Lançado em 2016 vindo do México e nacionalizado em 2017, o Nissan Kicks logo caiu no gosto do público brasileiro. Bem posicionado em termos de oferta de versões e preços, ele ainda figura entre os SUVs compactos mais vendidos - até setembro, foram emplacadas 39.507 unidades, atrás somente do Hyundai Creta (40.908) e do Jeep Renegade (50.113). Para manter a chama do modelo acesa, a linha 2020 chega com mudanças nos pacotes equipamentos, adicionando, por exemplo, o tão pedido piloto automático nas versões automáticas e outros itens de conforto conforme o modelo.
O alvo deste teste é a versão de topo Nissan Kicks SL 2020, não por acaso a que recebeu a maior quantidade de atrações. Por R$ 102.790, ela tem como opcional o Pack Tech (assistente de colisão com frenagem automática) e chega R$ 105.190, mas o item não constava da unidade avaliada. Vamos ao nosso teste de Prós e Contras.
O Nissan Kicks SL tem itens exclusivos que chamam a atenção mesmo de quem está de olho nas versões mais baratas. Para se diferenciar das demais, ela traz os faróis em LEDs (novidade da linha 2020), painel de instrumentos com tela TFT de 7" configurável e, exclusivo no segmento, o sistema de câmeras 360º, bastante funcional em manobras.
Além destes "mimos", o Kicks SL 2020 tem 6 airbags (frontais, laterais e de cortina), controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas, partida do motor e abertura de portas com chave presencial, sistema multimídia com tela de 7" (com Apple CarPlay e Android Auto), retrovisores externos com rebatimento elétrico, piloto automático, bancos em couro e apoio de braço, entre outros.
Apesar de ser um SUV e privilegiar o conforto dos seus ocupantes, o Kicks surpreende desde seu lançamento pela dirigibilidade. A Nissan conseguiu encontrar uma equação que, ao mesmo tempo que amortece bem os impactos, segura a carroceria de rolagens excessivas. A direção elétrica também foi calibrada para ser leve nas manobras e responsiva em velocidades mais altas - bem diferente do March e Versa, por exemplo.
O Kicks traz, além dos controles de tração e estabilidade, um sistema que ela chama de Controle Inteligente de Curvas, que aciona os freios das rodas internas ou externas, dependendo da situação, para auxiliar nas curvas mais rápidas ou fechadas - o que chamamos de vetorizador de torque. É mais um recurso que contribui para a boa tocada do SUV da Nissan.
Se os 114 cv e 15,5 kgfm de torque do motor 1.6 aspirado parecem um tanto tímidos para um SUV, o Kicks compensa com seu baixo peso, de 1.142 kg. Também é perceptível que a programação do motor e do câmbio CVT privilegia o torque em baixas rotações e as respostas urbanas, como saídas e retomadas em baixas velocidades. Junto com a direção com leve e ágil e a suspensão que filtra bem os impactos, é um carro agradável para conviver no dia a dia na cidade.
Lançado em 2016, o Kicks ainda tem visual que agrada. Porém, seus principais concorrentes já passaram por suas primeiras reestilizações - como Honda HR-V e Jeep Renegade, por exemplo, e até o Hyundai Creta. Como o mercado é movido por novidades, o SUV da Nissan já começa a mostrar sinais de idade. A única novidade neste sentido foi a adoção dos faróis de LED na linha 2020.
Se o Kicks tem bom desempenho na cidade, a coisa muda de figura quando caímos na estrada, em especial com o carro carregado. Nesta hora, nem seu baixo peso livra os 114 cv de se mostrarem insuficientes para algumas ultrapassagens, por exemplo. Um motor mais moderno e mais potente seria uma solução que já é aplicada ao Kicks vendidos nos Estados Unidos, por exemplo.
Por lá, ele também usa um 1.6 aspirado, mas com injeção indireta e indireta, variador de tempo de aberturas nos comandos de admissão e escape (o nosso é apenas na admissão) e tem 124 cv e 15,8 kgfm de torque. Pode parecer pouco o incremento de 10 cv a e apenas 0,3 kgfm de torque, mas já daria um fôlego a mais ao SUV.
O Nissan Kicks pode até ter uma boa média de consumo na cidade (7,8 km/litro com etanol em nossos testes), mas o tanque de apenas 41 litros limita sua autonomia em cerca de 320 km. Na estrada, são 451 km rodados com os 11 km/litro de nossos testes. Pode parecer besteira, mas isso significa que você terá de parar mais vezes para abastecer. Gastará menos em valores para encher o tanque, mas passará mais tempo nas filas da bomba e do caixa. Isso se deve a economia da Nissan de aproveitar o mesmo tanque do March, algo que não combina com um SUV de R$ 100 mil.
MOTOR | dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.598 cm3, duplo comando variável na admissão, flex |
POTÊNCIA/TORQUE | 114 cv a 5.600 rpm / 15,5 kgfm a 4.000 rpm |
TRANSMISSÃO | automática CVT; tração dianteira |
SUSPENSÃO | independente McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira |
RODAS E PNEUS | liga-leve aro 17" com pneus 205/55 R17 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e tambor na traseira com ABS e EBD |
PESO | 1.142 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.295 mm, largura 1.760 mm, altura 1.590 mm, entre-eixos 2.610 mm |
CAPACIDADES | tanque 41 litros; porta-malas 432 litros |
PREÇO | R$ 102.790 |
MEDIÇÕES MOTOR1 BR | ||
---|---|---|
Nissan Kicks SL CVT | ||
Aceleração | ||
0 a 60 km/h | 5,2 s | |
0 a 80 km/h |
8,0 s |
|
0 a 100 km/h | 11,6 s | |
Retomada | ||
40 a 100 km/h em S | 8,8 s | |
80 a 120 km/h em S | 8,9 s | |
Frenagem | ||
100 km/h a 0 | 41,9 m | |
80 km/h a 0 | 26,1 m | |
60 km/h a 0 | 14,2 m | |
Consumo | ||
Ciclo cidade | 7,8 km/l | |
Ciclo estrada | 11,0 km/l |
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