O que é design? Linguagem visual. A primeira impressão. O motivo de aprovação ou desaprovação. E um argumento de compra principalmente no mundo dos carros. Semelhante a um formando num terno chique, agora o novo Hyundai Tucson espera que os olhares da plateia venham para ele. A quarta geração do SUV coreano concentra-se na aparência sem esquecer das virtudes fundamentais.
Naturalmente, precisamos primeiro olhar para o design do novo Tucson. Os designers da Hyundai pressionaram tantos vincos na carroceria que até mesmo nossa câmera teve problemas para captá-los. Enquanto o VW Tiguan é tão pragmático quanto um porta-voz do governo, o Tucson tem um caráter forte como um artista de Hollywood.
A chamada grade "paramétrica" é particularmente notável: as luzes diurnas em LED (DRL) brilham nela! Já outros detalhes de design são mais discretos, como o limpador do vidro traseiro escondido sob o spoiler do teto e o logotipo da Hyundai colocado no vidro traseiro, que cria uma impressão tridimensional.
Uma coisa é certa: a aparência do novo Tucson será do tipo ame ou deixe-a. Mas agora vamos focar nos aspectos racionais: com 4,5 metros de comprimento (20 mm extras), 1,86 m de largura (+ 15 mm) e altura de 1,65 m (+ 5 mm), o SUV coreano cresceu - especialmente na largura, algo bastante notável em ruas estreitas. Nos mercados onde ele ainda é considerado "compacto", como nos EUA, será que ele continuará sendo chamado assim?
Seja como for, as dimensões compensam por dentro, de modo que o espaço não deixa nada a desejar. Os encostos ajustáveis do banco traseiro são interessantes. E a versão híbrida que avaliamos oferece significativamente mais espaço para bagagem que o modelo anterior: 613 a 1.795 litros, contra 513 a 1.503 litros do Tucson antigo - que não tinha opção híbrida.
O rebatimento dos bancos, que podem ser divididos na proporção de 1/3 e 2/3, pode ser feito a partir do porta-malas usando um comando manual. Graças ao uso inteligente do espaço, a versão híbrida quase não perde volume de bagagem em relação ao modelo sem baterias (são apenas 4 litros a menos).
O interior é visualmente dominado por uma combinação especial de painel e console central. A faixa elegantemente curvada ao longo da cabine com as saídas de ventilação, que se estendem para as portas, é impressionante. Os botões de memória para ajuste do assento também estavam localizados na porta do motorista em nosso carro de teste.
Graças a esse truque de design, o interior do novo Tucson parece ainda mais refinado. Plásticos e inserções em tecido transmitem uma boa impressão de qualidade - apenas o plástico no volante de quatro raios é um pouco escorregadio ao toque. Ainda assim, parabéns, Hyundai!
Mas tenho que admitir que fiquei um pouco cético quando olhei as primeiras fotos de divulgação. Isso porque, além do cluster digital, há uma tela central sensível ao toque de 10,25" sem botões físicos. Então a Hyundai também não se preocupa com ergonomia como a VW faz com o Golf 8? De jeito nenhum. Porque mesmo que os botões do novo Tucson não sejam mais físicos, há elementos suficientes para pressioná-los (o que facilita muito sua utilização).
No fim, a ergonomia agrada: não preciso pensar duas vezes sobre onde ativar qual função, pois quase tudo está claramente identificado e fácil de reconhecer. Mesmo que possa parecer meio confuso no início, é tudo fácil de usar. O quadro de instrumentos é semelhante ao do novo Hyundai i20: relógios redondos claramente desenhados, fáceis de ler. Aqui, a forma não está acima da função.
"Pronto para ir", penso comigo mesmo e pressiono o botão Start. Mas primeiro há apenas um "PLING". Claro, afinal de contas, o que estou dirigindo é novo Hyundai Tucson 1.6 T-GDI Hybrid. Sim, você leu corretamente: embora a indústria automotiva tenha promovido o híbrido plug-in como a invenção mais inovadora desde o automóvel Benz de 1886, a Hyundai conta com a solução de energia sem tomada.
Isso pode ser parcialmente devido ao mercado dos EUA e da China, mas desperta simpatia em mim. E na primavera europeia de 2021, o híbrido plug-in "obrigatório" também chegará ao Tucson, entregando uma potência máxima de 265 cv e um torque de 35,7 kgfm.
Mas agora estamos no híbrido sem tomada. Ele conta com 180 cv de seu motor 1.6 turbo a gasolina e é acompanhado por um motor elétrico com mais 44,2 kW (60 cv). Juntos, os dois motores fornecem uma potência de 230 cv e um torque máximo de 35,7 kgfm. Esse conjunto até permite uma condução 100% elétrica, mas por muito pouco tempo, na verdade.
A Hyundai equipou o Tucson Hybrid exclusivamente com uma transmissão automática de 6 marchas, o que não só aumenta o conforto de condução, mas também torna mais fácil para o controle eletrônico combinar eficientemente a operação a gasolina e elétrica. O sistema automático também permite a utilização de outros destaques técnicos: assistente de estacionamento por controle remoto e os novos modos de terreno da tração integral.
A capacidade de 1,49 kW-hora da bateria de polímero de íon-lítio pode ser facilmente mantida ou recarregada durante a condução, de preferência por meio da recuperação de energia ao frear e desacelerar. Dessa forma, a energia cinética do SUV não é perdida, e pode ser usada na próxima vez que você der partida, acelerar ou para curtas distâncias sem necessidade do motor a combustão.
Mas agora vamos para a estrada. É aí que percebo o quão silencioso é o Tucson Hybrid. Mesmo a 180 km/h, ele revela um isolamento excelente. Mas não adianta tentar ir muito mais rápido, pois a máxima é limitada 193 km/h.
Velocidade absoluta, no entanto, é apenas um detalhe. Muito mais importante é a entrega de potência: o Tucson Hybrid de 1,7 tonelada precisa de apenas 8 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h. Se você pisar totalmente no acelerador, a rotação do motor e a transmissão precisam de um segundo para entrar em harmonia. Mas não há efeito elástico como nas transmissões CVT, já que a Hyundai instalou uma arma de fogo automática de 6 marchas como câmbio.
O conforto da suspensão também é excelente: o Tucson Hybrid roda suavemente mesmo com rodas de 19 polegadas, e o conjunto parece soberbamente equilibrado. O novo chassi adaptável (ECS, não no modelo básico) registra continuamente a velocidade, aceleração, força de frenagem, raio da curva e condição da estrada e ajusta automaticamente suas configurações às condições.
Como a força do amortecedor é regulada individualmente em cada roda, o ECS reduz os movimentos verticais da carroceria e, assim, garante uma viagem mais confortável e ao mesmo tempo mais ágil. Enquanto isso, os amortecedores convencionais usam uma nova tecnologia de válvula que deu aos engenheiros mais flexibilidade no ajuste. Suspensões MacPherson na frente e um eixo traseiro multi-link garantem conforto e bom manuseio.
A direção elétrica, alojada em um quadro especial, se encaixa perfeitamente com a proposta do SUV. Quem dirigir o novo Tucson Hybrid pode esperar uma direção suave. Mas ao selecionar o modo esportivo notará maior resistência da direção e, em seguida, mais precisão do volante.
E se você não gosta híbrido? Sem problemas, existem versões para todos os gostos: gasolina com potências entre 150 e 180 cv, e também com transmissão de dupla embreagem (DCT). A tração integral está disponível para a unidade de 180 cv, e também para a híbrida. Também há motores diesel com 116 ou 136 cv na oferta - o mais potente deles sempre com DCT, além de tração nas 4 rodas opcional. A carga máxima do reboque é a mesma para os modelos a gasolina, diesel ou híbridos: 1.650 kg.
Se você dirige na rodovia com mais frequência, ainda deve optar pelo diesel, porque é aí que o Tucson Hybrid começa a beber: cerca de 11 km/litro de média durante meu trajeto de avaliação. A história muda completamente se fizermos uma condução moderada sobre a terra e pequenos vilarejos. Neste caso não é impossível chegar a 25,5 km/litro porque a tecnologia híbrida fornece suporte elétrico na partida e se recupera na frenagem. Isso coincide com o consumo oficial de fábrica de acordo com WLTP: a Hyundai afirma 16,9 km/litro de média.
Para quem é o novo Hyundai Tucson Hybrid? Boa pergunta. Talvez para quem gosta de muito torque, mas não necessariamente do diesel. O híbrido é um planador relaxado sem ser manco. Para motoristas mais tradicionais, no entanto, o motor turbo a gasolina "normal" com 150 cv é sem dúvida suficiente.
Na Alemanha, local desta primeira avaliação do Motor1.com, o novo Tucson tem preços que começam em 26.800 euros (equivalente a R$ 167.500) na versão "Pure" com rodas aro 17", multimídia de 8" com Apple CarPlay, câmera de ré e ar condicionado. Vários sistemas de assistência também estão incluídos, por exemplo, para manutenção de faixa ou farol alto.
Todos os outros motores do Tucson são oferecidos em versões que já vêm de série com rodas de liga leve aro 17", ar digital de duas zonas, rádio digital (DAB +), multimídia de 10,25", cluster digital de 10,25", controle de cruzeiro, câmera de ré, espelhos retrovisores elétricos, auxiliar de estacionamento traseiro e sensor de chuva.
Os outros níveis de equipamento se complementam até que o modelo top de linha Prime esteja quase totalmente completo. O escopo padrão aqui inclui equipamentos luxuosos, como bancos de couro com ajuste elétrico e aquecimento e ventilação (dianteiros), rodas de liga leve aro 19", ar condicionado automático de três zonas, sistema de som premium e até mesmo um novo alarme de ocupante: se você trancar seu carro e acidentalmente deixar crianças ou animais de estimação nele, recebe um aviso.
Para completar, a versão Prime inclui um assistente de estacionamento com controle remoto que auxilia o motorista ao estacionar e deixar uma vaga, e ainda um assistente de rodovia que combina as funções do assistente de manutenção de faixa e do sistema de controle de cruzeiro adaptativo baseado na navegação.
E como estão os concorrentes? Em relação ao motor a gasolina de 150 cv, o VW Tiguan custa uns bons 2.000 euros (R$ 12.500) a mais - com menos recursos e muito menos garantia. A Hyundai oferece uma garantia de quilometragem ilimitada de 5 anos. E intervalo de manutenção para todos os motores é de 30.000 quilômetros ou 24 meses.
Com o novo Tucson, a Hyundai alcança um novo padrão. Ele ganha pontos com um visual refinado por fora e por dentro (o que é claro uma questão de gosto). A ampla gama de versões também conta pontos positivos. O híbrido agrada pela suavidade, potência e suspensão impecável. Então por que comprar um Tiguan? Se você está procurando um SUV desta categoria, talvez seja melhor esperar. Há expectativa de que o novo Tucson chegue ao Brasil em 2021.
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