Embora tenha vindo até com certa agilidade ao Brasil depois do lançamento na Europa, o 208 não vingou em nosso mercado. Seja pela fase complicada da Peugeot ou por falhas do próprio carro (chegou com o antigo câmbio automático de 4 marchas, por exemplo), o modelo acabou atuando mais como coadjuvante do que como protagonista do segmento de hatches compactos premium.
Mas a Peugeot não se deu por vencida e agora prepara o lançamento do novo 208 no Mercosul. A segunda geração do hatch estreia uma nova plataforma e avança ainda mais no design, tanto por fora quanto por dentro. A chegada ao Brasil está prevista somente para o fim de 2020 (deve ser uma das estrelas do Salão do Automóvel em novembro), mas já podemos ter uma ideia de como ele anda por meio desta avaliação dos nossos colegas do Motor1.com Itália.
Se no Brasil o 208 patina nas vendas, na Europa ele foi o sexto carro mais vendido em 2018, mesmo com o crescimento dos SUVs. Agora, com o novo 208, a Peugeot quer saltos maiores no segmento que tem o Renault Clio na liderança. O estilo remete ao sedã 508, a cabine está cheia de tecnologias e a plataforma totalmente nova oferece até uma versão 100% elétrica. É um grande avanço e o 208 não quer passar despercebido.
O 508 fez escola para o novo 208 e ele foi um ótimo aluno, com clara inspiração no carro-chefe da Peugeot, principalmente na dianteira. A face arranhada pela três garras caracteriza os faróis, assim como as duas linhas verticais em LED, que marcam mais a dianteira do 208 como dois dentes cravados no para-choque, servindo de moldura para o leão.
O aspecto musculoso e esportivo continua pelas laterais e traseira, enquanto as lanternas seguem representando o clássico tema do felino, agora com as peças conectadas por uma barra preta que amplia visualmente a largura do 208. No geral, o pequeno francês parece mais maduro e preso ao chão, mérito do comprimento e largura ampliados, além da altura reduzida. Ao escolher a versão GT Line, a sensação é amplificada pelos apliques nas caixas de roda em preto brilhante.
A geração anterior do Peugeot 208 representou o começo da filosofia i-Cockpit, com o volante de diâmetro reduzido e o painel de instrumentos em posição elevada. Uma ideia que é parte integrante do DNA da marca e depois rumou para os demais modelos da empresa, sempre com alguma novidade.
Agora no novo 208 a atração é a instrumentação digital e tridimensional. Este efeito é algo único até mesmo em segmentos acima e cria algo exclusivo do pequeno Peugeot, que te leva a dirigir com o volante em uma posição baixa e esportiva.
Painel adota uma evolução do conceito I-Cockpit, com volante pequeno ovalado; versão GT Line tem cluster digital
Um outro monitor, sempre com 10" na versão topo (nas demais, mede 5" ou 7") está ao centro e abriga o sistema multimídia, rico em funcionalidade e que conta também com Android Auto e Apple CarPlay. Os botões físicos são poucos e coisas como a climatização (de duas zonas) são ajustadas pela tela sensível ao toque, usando botões no estilo de pianos para chegar ao menu principal.
O espaço é melhor do que no passado, mas não faz milagres, com uma posição de dirigir bastante cômoda. Já os ocupantes do banco traseiro, se com mais de 1,80 m de altura, podem tocar a parte de trás do teto com a cabeça. O porta-malas também não se destaca, mas fica na média do segmento, com 309 litros de capacidade.
As formas arredondadas do novo Peugeot 208 escondem a principal novidade: a plataforma CMP, dividida com o DS 3 Crossback e capaz de abrigar uma motorização elétrica. A plataforma impressionou bastante no SUV e o 208 confirma isso, com uma configuração bem calibrada que não faz o hatch passar vergonha quando é jogado nas curvas.
É um carro compacto que gosta de sair das ruas da cidade e do tráfego pesado, sempre com boas sensações mesmo na estrada, onde permite aproveitar o piloto automático adaptativo e o sistema que mantém o carro na faixa.
Versão de entrada tem mostradores analógicos e tela central; câmbio manual mantém engates longos
A condução plena e sincera é ajudada por uma boa direção, reativa e nunca muito suave ou muito pesada, para ser comunicativa sem ser chata, principalmente com o motor 1.0 PureTech de 100 cv. O motor turbo a gasolina oferece bom desempenho, mas pede com frequência reduções de marcha. Então você tem que fazer isso pelo câmbio manual de 6 marchas, que é justo, mas um pouco longo nos engates. Melhor optar pelo câmbio automático de 8 marchas, que tem trocas suaves e imperceptíveis.
A Peugeot não confirma, mas na Argentina já dão como certo que o 208 Mercosul terá três opções de motorização: os atuais 1.2 (90 cv) com câmbio manual de 5 marchas e 1.6 (118 cv) com câmbio automático de 6 posições; e o inédito 1.2 THP (turbo e injeção direta) de 130 cv que, esperamos, venha acoplado à nova caixa automática de 8 marchas como na Europa.
Espaço interno e porta-malas são semelhantes aos do 208 atual, que seguirá em produção no Brasil
O rodar do novo 208 pode ser chamado de firme, principalmente com as rodas aro 17", e também seco, mas não de desconfortável. Isso melhora bastante com as rodas de 16". De resto, ele faz o possível para nos dar a melhor comodidade.
A instrumentação digital ganha vida graças a um projetor preso no painel. Seu papel é projetar as informações em um cristal colocado em frente ao painel digital, onde as informações são exibidas. Com isso, há uma sobreposição de dados que cria algo bonito e cômodo de se olhar.
Na Europa, o 208 parte de 14.950 euros (aproximadamente R$ 68 mil) na versão PureTech 75 Like ou 18.150 euros (R$ 82.400) na BlueHDi 100. De série, já traz frenagem automática de emergência, assistente de manutenção de faixa, reconhecimento de placas e piloto automático. O painel de instrumentos é analógico.
A topo de linha GT Line vem com o PureTech de 130 cv e câmbio automático. Custa 24.750 euros (R$ 112.365) e adiciona equipamentos como painel digital, rodas de 17", 3 portas USB e sistema de partida e abertura de portas com chave presencial.
Versão elétrica já foi lançada na Europa e virá para a América do Sul; falta definição de data
Há também elétrico e-208, com autonomia de 340 km e disponível a partir de 33.400 euros (R$ 151.600). Interessante que a Peugeot confirma a venda da versão elétrica na América do Sul, restando apenas a definição de "quando".
Assim que o novo 208 foi mostrado na Europa, um protótipo já foi enviado para testes na Argentina. Na semana passada, a marca confirmou que as primeiras unidades do 208 Mercosul começam a ser feitas em meados de 2020 e terão como destino o Uruguai. Depois será a vez do Brasil, onde o modelo vai conviver com o atual 208 feito em Porto Real (RJ). Isso indica um posicionamento acima do carro de hoje, devendo ser colocado para brigar contra VW Polo e Toyota Yaris, principalmente.
MOTOR | dianteiro, transversal, 3 cilindros, 12 válvulas, 1.199 cm3, duplo comando variável na admissão, turbo e injeção direta, gasolina |
POTÊNCIA/TORQUE | 130 cv a 5.500 rpm / 23,5 kgfm a 1.750 rpm |
TRANSMISSÃO | automática de 8 marchas; tração dianteira |
SUSPENSÃO | independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira |
RODAS E PNEUS | liga-leve aro 17" com pneus 205/45 R17 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e sólidos traseira com ABS e ESP |
PESO | - kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.055 mm, largura 1.745 mm, altura 1.430 mm, entre-eixos 2.540 mm |
CAPACIDADES | tanque 44 litros; porta-malas 309 litros |
PREÇO | 24.750 euros (R$ 112.365) |
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