma como lida com os buracos do nosso asfalto sem reclamar ou deixar os ocupantes desconfortáveis.
O GLC 300 até veste um conjunto de suspensão chamado Sport, mas é um Mercedes-Benz. É mais confortável que o Audi, porém bate seco com mais facilidade. Nem precisa ser um buraco muito fundo e aquele barulho já "machuca" a alma do motorista. O GLC 300 tem as particularidades de um Mercedes-Benz, como o seletor do câmbio na coluna de direção e o volante levemente deslocado para a esquerda, mas é algo que será perceptível aos mais atentos. Ajuda nessa sensação de conforto o isolamento acústico.
O Mercedes-Benz tem uma tocada mais suave. A carroceria dobra mais e até as trocas de marchas são mais suaves mesmo quando no modo Sport+ e aproveita mais marchas para ter uma relação um pouco mais curta, dando uma sensação que acelera mais rápido. Lado a lado, Q5 Sportback e GLC 300 andam juntos, com uma leve vantagem para o Mercedes-Benz no 0 a 100 km/h justamente pela relação mais curtas de câmbio. Retomada, frenagem a até mesmo consumo é quase empate.
SUVs médios, Q5 Sportback e GLC 300 tem bom espaço interno. Nos bancos dianteiros, ambos tem um alto console central separando os dois lados. No banco traseiro, 2 ocupantes terão praticamente o mesmo espaço para pernas e ombros, mas o passageiro central encontrará um alto túnel central atrapalha bastante a acomodação. O GLC tem saída de ar-condicionado para os bancos traseiros, mas o Q5 Sportback vem com a terceira zona.
O Mercedes-Benz GLC 300 Coupé impressiona pelo acabamento e alguns equipamentos a mais, mas cobra cerca de R$ 120 mil a mais na conta final quando comparado ao Audi Q5 Sportback totalmente equipado - básico, essa diferença aumenta para mais de R$ 140 mil, sem considerar as versões de entrada do Audi. Ambos chegam com uma lista de equipamentos boa, motores turbo e tecnologias de condução.
Pela relação custo/benefício, o Q5 Sportback é consideravelmente melhor. Por outro lado, o GLC 300 carrega mais conforto, equipamentos e mais luxo no acabamento e estilo. No fim das contas, o que vai decidir é a disposição do comprador gastar bem mais por um pouco a mais ou gastar menos por um pacote já bom.
Fotos: Mario Villaescusa (para o Motor1.com)
Audi Q5 Sportback | Mercedes-Benz GLC 300 Coupé | |
MOTOR |
dianteiro, longitudinal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.984 cm3, duplo comando variável, variador de abertura de válvulas, injeção direta e indireta, turbo, gasolina |
dianteiro, longitudinal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.991 cm3, duplo comando variável, injeção direta, turbo, gasolina |
POTÊNCIA/TORQUE | 249 cv @ 5.000 a 6.000 rpm / 37,7 kgfm @ 1.600 a 4.500 rpm |
258 cv @ 5.800 a 6.100 rpm / 37,7 kgfm @ 1.800 a 4.000 rpm |
TRANSMISSÃO | automatizado de dupla embreagem com 7 marchas; tração integral automaticamente variável | automático de 9 marchas, tração integral automaticamente variável |
SUSPENSÃO | multilink na dianteira e traseira | braços sobrepostos na dianteira, multilink na traseira |
RODAS E PNEUS | liga-leve aro 20" com pneus 255/45 R20 | liga leve aro 20" com pneus 255/45 R20 (D) e 285/40 R20 (T) |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e traseira | discos ventilados na dianteira e traseira |
PESO | 1.930 kg em ordem de marcha | 1.825 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.682 mm, largura 2.140 mm, altura 1.662 mm, entre-eixos 2.819 mm | comprimento 4.731 mm, largura 2.096 mm, altura 1.600 mm, entre-eixos 2.873 mm |
CAPACIDADES | tanque 70 litros; porta-malas 520 litros | tanque 66 litros; porta-malas 500 litros |
PREÇO | R$ 395.990 (S-Line Black)/ R$ 418.490 (como testado) | R$ 540.900 |
MEDIÇÕES MOTOR1 BR | ||
---|---|---|
Audi Q5 Sportback 2.0T | Mercedes-Benz GLC 300 | |
Aceleração | ||
0 a 60 km/h |
3,0 s |
3,0 s |
0 a 80 km/h | 4,6 s |
4,6 s |
0 a 100 km/h | 6,7 s | 6,4 s |
Retomada | ||
40 a 100 km/h em S | 4,6 s | 4,6 s |
80 a 120 km/h em S | 4,2 s | 4,1 s |
Frenagem | ||
100 km/h a 0 | 37,4 m | 37,6 m |
80 km/h a 0 | 24,1 m | 24,2 m |
60 km/h a 0 |
13,6 m |
13,8 m |
Consumo | ||
Ciclo cidade | 8,4 km/l | 8,2 km/l |
Ciclo estrada | 11,8 km/l |
11,8 km/l |
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