Se em 2018 o Hyundai Creta foi o SUV compacto mais vendido do Brasil, agora em 2019 sua vida não está tão tranquila. Até julho, ele figura apenas no 3º lugar (atrás de Jeep Renegade e Nissan Kicks e sendo acompanhado de perto pelo Honda HR-V) e algo precisava ser feito. A Hyundai então apresentou a linha 2020 do modelo com leves retoques visuais e novos equipamentos.
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A versão topo de linha Prestige é a que traz mais novidades e também a que mais subiu de preço (R$ 3 mil), chegando a R$ 107.990. Com o fim da versão Sport, ela passa a ser a única com o motor 2.0 de até 166 cv e 20,5 kgfm de torque ligado ao câmbio automático de 6 marchas. O que há de melhor e o que repensar sobre o SUV renovado você vê agora.
Diferentemente da maioria de seus concorrentes diretos, o Hyundai Creta se baseia em um modelo médio, o Elantra. Com isso, ele oferta espaço interno de respeito para todos os ocupantes e um belo porta-malas de 431 litros - mais que o Jeep Compass, por exemplo. É menor que o SUV médio em dimensões externas, mas acomoda melhor os ocupantes principalmente no banco traseiro, que ainda conta com saídas dedicadas do ar-condicionado.
Outra característica herdada da plataforma de carro médio é o conforto ao rodar. Apesar de não conversar com os 166 cv do motor 2.0, a suspensão filtra praticamente tudo que se passa pelas rodas e trabalha de forma silenciosa, enquanto a direção, elétrica, é bem leve nas manobras. Porém, o Creta mantém uma característica já vista nos HB20: a traseira balança demais quando ao passar por uma ondulação na via com o carro carregado.
Acima dos R$ 100 mil, o Creta Prestige briga com Jeep Renegade Limited (R$ 109.990), Honda HR-V EXL (R$ 111.900), Nissan Kicks SL Pack Tech (R$ 105.190) e VW T-Cross Highline (R$ 109.990). Para isso ele vem bastante equipado, com ar-condicionado automático, controles de tração e estabilidade, bancos em couro marfim (novidade da linha 2020) com ventilação para o motorista, central multimídia com Apple CarPlay e Android Auto e TV digital, chave presencial com uma extra por pulseira, retrovisor interno fotocrômico e farol com função para curvas. A principal atração da linha 2020 fica por carregador de celular por indução (que vem até com um interessante aviso de não deixar ali moedas ou a chave presencial do carro.
As lanternas desta versão passam a ser em LEDs (com novo design interno), assim como as luzes diurnas. Os faróis tem projetores, mas ainda mantêm as lâmpadas halógenas, assim como os faróis de neblina. As rodas de 17" são exclusivas da versão e ganharam novo design nesta linha 2020.
Entre os rivais, o Creta 2.0 é um dos que mais bebeu em nossos testes. Nem tanto pela média de 10 km/l na estrada (etanol), mas especialmente pelos 6,0 km/l na cidade. O consumo é um dos principais aspectos de críticas do Hyundai nesta versão 2.0 - e olha que ele tem start-stop. Pelo menos o SUV tem bom desempenho, ainda que o câmbio fique confuso em algumas situações, fazendo reduções desnecessárias ou não fazendo a redução quando necessário.
Peças bem encaixadas e montagem de boa qualidade estão no Creta. Porém, ser um modelo mais caro que o HB20 e ter o mesmo nível de acabamento do hatch é algo que vale destacar negativamente no Creta. E isso que ainda teremos um novo HB20 nos próximos meses, e que pode ter uma evolução neste sentido. Com farto uso de plásticos rígidos no painel e laterais de porta, ele está no mesmo patamar de alguns rivais diretos, mas fica devendo se comparado contra Jeep Renegade e Honda HR-V, por exemplo.
Em nossos testes, o Creta mostrou números de frenagem dentro do esperado para o segmento. Porém, a sensação do pedal é diferente no uso diário. Há um espaço entre o acionamento e a ação que chega a assustar em alguns momentos (é "borrachudo"). Além disso, para segurar os 1.400 kg do Creta e a força do 2.0, ele merecia discos nas quatro rodas. Com tambores na traseira, o sistema não demora para apresentar fadiga e perder a eficiência. Até cheguei a achar que fosse algo da unidade testada no lançamento, mas todas até então têm a mesma característica e, ao conversar com proprietários, eles fazem a mesma reclamação.
MOTOR | dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas, 1.999 cm³, comando duplo variável, flex |
POTÊNCIA/TORQUE |
156/166 cv a 6.200 rpm / 20,0/20,5 kgfm a 4.700 rpm |
TRANSMISSÃO | automática de 6 marchas; tração dianteira |
SUSPENSÃO | independente McPherson dianteira e eixo de torção na traseira |
RODAS E PNEUS | liga leve de aro 17" com pneus 215/60 R17 |
FREIOS | discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS e ESP |
PESO | 1.399 kg em ordem de marcha |
DIMENSÕES | comprimento 4.270 mm, largura 1.780 mm, altura 1.635 mm, entre-eixos 2.590 mm |
CAPACIDADES | tanque 55 litros; porta-malas 431 litros |
PREÇO | R$ 107.990 |
MEDIÇÕES MOTOR1 BR (etanol) | ||
---|---|---|
Hyundai Creta 2.0 AT6 | ||
Aceleração | ||
0 a 60 km/h | 4,5 s | |
0 a 80 km/h |
6,8 s |
|
0 a 100 km/h | 9,9 s | |
Retomada | ||
40 a 100 km/h em D | 8,0 s | |
80 a 120 km/h em D | 7,0 s | |
Frenagem | ||
100 km/h a 0 |
39,7 m |
|
80 km/h a 0 | 25,0 m | |
60 km/h a 0 | 13,9 m | |
Consumo | ||
Ciclo cidade | 6,3 km/l | |
Ciclo estrada | 10,0 km/l |
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